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CLAUDIO BARRERA
( 1912-1971 )

 

Claudio Barrera é o pseudônimo do poeta hondurenho Vicente Alemán.

 

 

TEXTO EM ESPAÑOL    -    TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

UN PEDAZO DE TIERRA

 

Un pedazo de tierra,

es también paz y sombra y compañia.

Además de pedazo de tierra.

 

Es amor en la ausencia

y es la caricia grata

que da la compañera.

Además de pedazo de tierra.

 

Es el hijo que nace igual que las espigas

y los granos de trigo.

Es la novia, la madre y el amigo.

Además de pedazo de tierra.

 

Es casi el corazón latiendo a gritos

en la paz de los patios.

Es algo que jamás se nos separa,                   |

algo que está en nosotros.                         !

Además de pedazo de tierra.

 

Es canto que se pega a los labios

como un beso del viento.

Es el temblor del agua en el invierno

y el verano sediento.

 

Un pedazo de tierra es compañía

porque es sangre y espíritu

y nos hace vivir

con la diafanidad de la poesía.

 

Un pedazo de tierra

es sepulcro

y es grata compañía...

 

 

****

 

 

 

Amor de mansedumbre

 

 

Señor, ¡qué mansedumbre la del amor pequeño!
El amor que se queda silencioso en la espera
sabiendo que no llega ni siquiera en el sueño.

 

Señor, ¡qué mansedumbre la del amor pequeño!

He visto el alma humana de rodillas, y pienso
que desgarrado el sueño nada importa la espera
porque si llega un día será un instante inmenso.

 

Y oirán por la vez última una voz conmovida
que ni ofende a la muerte ni suplica a la vida
sino que humilde, humilde, como un amor pequeño,
pide que le devuelvan la devoción del sueño.

 

Señor, ¡qué mansedumbre la del amor pequeño!


 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

UM PEDAÇO DE TERRA

 

Um pedaço de terra
é também paz e sombra e companhia.
Além de um pedaço de terra.

 

É amor na ausência
e é a carícia grata
que dá a companheira.
Além de um pedaço de terra.

 

É o filho que nasce igual que as espigas
e os grãos de trigo.
É a noiva, a mãe e o amigo.
Além de um pedaço de terra.

 

É quase o coração latejando a gritos
na paz dos pátios.
É algo que jamais nos separa,
algo que está em nós.

Além de um pedaço de terra.

 

É canto que prega nos lábios
como um beijo no vento.
É o tremor da água no inverno
é o verão sedento.

Um pedaço de terra é companhia
porque é sangue e espírito
e nos permite viver
com a diafanidade da poesia.

Um pedaço de terra
é sepulcro
e grata companhia.

 

 

 

***

 

AMOR DE MANSIDÃO

 

Senhor, que mansidão a do amor pequeno!
O amor conformado silencioso na espera
sabendo que não chega nem sequer no sonho.

 

Senhor, que mansidão a do amor pequeno!

Vi a alma humana de joelhos e penso
que desgarrado o sonho, nada importa a espera
porque se chega um dia será um instante imenso,

 

E ouvirão pela última vez uma voz conhecida
que nem ofende a morte nem suplica à vida
mas que humilde, humilde, como um amor pequeno,
pede que lhe devolvam a devoção do sonho.

 

Senhor, que mansidão a do amor pequeno...

 

        (Tradução: SOLON BORGES DOS REIS)

 

 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2014; AMPLIADA em dezembro de 2019

 

 

 


 

 

 
 
 
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