JUAN RAMÓN MOLINA
Comayaguela, Distrito Central, 17.4.1875 - l.11.1908. Obras: Tierras, Mares y Cielos (poesia), recopilação de Froylán Turcios, 1913; Antología de Juan Ramón Molina, prosa e verso, prólogo de Miguel Ángel Asturias, El Salvador, 1959.
TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Traduzido por Anderson Braga Horta
PESCA DE SIRENAS
Péscame una sirena, pescador sin fortuna,
que yaces pensativo del mar junto a la orilla.
Propicio es el momento, porque la vieja luna
como un mágico espejo entre las olas brilla.
Han de venir hasta esta ribera, una tras una,
mostrando a flor de agua el seno sin mancilla,
y cantarán en coro, no lejos de la duna,
su canto que a los pobres marinos maravilla.
Penetra el mar entonces y coge la más bella,
con tu red envolviéndola. No escuches su querella,
que es como el llanto aleve de la mujer. El sol
la mirará mañana entre mis brazos loca
morir bajo el divino martirio de mi boca
moviendo entre mis piernas su cola tornasol. |
PESCA DE SEREIAS
Pesca-me uma sereia, pescador sem fortuna
que cismando na praia fitas longínqua a ilha.
Propícia é a hora, a velha lua no céu se enfuna
e desce e, espelho mágico, em meio às ondas brilha.
Hão de chegar-se à beira da plácida laguna,
mostrando à flor das águas o seio sem mantilha,
e cantarão em coro, bem próximas à duna,
o seu canto que os pobres marujos maravilha.
Entra no mar então e pega-me a mais bela,
envolvendo-a na rede. Não lhe ouças a querela,
que é como o canto falso das mulheres. O sol
virá vê-la amanhã -entre meus braços louca-
morrer -sob o martírio divino desta boca-
mexendo-me entre as pernas a cauda tornassol. |
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