PABLO GUEVARA
Jaime Pablo Guevara Miraval (* Lima, 23 de mayo de 1930 - † 2 de noviembre de 2006) fue un poeta peruano.
Pablo Guevara se formó en las Universidades San Marcos y la Católica de Lima, graduándose en letras.
Tras un periodo de estancia en España y Dinamarca en la década de los 1960, regresó al Perú donde fue reconocido como uno de los autores integrantes de la denominada generación de los 50 junto a Jorge Eielson, Julio Ramón Ribeyro, Carlos Germán Belli y Blanca Varela, entre otros.
Entre su obras destacan: Retorno a la creatura (Madrid, 1957), Los habitantes (Madrid, 1963 - Lima, 1965), Crónicas contra los bribones (Lima, 1967), Hotel del Cuzco y otras provincias del Perú (1971), Un iceberg llamado Poesía (Lima, 1998), La colisión, En el bosque de hielos, A los ataúdes, a los ataúdes, Cariátides, Quadernas, quadernas, quadernas (Lima, 1999. Al final de su vida logró escribir un bello libro titulado "Hospital", el cual fue publicado por sus compañeros poetas más cercanos: Gladys Flores, Rodolfo Ybarra, Gonzalo Portals, Carlos Carnero, Rubén Quiroz y Rafael Espinoza.
Fue Premio Nacional de Poesía en (1954) y Premio Copé de Poesía en (1997).
Biografía: wikipedia.
TEXTOS EN ESPAÑOL - PORTUGUÊS
QUIETUD EN EL POLO SUR
Son espejismos las ciudades
no corren los trenes, nadie camina por las calles
todo está en silencio
como si hubiese huelga general
Pero porque todo está hecho para tu olvido
y yo mismo dudo, si soy muerto o viviente
tal vez ni mis brazos puedan cruzarse sobre mi pecho
acostumbrados como estaban al contorno de tu cuerpo
Pero aunque no sobrevivirán muchas cosas
Y es cierto que mis ojos no serán mis ojos
ni mi carne será mi carne
y que Chile entero te está olvidando
Que se me derritan los ojos en el rostro
si yo me olvido de ti
Que se crucen los milenios y los ríos se hagan azufre
y mis lágrimas ácido quemándome la cara
si me obligan a olvidarte
Porque aunque hay miles de mujeres en quién poder
alegrarse y basta un golpe de manos
para que vuelvan a poblarse las calles
no reverdecerán los pastos
ni sonarán los teléfonos ni correrán los trenes si
no te alzas tú la renacida entre los muertos
¡Despiértate tú, desmayada, y dime que me quieres!
QUIETUDE NO POLO SUL
São espelhismos as cidades
os trens não correm, ninguém caminha pelas ruas
tudo está em silêncio
como se houvesse uma greve geral
Mas porque tudo está pronto para o olvido
e eu mesmo duvido, se estou morto ou vivente
talvez nem meus braços possam cruzar-se sobre o meu peito
acostumadoa como estava com o contorno de teu corpo
Embora não sobreviverão muitas coisas
E é certo que meus olhos não serão meus olhos
nem minha carne será minha carne
e que o Chile inteiro esteja te esquecendo
Que se derretam meus olhos no rosto
se eu me esqueço de ti
Que os milênios se cruzem e os rio virem enxofre
e minhas lágrimas ácido queimando-me a cara
se me obrigam a olvidar-te
Porque embora existam milhares de mulheres com que poder
alegrar-se e basta um golpe com as mãos
para que voltem as ruas a povoar-se
os pastos não reverdecerão
nem soarão os telefones nem os trens correrão se
não tu não te alces renascida entre os mortos
Desperta tu, desmaiada, e diga que me queres!
Tradução de Antonio Miranda
Extraído de
POESIA SEMPRE. Número 28. Ano 15 / 2008. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 246 p. Editor Marco Lucchesi. Ex. bibl. Antonio Miranda.
Traduções ao Português: FLORIANO MARTINS
CANTO XI
LAS TORTUGAS
Ajenas a la vida de la justicia y la injusticia
y bajo los cielos rojos las tortugas pasan
con su casa de mil lados a cuestas
Pasan, ignoradas de los hombres, las arrugadas
que nunca estuvieron presentes en los asesinatos;
en tanta noche humana son la imagen feliz
de polícromos palacios y cabañas
que nunca han hecho sombra a la existencia;
pasean, comen, procrean, van a dormir,
en las concavidades de las playas calientes
escuchan la voz de palmeras, sueñan.
(De Los habitantes)
As tartarugas
Alheias à vida da justiça e da injustiça
e sob os céus vermelhos as tartarugas passam
com sua casa de mil lados às costas...
Passam, ignoradas pelos homens, as enrugadas
que nunca estiveram presentes nos assassinatos;
em quanta noite humana são a imagem feliz
de multicores palácios e cabanas
que nunca fizeram sombra à existência;
passeiam, comem, procriam, vão dormir,
nas concavidades das praias quentes
escutam a voz de palmeiras, sonham.
*
LOS ERIZOS
¿Conocen los erizos?
¿esas formas que ruedan hace ya tantos siglos;
que tiemblan, lo mismo ante ruido de fieras
o flores que se abren?
¿que husmean
y nunca se ha llegado a saber
si progresan o se pierden?
¿o si en ellos es pereza
contemplar mucho el cielo
o es un hábito sabio?
No sabemos, parpadean,
ojos simples no se sabe
si alegres o tristes.
Chatos, protuberantes, casi ciegos,
como cerros sin relieve en la tierra,
nadie les observa pero ellos observan.
Os ouriços
Conhecem os ouriços?
essas formas que se movem há tantos séculos;
que tremem, estejam diante de ruído de feras
ou de flores que se abrem? que farejam
e nunca chegamos a saber
se progridem ou se perdem?
ou se neles é preguiça
contemplar muito o céu
ou então um hábito sábio?
Não sabemos, pestanejam,
olhos simples não se sabe
se alegres ou tristes.
Rasteiros, protuberantes, quase cegos,
como colinas sem relevo na terra,
ninguém os observa porém eles observam.
*
Valsa de velhas, valsa de abelhas
Por que
nossas mães ou algumas que lhes são parecidas
vivem como dentro de um livro de terror a pobre demência
carregam imperdíveis pentes, flores de lembrança, lápis pequenos,
um devocionário (não carregam preservativos porque isto o fazem
os homens)
enquanto com movimentos de caranguejinhos ou de escorpiõezinhos
internam-se no mar ou terra adentro
matérias das necessidades e dos disparates
pobres de solenidade arrumam suas saias branquíssimas
tomam seu copinho de anis franzem os lábios e sonham
em tirar os temíveis sapatos que lhes marcam os pés
porém não os tiram porém não os tiram
sorriem como pianolas esquecidas, marrons, ociosas, manuseadas e coquetes
voam sobre as ondas com os ares de Carlos A. Saco
ou Pedro A. Bocanegra enquanto o ar as leva
e traz, traz e leva, leva
aos ares com Rosa Elvira ou Inspiración e as engole
o mar
como nos banhos de Barranco ou de Chorrillos ou de Huarmey
com suas descidas em ziguezague, suas varandas e coretos
nossas mães ou algumas que lhes são parecidas
metem-se pelas ruas da Fatalidade do Ocidente
nos dias aziagos que correm da Prostituição
e da Revolução,
China as observa: apertam seus bolsos, olham com terror,
Interrogam e tremem e terminam um dia
Em El Angel,
Como qualquer animal.
Página publicada em setembro de 2018
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