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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

POESÍA ESPAÑOLA
Coordinación de AURORA CUEVAS CERVERÓ
Universidad Complutense de Madrid
 

 

 

PACO DOBLAS

 

(Málaga, España, 1967)

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL – TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

MOVIMIENTO

 

………….Cuando vivIr se convierte en un lujo

……………………cuaNdo huele a cementerio la paz

…………..cuando la Democracia es una piedra fósil

……..……cuando la lIbertad ya no sabe volar

y sólo nos queda el Grito y la esperanza

……….………………caNsada de gritar y de esperar

……….entonces salgAmos a las plazas

………….….a cantar lO posible y lo imposible

como la última poSibilidad.

 

(Málaga, 1967) 

 

 

DISIDENTES - ANTOLOGÍA DE POETAS CRÍTICOS ESPAÑOLES (1990-2014)  Selección y edición de Alberto García-Teresa.  Madrid: La Oveja Roja, 2015.  449 p.  13,5x21,5 cm.  ISBN 978-84-16227-04-4  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         En mi ciudad

En mi ciudad ya no existe la noche
se apaga el Sol y encienden las farolas

en mi ciudad ya no vive el silencio
lo mató un griterío de neumáticos

en mi ciudad enterraron la tierra
debajo de baldosas y de asfaltos

en mi ciudad los árboles y flores
sufren de claustrofobia en los jardines

en mi ciudad es menos azul el cielo
y tosen los pájaros enfermos

en mi ciudad la calma y la beleza
las atropelló la prisa el outro día

la lluvia es menos lluvia em mi ciudad
ya no empapa ni hace brotar cosechas

el viento es menos viento en mi ciudad
y apenas ni se escucha su lamento

¿Qué queda en mi ciudad? sólo cemento
sólo muertos vivientes y viandantes

¿Qué queda en mi ciudad después de todo?
tan sólo multitud en soledad.

                  (De Construcciones y derribes (2011))

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Antonio Miranda

 

MOVIMENTO

 

………….Quando vIver se converte em um luxo

…………quaNdo a paz cheira a cemitério

…………..quando a Democracia é uma pedra fóssil

……..……quando a lIberdade já não sabe voar

e apenas nos resta o Grito e a esperança

……….………………caNçada de gritar e de esperar

……….então saiAmos às praças

………….….a cantar O possível e o impossível

como a última posSibilidade.

 

(Málaga, 1967) 

 

 

         Em minha cidade

Em minha cidade já não existe a noite
se apaga o Sol e acendem os faróis

em minha cidade já não vive o silêncio
matou-o a gritaria dos pneumáticos

em minha cidade enterraram a terra
debaixo de lajotas e de asfalto

em minha cidade as árvores e flores
sofrem de claustrofobia nos jardins

em minha cidade o céu é menos azul
e os pássaros tossem enfermos

em minha cidade a calma e a beleza
atropelou-as a pressa um dia desses

a chuva é menos chuva e minha cidade
já não encharca nem faz brotar colheitas

o vento é menos vento em minha cidade
e apenas escutamos seu lamento

Que resta em minha cidade? apenas cimento
apenas mortos viventes e viandantes

Que resta em minha cidade depois de tudo
apenas multidão em solidão.

                  (De Construcciones y derribes (2011))

 

 

Página publicada em abril de 2017

 

        

 

 

 



 
 
 
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