FROYLÁN TURCIOS
Juticalpa, Olancho, 7.7.1875 - 19.11.1934. Obras: Mariposas, 1895, Renglones, 1899, Hojas de Otoño, 1905 (todas em prosa e verso); Flores de Almendro (poesia), Paris, 1931.
TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Traduzido por Anderson Braga Horta
RIO TINTO
Bajo las penumbrosas arboledas,
sobre arenales y penãscos grises,
sus ondas de metálicos matices
rápidas corren con rumor de sedas.
Relámpagos de sangre en su corriente
se ven fulgir en la hora meridiana
y es su raudal de un rubio opalescente
a la trémula luz de la mañana.
En su cauce relucen rojas piedras
y en sus orillas cálidas las yedras
cuelgan airosas de las verdes ramas.
En él abrevan los feroces pumas
y el martín-pescador en sus espumas
pesca peces de fúlgidas escamas.
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RIO TINTO
À sombra de copadas alamedas,
sobre penhascos, sobre areias mansas,
as ondas de metálicas nuanças
rápidas correm com um rumor de sedas.
Relâmpagos de sangue na corrente
coruscam bruscos na merídia hora,
e no caudal um louro opalescente
cintila à tremulante luz da aurora.
Pedras no álveo a luzir, rubras esferas;
e sobre as margens cálidas as heras
pendendo airosas das virentes ramas.
Nele é que bebem os ferozes pumas
e o martim-pescador entre as espumas
pesca peixes de fúlgidas escamas. |
VOZ LOGINQUA
Tradução de Solon Borges dos Reis
“Ninguém jamais te amará,
como eu te amo”, repetiu
naquela suave tarde
perto da margem do rio,
em uma tarde distante
ouro e rosa do estio.
As pombas em revoada
e o eterno diapasão
das escondidas cigarras;
a monótona canção
que embora o vento levasse
vibra no meu coração.
Criança a quem quinze vezes
beijaram flores de abril,
deu-me seu puro carinho,
jovem, pálida e gentil:
os olhos os olhos tinha tristes,
as mãos de marfim flexil.
Nos céus resplendente palma
de nuvens desabrochou,
sob a vespertina calma,
invisível cão uivou;
no profundo de minha alma
um anjo branco chorou.
“Ninguém jamais te amará
como eu te amo”, repetiu...
ela na terra repousa,
perto da margem do rio,
não interrompem seu sono
as cigarros do estilo.
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