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POESIA NICARAGUENSE
Coordinación: Milagros Terán

 

Fuente: http://poetassigloveintiuno.blogspot.com.br/

CARLOS FONSECA GRIGSBY

 

Nasceu em Managua, Nicaragua, em 1988. Publicou “Uma oscuridad brillando en la claridad que la claridad no logra compreender” (Visor, España, 2008). Prêmio de Poesia Fundación Loewe 2007.  

 

DIECISIETE

 

I

 

Con el mismo desaliento de una estrela
que de repente pierde su marbete,

mi rostro se apergamina

y se disipa el chorro de la infancia.

La virginidad de mi alma se evaporiza

para después transformarse en una única lluvia:

 

Nadie se toma la vida en serio a los diecisiete.

 

Una supernova es mi corazón.

 

(Entre el soto de mis ojos anda una pantera

¡O simetría perfecta!

es la noche hecha animal

devorándome

bajo la noche de mis ojos.)

 

 

II

 

Nadie se toma la vida en serio a los diecisiete.

 

Es la edad en que mi risa ya no conmueve al

          corazón de la nada

y mi cuerpo aún no es el cadáver de un ahogado

          que flota en el río del tiempo—

en que la sonrisa de la muerte aún no muestra

          sus dientes de amalgama—

y en mi corazón hay tanta sustancia de sombras

que podría convertirme yo en el obrero de um

          abismo.

 

Es que entre tanto silencio agrietado, entre

tantos gestos eléctricos,

a veces pareciera que mi sombra asusta y pajariza

          al sol

y es una sombra que habla con otras sombras

sobre el tiempo en que ellas dejaron de

          conmover al corazón de la nada;

sobre cómo aprendieron la orografía de los

          cuerpos

y el culto del beso

y el rito del tacto

y el lenguaje de la mirada hambrienta.

 

(Aaaaah... Sí. También hay días —esto ocurre

          recientemente—
en que en el momento exacto e que muestra su

          cuerpo embalsamado

el alba, me parece que con mis párpados, y bajo

 

mis cejas,

el silencio ha abierto sus ojos.)

 

III

 

Entro en la noche como entra un nadador en la ola;

y retirado a esa oficina nocturna, sueño.

 

(Nadie se toma la vida en serio a los diecisiete)

Sin embargo, Hoy,

después del retrato de la soledad

—un columpio que se queda meciendo solo,

          solo—

y debajo de la palabra vida,

sobre un pedestal que heredó la tiniebla

mi sombra besa las muñecas de la claridad.

 

El mundo es el sueño que se escapó de mi cráneo

y se desnudó en el río de la materia.

 

Las cosas ya escriben su poema en Mí.

 

 

SECRETOS

 

—en ese momento

          en que aún no sos poema

y podes temblar sin yo antes

          haberte dado el temblor.

 

          —en esos instantes

en que todavía no soy tu dios creador,
                    de sensibilidade extraordinaria

           espléndido don literario.

 

Cuando tu boca ante mí

es simplemente tu boca;

 

                    eso no se entrega a la literatura.

 

          Ese gozo es mío.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda

 

 

DEZESSETE

 

I

 

Com o mesmo desalento de uma estrela
que de repente perde sua etiqueta
meu rosto apergaminha
e se dissipa o jorro da infância.

A virgindade de minha alma evapora
para logo transformar-se numa chuva única:

 

Ninguém  leva a vida a sério aos dezessete.

Uma supernova é o meu coração.

 

(Entre o bosque de meus olhos anda uma pantera
ó simetria perfeita!
é a noite feito anima
devorando-me
na noite de meus olhos.)

 

 

II

 

Ninguém leva a vida a sérios aos dezessete.

 

É a idade em meu riso já não comove o
          coração para nada
e meu corpo ainda não é o cadáver de um afogado
          que flutua no rio do tempo —
em que o sorriso da morte ainda não mostra
          seus dentes de amálgama —
e em meu coraão há tanta substância de sombras
que poderia converter-me no operário de um
          abismo.

 

É que em meio a tanto silêncio fissurado, entre
          tantos gestos elétricos,
às vezes pareceria que minha sombra assusta e empalha
          o sol
e é uma sombra que fala com outras sombras
sobre o tempo em que elas deixaram de
          comover o coração do nada;
sobre como aprenderam a orografia dos

          Corpos
e o culto do beijo
e o rito do tato
e a linguagem do olhar faminto.

 

(Ah...  Sim. Também há dias — isto acontece
          recentemente —
em que no momento exato e que mostra seu
          corpo embalsamado
o alvorecer, parece que com minhas pálpebras, e debaixo

                    de minhas sobrancelhas, e debaixo
          meus cílios,
          o silêncio descerrou meus olhos.)

 

 

III

 

Entro na noite com entra um nadador na onda;
e metido nesse local noturno, sonho.

 

(Ninguém leva a vida a sérios aos dezessete)

No entanto, Hoje,
depois do retrato da solidão
— um balanço que fica balançando sozinho,
          sozinho—
e debaixo da palavra vida,
sobre um pedestal que herdou das trevas
minha sombra beija os punhos da matéria.

 

O mundo é o sonho que escapou de meu crânio
e despiu-se no rio da matéria.

As coisas já escrevem seu poema em MIM.

 

 

 

SEGREDOS

 

          — nesse momento
          em que ainda não és poema
e podes tremer sem eu antes
          haver-te dado o tremor.

 

          — nesses instantes
em que ainda não sou teu deus criador,
                    de sensibilidade extraordinária
          esplêndido dom literário.

 

Quando tua boca frente a mim
é simplesmente tua boca;

 

          Esse prazer é meu.

 

 

                   

Página publicada em novembro de 2014.


 

 

 
 
 
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