AGOSTINHO DA SILVA
Agostinho da Silva, professor, escritor, poeta e filósofo. Nasceu no Porto em 1906, Portugal, fez a passagem em Lisboa, 1994.
Possui uma obra extensa em Educação e Cultura Portuguesa e Brasileira. Viveu 25 anos no Brasil, de 1944 a 1969 e aqui deixou muitos discípulos e amigos. Ajudou a criar quatro universidades: na Paraíba, em Santa Catarina, Bahia e Brasília.
Construiu uma obra luminosa e revolucionária de luta pela educação e a cultura.
Material enviado por Rômulo Pinto Andrade para o Portal de Poesia Iberoamericano.
Dizendo que é só amor
fazes Deus menor que Deus
cercas o ilimitado
dos limites que são teus.
Deixa de estufar o peito
quando fazes tuas rondas
talvez teu cérebro seja
só um bom detector de ondas.
Do que é o Espírito Santo
só diga quem fique mudo
que palavra há que me leve
àquele nada que é tudo.
E venha filosofia
teologia que farte
o que se pense de Deus
é só de Deus uma parte.
Nunca voltemos atrás
tudo passou se passou
livres amemos o tempo
que ainda não começou.
É só bem dentro de nós
que o projeto se anuncia
se retoma se reforma
e se volta à luz do dia.
É o mundo que nos coube
perpétua ronda de amor
do criado ao incriado
por sua vez criador.
Mais longe estás se houve início
mais perto se o tempo finda
e a rosa que em ti abriu
é em mim botão ainda.
Mais que a teu Deus sê fiel
ao que tu sejas de Fé
talvez o Deus que te crias
oculte o Deus que Deus é.
Mais que tudo quero ter
pé bem firme em leve dança
com todo o saber de adulto
todo o brincar de criança.
O mundo é só o poema
em que Deus se transformou
Ele existe e não existe
tal a pessoa que sou.
Todo momento que foge
a eternidade encerra
só atingirás o céu
por cuidado passo em terra.
Talvez seja isto somente
o de mais perfeito ensino
ter homem a liberdade
de se entregar ao destino.
Divino espírito santo
senhor do imprevisível
me toma pois da verdade
só quero o que for incrível.
Como durmo sossegado
sabendo que por mim vela
uma coisa que sonhando
vivo me tem dentro dela.
Ler mais sobre Agostinho da Silva em: http://www.agostinhodasilva.pt/
Página publicada em 31 dez 2010
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