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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


EDUARDO MOSCHES

EDUARDO MOSCHES

 

 

Argentina, 1944). Vive no México desde os anos 70. É coordenador da área de difusão literária na Casa del Lago (UNAM) e coordenador editorial da editora da Universidade Autônoma da Cidade do México. Em 1985 fundou e desde então dirige a revista Blanco Móvil, o que já lhe rendeu diversos prêmios de edição em todo o país. Poeta, narrador e editor, tem colaborado com outras publicações, tanto no México, quando em Israel, Espanha, Brasil, Estados Unidos e Argentina.
Participou como conividado oficial da VIII Bienal Internacional do Livro do Ceará, Fortaleza, Brasil, 2008.

 

De

AVATARES

DE LA MEMORIA

Antología 1979-2006 

 

LOS LENTES Y MARX

(1979) 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   /   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

RESURRECCIÓN

 

El otoño va cayendo

de los árboles

dejando un vacío

como el suspiro

de los niños que tienen

hambre

ese extraño deseo

llamado amor ha resucitado

no quiero

que las hojas

tú      

y el frío       

lo oculten nuevamente.

 

Los árboles quedan desnudos

y los pájaros vuelan

hacia el oriente.

 

 

PULA MAS COPULA

 

Nuestras cinturas tomaban

                                         rítmicamente

el impulso dado por las piernas

esas calles empedradas

se iban quedando ocultas

entre las esquinas aburridas de abrazos

y los árboles encementados.

 

Las flores vendidas en mercados

disputan en aroma y precio

con los trozos de carne

que a veces se cambian por niños

un jarrón sin fondo

o el momento impropiamente romántico

de algún ciudadano.

 

Con el bamboleo de nuestras cinturas

descubrimos la cúpula iglesial

                                 embarazadamente alegre

ascendiendo a ella con manos y mejillas rojizas

para musicalizar el bronce viejo

de una campana

empapada de rezos y amaneceres fríos

junto a la cual copulamos                                                                                          

en dicha y sin dios.                                                                                                           

 

(LOS LENTES Y MARX, 1979)

 

 

LAS PALABRAS

 

X

 

Los que a la mar

se hicieron en propias naves

llevando su negocio

por las aguas

hervidero innombrable de animales:

brama el mar y cuanto encierra.

 

Se manifestó la corrupción

en la tierra y el mar

por lo que granjearon

las manos de los hombres.

En verdad

no harás oír a los muertos

ni harás oír a los sordos

ante esa voz

la piel a mis huesos se ha pegado

insomne estoy y gimo

cual solitario pájaro en tejado.

esa sonrisa del niño enhebrada en sangre

el deshojarse de la ropa cayendo de la cuerda

un beso que llega a las profundidades de los ojos

ese par de cucharas esperando mediodía.

 
                   ( LOS TIEMPOS MEZQUINOS, (1992)


 

A TRAVÉS DEL HOMBRE

 

La espera

es una estación de tren     

de verde y en domingo      

donde ventanillas coquetean         

con traslúcidas facciones    

que se pierden en el infinito de las vías.

 

Extrañamente los nudillos   

quiebran partículas del tiempo                

que se deslizan vertiginosamente

en el osario de los relojes.

 

La arena se agiganta

paulatinamente

bloques inmóviles de playa

estáticos

             forman barreras

inamovibles  

con las que jugamos     

al rango                   voltea y salta

a los cuarenta años.

 

Las lágrimas se desmenuzan

como migas de pan

 

                         (CUANDO LAS PIELES RIMAN, 1994) 

 

MOSCHES, Eduardo.   Viaje a través de los etcéteras.  México, DF: Editorial Praxis, 1998.   91 p.  ISBN 968-7646-61-6 Portada: Noé Katz, El ángel, óleo/tela.  Col. A.M. 

 

Antesala

 

La llamarada salta en luces

la boca chorreando gasolina

con el muchacho en la calle

que juega al circo hambreado.

 

Sonríen saltan golpean

entre sus huesos y pieles

el cabello se desparrama

cobija en el invierno

símbolo veraniego

de tanto joven

golpeando fieramente

la pared de ladrillo

que convirtieron en vida

para muchos.

 

 

 

Claramente

 

La armadura

que casi siempre envuelve nuestras personas

huyó despavorida

al enfrentarse imprevistamente

con la sonrisa que nos enlazó.

 

Paladeamos con ritmo

las miradas

un sorbo de café

olor a trópico

palabras tejían suave y con constancia

las intenciones en enredaderas de deseos.

 

Me entretuve en repintar tu imagen

cargabas telas y colores sobre el cuerpo

la tibieza de tu piel la desconozco

exactamente como la tonalidad de las axilas

me impregné de tu olor

lo estoy cargando todavía.

 

Encontrarte

fue un momento lúcido

en esta ciudad del desamparo.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

RESURREiÇÃO

 

O outono vai caindo
das árvores
deixando um vazio

como o suspiro
das crianças que sentem
fome
esse estranho desejo
chamado amor ressuscitou
não quero
que as folhas
tu
e o frio
ocultem-no outra vez.

 

As árvores ficam despidas
e os pássaros voam
para o oriente.

 

(LOS LENTES Y MARX, 1979)

 

PULA MAS COPULA

 

Nossas cinturas ganhavam
                                                      ritmamente
            o impulso dado pelas pernas
            essas ruas empedradas
            iam ficando ocultas
            entre as esquinas monótonas de abraços
            e as árvaores acimentadas.

 

As flores vendidas em mercados
            disputam em aroma e preço
            com os pedaços de carne
            que às vezes trocamos por crianças
            um jarro sem fundo

ou o momento impropriamente romântico
de algum cidadão.

 

Com o gingar de nossas cinturas
descobrimos a cúpula eclesiástica
                                               embaraçadamente alegre
ascendendo nela com mãos e faces rubras
para musicalizar o bronze velho
                                         de um sino
encharcado de rezas e amanheceres frios
diante do qual copulamos
por sorte e sem deus.       

 

(LOS LENTES Y MARX, 1979)

 

AS PALAVRAS

 

X

 

Os que ao mar
se lançaram em naves próprias

levando seu negócio
pelas águas
fervedouro inominável de animais:

brama o mar e quanto encerra.

Manifestou-se a corrupção
na terra e no mar
pelo que granjearam
as mãos dos homens.

Em verdade,

não farás ouvir os mortos
nem farás ouvir os surdos
ante essa voz
a pele aos meus ossos colou
insome estou e gemo
qual pássaro solitário no telhado.
esse sorriso de criança comprometido em sangue
o desfolhar-se da roupa caindo da corda
um beijo que chega às profundidades dos olhos
esse para de colheres esperando o meio-dia.

                   ( LOS TIEMPOS MEZQUINOS, (1992) 


 

ATRAVÉS Do HOMEM

 

A espera
é uma estação de trem
de verde e em domingo
onde janelas coqueteiam
com translúcidas facções

que se perdem no infinito das vías.

Estranhamente os artelhos
rompem as partículoas do tempo
que deslizam vertigionasamente

no ossário dos relógios.

 

A areia agiganta-se
paulatinamente
blocos imóveis de praia
estáticos
         formam barreiras
irremovíveis
com as que jogamos

ao nível                  volteia e salta
aos quarenta anos.

As lágrimas se esmiuçam
como migalhas de pão.

                         (CUANDO LAS PIELES RIMAN, 1994)

 

Ante-sala

 

A chamarada salta em luzes
a boca jorrando gasolina
com o rapaz na rua
que brinca de circo esfomeado.

Sorriem  saltam  golpeiam
entre seus ossos e peles
o cabelo esvoaça
manta no inverno
símbolo de verão
de tão jovem
golpeando ferozmente
a parede de tijolo
que se transformaram em vida
para muitos.

 

       De VIAJE A TRAVÉS DE LOS ETCÉTERAS, 1998.

 

 

Claramente

 

A armadura
que quase sempre envolve nossas pessoas
fugiu apavorada
ao enfrentar-se imprevistamente
com o sorriso que nos uniu.

Saboreamos com ritmo
os olhares
um sorvo de café
odor de trópico
palavras teciam suave e constante
as intenções em trepadeiras de desejos.

Entreti-me em refazer tua imagem
levavas telas e cores sobre o corpo
a tepidez de tua pele eu desconheço
exatamente como a tonalidades das axilas
me impregnei de teu cheiro
que estou ainda sentindo.

 

Encontrar-te
foi um momento de lucidez
nesta cidade do desamparo.

 

        De VIAJE A TRAVÉS DE LOS ETCÉTERAS, 1998.

 

 

 

 




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