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Sobre Antonio Miranda
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

FRANCESCA RANDAZZO

 

 

Nace en Tegucigalpa el 7 de mayo de 1973. Es Docente en la Universidad Nacional Autónoma de Honduras,  del Liceo Franco Hondureño y de la Alianza Francesa.

Estudios: Maestría en Ciencias Sociales, FLACSO, Guatemala (2005); Licenciatura en Lenguas, Universidad Autónoma, Honduras (1999); Bachelor en Lenguas y Filosofía, École La Tilloye, Francia (1992)

 

Obra: Compás de Luz (2002) Tegucigalpa: Hondulibro; (2003) Guatemala: Letranegra ; A mar abierto (2000) Tegucigalpa: Scancolor; Roce de Tierra  (1998) Tegucigalpa: Alín  Editora.

 

Poemas extraídos de la revista chilena LA PATA DE LIEBRE, dirigida por el poeta Aristoteles España: www.lapatadeliebre.cl    

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

COMPAS DE LUZ

POEMAS DESDE HONDURAS

 

 

MI POZO

 

agujeros

escape de represas

FUENTE

implosión de luz

 

se vacía

el ojo de la frente

el ombligo

y el último dedo del último pié

 

se sabía de objetos

flotando en aguas nubladas

y

de

lanzas

abriendo los poros

 

p o co   a  p o c o

se fugó

la sustancia

 

todo

quedó

en un recuento mojado

 

aquellas grietas

que lo sacaron todo

son ahora rendijas

por las que se cuela el sol

 

(húmedamente vivos

- los ojos -

desérticamente muertos)

 

ese iris que se quedó sin arco

se volvió

un tragaluz

 

 

***

 

tu sombra

descompone con una sonrisa

el dolor

de todas las miradas

 

ella que cruza fronteras

y cubre de olas y de arenas

otras tantas

- yo seguiré

descubriendo espacios -

 

algunos recuentos

de estrellas en nuestras pupilas,

de la verdad y de otros planetas

que giran en sus órbitas,

son el sol

que puedo evocar

corriendo entre mis manos

- como el calor de las historias

que trajiste

para curar heridas y borrar cicatrices-

 

tu mirada en la sombra

abre

otro

agujero

por el que sólo entra la luz

 

 

***

 

vida

me atrevo a pronunciar tus colores

a ver la luz

entre tus cadenas

como un lazo de  palabras

 

vida

denunciada

en el cuidado

con que nace desde las piedras

 

te escucho

en el matiz del silencio

al deshacerse la puerta

cerrada por dentro

 

alma que crece

movimiento

    y carnada

pensamiento

dedos de mis pies

lengua

nervio

nube de todas las formas

ojo que las crea

 

quiero hacer el mapa de tu piel

tirarla toda al viento

y aprender a volar

sin el tono del vacío

 

vida

objetivo y zoom

mundo que se abre

después de haberme estrechado

tantos brazos

 

 

______________________________

 

          NUESTROS CIELOS

 

 

                       un árbol

                       una roca

                      una nube

                       tu mano

             contra el vértigo

 

 

______________________________

 

Amigo Angel

Tegus no te olvida

aunque con otro disfraz

lleva

la misma semilla

 

 

de blanco y negro

Angel de un tiempo

que nunca vio

Revolución ni Esperanza

 

Tegucigalpa de entonces

habla

de mi propio minuto

y del signo en las estrellas

 

de un mundo sumergido

en el abandono

por una mano anónima

 

suya

mía

 

***

 

cielo nublado

luz de estrellas

individualizadas

o rotas

en gotas de agua

 

rueda

duda azul

alucinógena

pronunciada en tus palabras

 

ángulos que engullen                    

la vista del lago

declarando la vida                         

(la brisa

enmudece

en cada hoja)

 

ámbar reflejo                

en discretas flores                                

(angustia de orquídeas

que claman

cien años de asenso)

 

tu fauna    

aflora                   

en pequeñas expresiones                            

(guardianes dormidos

que inventan leyendas)

 

***

 

 

                    Tegucigalpa

                 cerro de cuevas

               boca abierta al cielo

        que se detiene en un domingo

 

           está borrado el horizonte

                      encerrada

                  esta tierra quema

           mientras crecen  las nubes

 

 

***

 

 

Nicaragua

calles nuevas

calles destrozadas

cicatriz de un fruto

 

Managua de rojo

fogosa del imperio

tristeza

de la faz metálica

 

***

 

 

en el recuento de adentros

unas mitades avanzan

otras

se clavan los pechos

en los muros

 

en el despacio tácito

el cielo es mitigado

en la ciudad

del corazón que nos habita

   

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Antonio Miranda

 

 

MEU POÇO

 

furos

escape de represas

FONTE

implosão de luz

 

esvazia

o olho da frente

o umbigo

e o último dedo do último pé

 

sabia dos objetos

flutuando em água nubladas

e

de lanças

abrindo os poros

 

p o u c o  a  p o u c o

esvaiu-se

a substância

 

tudo

ficou

num recanto molhado

 

aquelas rachaduras

que sugaram tudo

são agora fendas

por onde filtra o sol

 

(umidamente vivos

— os olhos —

deserticamente mortos)

essa íris que restou sem arco

tornou-se

uma clarabóia.

 

 

***

 

tua sombra

decompõe-se em sorriso

a dor

de todas as miradas

 

ela que cruza fronteiras

e cobre com ondas e areias

outras tantas

— eu seguirei

desvendando espaços —

 

algum inventário

de estrelas em nossas pupilas,

da verdade e de outros planetas

que giram em suas órbitas,

são o sol

que posso evocar

correndo entre minhas mãos

— como o calor das histórias

que touxeste

para sarar feridas e apagar cicatrizes —

 

tua mirada na sombra

abre

outra

fresta

por onde só entra a luz

 

 

***

 

Vida

me atrevo a pronunciar tuas cores

a ver a luz

entre tuas correntes

como um laço de palavras

 

vida

denunciada

no cuidado

com que nasce das pedras

 

te escuto

no matiz do silêncio

al desfazer-se a porta

fechada por dentro

alma que cresce

movimento

   e carnadura

pensamento

dedos de meus pés

língua

nervo

nuvem de todas as formas

olho que as cria

 

quero traçar o mapa de tua pele

lançaria tudo ao vento

e aprender a voar

sem o tom do vazio

 

vida

objetivo e zoom

mundo que se abre

depois de haver-me abraçado

tantos braços

 

 

______________________________

 

          NOSSOS CÉUS

 

                   uma árvore

                   uma rocha

                   uma nuvem

                   tua mão

         contra a vertigem

 

 

______________________________

 

Amigo Anjo

Tegus não te olvida

mesmo com outro disfarce

leva

a mesma semente

 

de branco e negro

Anjo de um tempo

que nunca viu

Revolução nem Esperança

 

Tegucigalpa de então

fala

de meu próprio minuto

e do signo nas estrelas

 

de um mundo submerso

no abandono

por uma mão anônima

 

sua

minha

 

 

***

 

 

céu nublado

luz de estrelas

individualizadas

ou rotas

em gotas de água

 

roda

dúvida azul

alucinógena

pronunciada em tuas palavras

 

ângulos que engolem

a vista do lago

declarando a vida

(a brisa

emudece

em cada folha)

 

âmbar reflexo

em discretas flores

(angústia de orquídeas

que clamam

cem anos de assenso)

 

tua fauna

aflora

em pequenas expressões

(guardiões dormidos

que inventam lendas)

 

 

***

 

 

Tegucigalpa

cerro de covas

boca aberta ao céu

que se detém num domingo

 

está apagado o horizonte

encerrada

esta terra queima

enquanto crescem as nuvens

 

 

***

 

Nicaragua

ruas novas

ruas destruídas

cicatriz de um fruto

 

Managua de rubro

fogosa de império

tristeza

da face metálica

 

 

***

 

no reconto de adentros

umas metades avançam

outras metades avançam

outras

cravam os peitos

nos muros

 

na dilação tácita

o céu mitigado

na cidade

do coração que nos habita





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