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CARLES RIBA
(1893-1959)
Nasceu em Barcelona, Catalunha, Espanha.
Formado em Letras e Direito. Professor universitário de Literatura e de Grego. Tradutor ao catalão das Eglogas, de Virgílio; da Odisseia, de Homero; das Vidas paralelas, de Plutarco; das tragédias de Esquilo e Sófocles. Tradutor, também, de Poe, Hõlderlin, Kaváfis e outros. (...)
4 POETAS DE CATALUNHA. Organização e tradução de LUis Soler. Florianópolis, SC:
Editora UFSC, 2010. 116 p. 12,5x19 cm. Inlcui os poetas: Joan Maragall, Carlos Riba,
Joan Oliver (Pere Quart), Salvador Espriu. Ex. bibl. Antonio Miranda
DEL PRIMER LLIBRE D'ESTANCES - 1919
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Hem estat com la gent nada a la riba erma
davant l´innumerable somriure de la mar,
la gran temptació a poc a poc desferma
les voluntats ardides dei trist costum avar.
I un dia se'ls enduu, com d'una revolada,
ells, amb els seus records, els seus deus i els seus cants,
per si descobririen una terra daurada
enllà de les tenebres profundes i onejants.
Davant l'esguard errívol deis nauxers d'aventura
la verge mar es pobla d'illes amb ports fidels;
mes cap dolçor terral no iguala llur fretura:
sempre demanen una ruta nova ais estels.
I mes sestimen la infinita mar deserta,
i eis vents que s´escometen pels volubles camins;
de la sonora lluita la nau son vol conserta:
tal nostra vida, Amor, d'un combat de destins.
DO PRIMEIRO LIVRO DE ESTÂNCIAS - 1919
24
Somos como os nascidos em ribamares ermas
defrontando o sorriso múltiplo do mar;
a grande tentação pouco a pouco soergue
as vontades audazes do mero vagar.
E um dia os leva embora, com súbita lufada:
eles, suas memórias, os seus deuses e cantos,
na esperança de achar uma terra dourada
do outro lado das trevas profundas e ondeantes.
Diante do olhar errante dos nautas da aventura
o jovem mar desvenda ilhas com angras certas,
mas as folgas terrenas não minguam sua procura
e eles pedem aos astros novas rotas abertas.
E preferem do mar a imensidão deserta
e os ventos que se agridem por volúveis caminhos:
com a sonora luta, a nau seu voo acerta.
Tal nossa vida, Amor, na luta dos destinos.
DÉU CONTEMPLA EL MÓN, A L´ESTIU
Tot és en ordre dins la tarda
tèrbola deL seu blau
sobre el seu or, covarda
talment d'un Ull que s'hi complau
llangorosament, oh vitrina
per a una peresa divina
delectar-se en les coses, fins
que, més curiós de sa pura
joia, l´Amo en torna la cura
- barroers servents — als destins.
DEUS CONTEMPLA O MUNDO, NO VERÃO
Tudo está em ordem nesta tarde
turva do seu azul
sobre o seu ouro, covarde,
parece, de um Olho que vagueia
languidamente - ó cenário
para um ócio divino
se deleitar nas coisas! — até
que, mais curioso de seu puro
gozo, o Patrão reintrega tudo ao zelo
— desajeitados servos — dos destinos.
Página publicada em agosto de 2019
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