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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



MARIA ROMEU


México D.F., 1955. Licenciada em sociología educativa pela Universidad Autónoma Metropolitana - Xochimilco. Participou do desenho e implementação de diversos projetos do Programa Nacional de Alfabetização e Diretora da Secretaria de Relações Exteriores do México. Co-fundadora de ortega y romeu, uma scoiedade civil dedicada a projetos de bens educativos e culturais.

Publicou os livros de poemas hojalata y lámina, dientedeleón e Los motivos de Jaín. É  autora do Sistema de jogos para a aprendizagem creativa Gaspar y Polaris. En 1979 recebeu o Prêmio Nacional de Poesia Carlos Pellicer (México).

MARIA ROMEU

A poeta  MARIA ROMEU  participando de uma sessão magna da   I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA ( de 3 a 7 de setembro de 2008 ). Representante oficial indicada pela Embaixada da México  no Brasil.

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   /   TEXTOS EM PORTUGUÊS 

 

 

 

De dientedeleón

México: ortega y Romeu, 1987

 

 

Hay rayas en el água peces

hay redes pescadores

 

 La magia no interviene e ese mundo

que se dice verdadero

 

Tenemos detenida la memória em los canales del ser

tenemos el carecer

 

Caracol escalera

se puede salir hacia los lados

se puede entrar por la ventana

 

Puedes ir y venir cuando quieras

pero tienes que querer

 

No me gusta el amanecer del muelle

las barcas despiertan amarradas

 

Prefiero los celos a la incertidumbre

 

Ahora mi casa tiene golodrinas

 

 

                   ***

 

Esa tarde al encontrarnos

Polifemo enmudeció

 

Eres como la naturaleza vuelta a acomodar

después de la lluvia

 

Te daré café

y te amare caliente

 

Dejar ser al deseo

es solo

 

Hay atisbos de libertad ruiseñores

hay abismos

 

Dicen que en el fondo hay un hediondo rio

yo solo recuerdo la caída y las estrellas

 

Mi cuerpo es la parte de mi que toca el mundo

 

Fuera de ti

todo es afuera

 

¿Quién es pastor de quién

quién es oveja?

 

                   ***

 

Separarse es perderse

en el arduo quehacer de existir

 

El dolor se hará a la mar

con una vela en cada pacto

 

Bebiendo deber

y devenir

 

Gozne que vences la puerta que sostienes

sangran tus costuras rotas

 

Concebir no es nacer

poema herido

 

Si el otoño fuera un mes

sería aún más cruel que abril

 

Somos como la flor transparente

el amor nos amenaza

 

Al caerme yo

te hiciste a un lado

así conocen las mujeres el mundo

por las noches

 

***

 

 

Cuántas tormentas y cuántas sequías

habrán de sucederse cuántas veces

 

La vida y la muerte juegan todo el tiempo

nadie gana

nadie juega a ganar

 

Imaginé el mundo alguna vez

en relación conmigo

era como un tren y todo lo que dice

a toda velocidad

 

Somos seres procedentes del mar

estrellas anónimas alrededor del sol

caminos insinuados por el viento

somos anafres

milagros

pastores de desiertos congelados

somos agua sólida

adolescentes horadando el pasto

lluvia de abajo para arriba

sol líquido

detritos diluídos

puentes colgantes

villas de pescadores

 

pájaros bebiendo espejos de agua

nubes

 

 

(...)

 

 

 

Yo no entendia dientedeleón

por qué el viento y la vara desnuda:

estaba amenazada de silencio.

 

 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS 

Tradução de Antonio Miranda

 

 

 

 

 

Tem raias na água peixes

tem redes pescadores

 

A magia não intervém nesse mundo

pretendido verdadeiro

 

Temos a memória detida nos canais do ser

temos o carecer  

 

Caracol escada

podemos  sair para os lados

podemos entrar pela janela

 

Podes ir e vir quando queiras

mas tens de querer  

 

Não gosto do amanhecer no cais

os barcos acordam amarrados

 

Prefiro os céus da incerteza 

 

Agora minha casa tem andorinhas

tem o ar que voa

e no qual voa

 

 

                   ***

 

 

Nessa tarde ao encontrar-nos

Polifemo emudeceu

 

És como a natureza que se acomoda

depois da chuva

 

Te darei café

e te amarei ardente

 

Deixar ser ao desejo

é só deixá-lo fazer

 

Há vislumbre de liberdade rouxinóis

há abismos

 

Dizem que no fundo há um hediondo rio

eu só recordo a queda e as estrelas

 

Meu corpo é a parte de mim que toca o mundo

 

Fora de ti

tudo é fora

 

Quem é pastor de quem

quem é ovelha?

 

                   ***

 

 

Separar-se é perder-se

na árdua tarefa de existir

A dor se fará ao mar

 

com uma vela em cada pacto

 

 Bebendo dever

e devir

 

Dobradiça que vences a porta que sustentas

sangram tuas costuras rotas

 

Conceber não é nascer

poema ferido

 

Se o outono fosse um mês

seria ainda mais cruel que abril

 

Somos como a flor transparente

o amor nos ameaça

 

Ao cair-me

ficaste ao lado

assim as mulheres conhecem o mundo

pelas noites

 

                   ***

 

Quantas tormentas e quantas secas

haverão de suceder-se quantas vezes

 

A vida e a morte jogam o tempo todo

ninguém ganha

ninguém joga para ganhar

 

Imaginei o mundo alguma vez

em relação comigo

era como um trem e tudo o que diz

a toda velocidade

 

Somos seres procedentes do mar

estrelas anônimas arredor do sol

caminhos insinuados pelo vento

somos fogareiros

milagres

pastores de desertos congelados

somos água sólida

adolescentes perfurando o pasto

chuva de baixo para cima

sol líquido

detritos diluídos

pontes suspensas

vilas de pescadores

pássaros sorvendo espelhos de água

nuvens

 

 

(...)

 

Eu não entendia dentedeleão

por que o vento e a vara desnuda:

estava ameaçada de silêncio.

 

 

 

 

Página publicada em março de 2008; republicada em agosto de 2008.

 

 



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