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ELISA RAMÍREZ CASTAÑEDA –
Nació en la Ciudad de México el 17 de abril de 1947. Poeta, narradora, traductora y socióloga. Estudió Sociología en la fcpys de la UNAM. Actualmente se dedica a estudios de narrativa oral, etnología y educación comunitaria, y es asesora de programas de atención a la población indígena.
Ha sido profesora de la Escuela Nacional de Antropología e Historia; editora y traductora de la serie de literatura y tradiciones orales indígenas publicada por la Dirección General de Publicaciones de la Secretaría de Educación Pública, donde ha recopilado tradiciones indígenas para niños.
Ha recogido y antologado cuentos otomíes, tzeltales, mixes, mixtecos, zapotecos, nahuas y mayas, así como mitos y leyendas de los huicholes. Ha sido colaboradora de Tiempo de Niños. Traductora de Anne Sexton, Mark Strand y Jack London.
Participó en el programa Alas y Raíces del conaculta. Becaria de la Fundación Rockefeller y de la Fundación Cultural bancomer en 1993. En 1984 obtuvo mención honorífica y premio especial del Concurso Alfonso x de Traducción Literaria por su versión al castellano del libro de poesía Emblemas de Mark Strand.
Biografía: http://www.elem.mx
POESIA SEMPRE - ANO 9 – NÚMERO 15 – NOVEMBRO 2001. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2001. 243 p. ilus. col. Editor Geral: Marco Lucchesi. Ex.bibl. Antonio Miranda
Proporção áurea
Que me acompanhe
sem que me apresse
que me agasalhe
sem que me envenene
que me apalpe
s em que me enfastie
que me acaricie
sem que me aborreça.
Se Deus dá leitos aos rios,
por que permite ao diabo que sirva o vinho nas torrentes?
Se Deus dá amores,
por que permite ao diabo que reparta os ritmos?
Assim como há uma imaginação sociológica, deve haver outra amorosa. Carecem de imaginação os que cavilam para impor ao outro suas próprias trajetórias. Dela carecem os que dispõem de um amplo espectro de recursos eróticos; os que brincam com a fragilidade, os álibis e os automatismos. Carecem de imaginação a lágrima e a censura. As rugas estão no humor, na tolerância e na representação, e não na autocomplacência ou na simulação. A imaginação faz viagens à memória sem vincular-se às recordações. Parar em outro lado — até com a mesma pessoa, mas não dizer a outros as mesmas palavras no mesmo lugar. Nada podes contra esse processo de ruptura e restauração que casualmente preside o teu nome. Tampouco eu. Não importa a fúria. A obviedade do método humilha, como a vulgaridade do sistema - e ser seu destinatário, sua vítima, sua contrapartida, lugar-comum das expectativas. Não me amparam os sinónimos da cumplicidade. Não é o mesmo brincar com os espiões que se esconder juntos.
Trad. Ivan Junqueira
Página publicada em fevereiro de 2019.
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