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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESÍA ESPAÑOLA / POESIA ESPANHOLA

Coordinación/coordenacão de AURORA CUEVAS CERVERÓ

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Fuente: www.fuentetajaliteraria.net

 

GRACIELA BAQUERO

 

Poeta española. Nació en Pontevedra, España en 1960. Cursó estudios de Filosofía en la Universidad Autónoma de Madrid (1985). Fue galardonada con el premio de poesía de la Universidad Politécnica de Madrid y el Premio Internacional Puerta de Oro de relatos, con el que publicaría su libro Pintura sobre agua (1990).

 

Libros de poesía: Contactos (1985), Los ojos boca arriba (1986), Oficio de frontera (1988) y Crónicas de olvido (1997).

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL / TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

CIUDAD DORMITORIO

              

Al pasar

las construcciones la retrasan

la distraen

sonándose unas contra otras.

 

Y ahí está el aire

dispuesto a arrastrarla.

 

El otoño nunca vuelve

esta temperatura ayuda a morir sin espanto.

 

La mujer busca dónde dormir

en las puertas de las grandes sucursales

y sueña

que realmente duerme.

 

ZOOFILIA

 

Soy el olfato de ese perro

esa dirección que llega

pone el hocico entre mis piernas

y manso reconoce

 

Es entonces cuando mi hembra

se queda sin mujer.

 

 

EL SUEÑO

 

Todo es luz para los ojos móviles del sueño
bajo los párpados se despliega
la plácida temperatura de una playa
y allí está él y ella que era yo
sin más sonido que la presencia del otro

enfrentados
doblándonos sábanas
haciendo coincidir las puntas del afecto
él y ella que era yo se acercaban y separaban
por la exacta medida de la tela

 

 

CONSUMO y me enfermo

Hago más basura de la necesaria.

 

 

EL ACARICIA mis piernas mientras se lamenta sin dolor.

Yo estoy casi cerca

Casi prodríamos aliarnos, pertenecernos

Pintarnos la boca mutuamente.

 

Pero sin saber provoco una estampida.

Tengo un objeto ardiendo en la mano.

Tengo la mano abierta y te lo enseño.

No toques o te quemas. Aqui no hay delito ni piedad.

 

El ojo del poeta cierra el mundo.

 

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TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

CIDADE DORMITÓRIO

              

Ao passar

as construções se atrasam

as distraem

ressoando umas com as outras.

 

E aí está o ar

disposto a arrastá-la.

 

O outono nunca volta

esta temperatura ajuda a morrer sem espanto.

 

A mulher busca onde dormir

nas portas das grandes sucursais

e sonha

que realmente dorme.

 

Observando

a gente destrói sua moradia.

 

 

ZOOFILIA

 

Sou o olfato deste cão

essa direção que chega

põe o focinho entre minhas pernas

e manso reconhece

 

É então quando minha fêmea

fica sem mulher.

 

 

O SONHO

 

Tudo é luz para os olhos móveis do sonho

sob as pálpebras se desdobra

a plácida temperatura de uma praia

e ali está ele e ela que era eu

sem mais som que a presença do outro

enfrentados

dobrando-se os lençóis

fazendo coincidir as pontas do afeto

ele e ela que era eu se aproximavam e separavam

pela exata medida da tela

 

 

CONSUMO e me enfermo

Produzo mais lixo do que o necessário.

 

 

ELE ACARICIA minhas pernas enquanto lamenta sem dor.

Eu estou quase perto

Quase poderíamos aliar-nos, pertencer-nos

Pintar-nos a boca mutuamente.

 

Mas sem saber provoco um estampido.

Tenho um objeto ardendo em minha mão.

Tenho a mão aberta e te mostro.

Não toque porque te queimas. Aqui não há delito nem piedade.

 

O olho do poeta encerra o mundo.

 

 

Página publicada em dezembro de 2007




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