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FRANCISCO BENDEZÚ

FRANCISCO BENDEZÚ
(1928 - 2004)

 

 

Lima, 1928. Poeta,  profesor universitario y periodista. Estudió en San Marcos. En 1955 fue desterrado a Chile durante la dictadura de Odría. Posteriormente viajó a Italia y cursó estudios en la universidad de Roma. Se graduó de doctor en Literatura por la Universidad de San Marcos.

 

 Premio Nacional de Poesía en 1957 y 1966.

 

 Ha publicado: Arte menor (1960), Los años (1961), Cantos (1971) y El piano del deseo (1983).

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL    /    TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

MELANCOLíA

 

Los días pasan

como tranvías.

El amor muere.

Melancolía.

 

Sal, cabelleras.

Sangre que mana

de mis heridas:

sangre perdida...

 

Las tardes rielan

en mi memoria

tal amarillas

fotografías.

 

іNoches de palmas

y colgaduras!

іAy! con las nubes

se va mi vida...

 

Los díaas pasan

como tranvías.

El amor muere.

Melancolía.

 

 

LOS AÑOS

 

A Carlos Araníbar

 

¿Dó está, amigo mÍo,

el aire transparente

de Las noche de estÍo?

і0h mágico relente

de los años! Olvido...

Ya todo está dormido.

La virgen que adoramos,

іay!, ya no la buscamos:

¿por qué mortal pradera

rodó su cabellera?

(Las desiertas estancias,

remotas, palidecen.)

Las cortinas fenecen.

El corazón no suma

los meses a los meses;

el corazón resuma

eternidad... і a veces!

¿Dó esta, amigo mío,

el aire transparente

de las noches de estío?

 

 

MUJER

 

Mujer cargada de balcones y pajarillos con paraguas

Mujer para beber

Mujer llena de navíos azules y blancos

Más pálida que el sol

Más pura que un domingo

Mujer de senos orlados de guijarros

Mujer sin nombre

Mujer sin color

Mujer para huracanes

Mujer en sueños llena de nidos

 

Guitarra blanca del amor

 

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TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

MELANCOLIA

 

Tal como os bondes

passam-se os dias.

O amor morre.

Melancolia.

 

Sal, cabeleiras.

Sangue que mana

dessas feridas:

sangue perdido...

 

As tardes vibram

em minha memória

qual amarelas

fotografias.

 

Noites de palmas

e fantasias!

Ai! Com as nuvens

se vai a vida...

 

Tal como os bondes

passam-se os dias.

O amor morre.

Melancolia.

 

 

OS ANOS

 

A Carlos Araníbar

 

Meu amigo, onde estão

os ares transparentes

das noites de verão?

Oh! Mágico entardecer

dos anos! Esquecido...

Já tudo adormecido.

A virgem que adoramos,

ai!,já não mais buscamos:

por que mortal prado

rodou-lhe a cabeleira?

(As estâncias desertas,

ao longe, empalidecem.)

As cortinas fenecem.

O coração não soma

os meses com os meses;

o coração goteja

eternidade... às vezes!

Meu amigo, onde estão

os ares transparentes

das noites de verão?

 

 

MULHER

 

                             Mulher repleta de balcões e passarinhos com guarda-  chuvas

Mulher para beber

Mulher cheia de navios azuis e brancos

Mais pálida que o sol

Mais pura que um domingo

Mulher de seios adornados de pedras

Mulher sem nome

Mulher sem cor

Mulher para furacões

Mulher em sonhos cheia de ninhos

 

Violão branco do amor

 

 

 

Poemas selecionados e extraídos de :  EL RÍO HABLADOR – Antología de la Poesía Peruana (1950-200)  Rio de Janeiro: 7Letras; Recife: Ensol, 2007.   Texto bilíngüe español/português.
ISBN 85-7577-349-6   Patrocínio da CHESF e apoio da Facultad de Letras y Ciencias Humanas/ Universidad Nacional Mayor de San Marcos. 

Página publicada em abril de 2009.

 


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