OCHOA, Américo. Círculo vicioso. San Pedro de Montes de Oca, Costa Rica: Manija, 2005. Folha com dobraduras. Ex. bibl. Antonio Miranda
ARTAUD
ESTACIÓN SECA
i.
COMO la pasión
que no sale de mi pluma
quedaste,
com tu figura indeleble.
ii.
Comulgaré mi voz
con tus marejadas.
Con los sueños que no sabes porqué.
Con los toros que te persiguen,
con esse rio asesino,
con los perros que te ladran
como a la luna;
(luna de luna y toro
Como en los cuadros de Picasso o de Miró).
iii.
Hoy bebí
tu estación lluviosa
en el trópico vital
de la caricia.
VENID
VENID,
venid arcángeles de lulz
a mí,
a mi sed
de niño ahogado en el río de los sueños.
Venid,
que ni toda la fe fue posible
ni toda la risa
suficiente.
CÍRCULO VICIOSO
ÁBRASE DE nuevo la palabra
en la misma palabra de siempre/
que se diga uma y otra vez
lo bello que se dijo
y se repita por siempre y sin dueño
lo que no se há dicho.
Que se abran los círculos
y asistan a la voz los prognóstico del tempo/
el fulgor de las luciérnagas
y el ave.
Venga a la palabra
lo del Viejo y Nuevo testamento/
lo voquible del Primero al Séptimo Día/
acudan las chispas redondas/
meridiano y paralelos de la esfera
y de pupilas.
Conformen pues a la palabra
el invento de la rueda/
lo aros de fuego
por donde passa el tigre/
aspas/molinos
la rueca/los eclipses/
los ciclos estacionales/
órbitas enteras com sus planetas y sus soles.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda
ARTAUD
ESTAÇÃO SECA
i.
COMO a paixão
que não sai de minha caneta
ficaste,
com tua figura indelével.
ii.
Comungarei minha voz
com teus marulhos.
Com os sonhos que não sabes porquê.
Com os touros que te perseguem,
como esse rio assassino,
com os cães que ladram para ti
como à lua;
(lua de lua e touro
Como nas pinturas de Picasso ou de Miró).
iii.
Hoje bebi
tua estação chuvosa
no trópico vital
da carícia.
VENHAM
VENHAM,
venham arcanjos de luz
a mim,
à minha sede
de menino afogado no rio de sonhos.
Venham,
que nem toda fé foi possível,
nem todo o riso
suficiente.
CÍRCULO VICIOSO
ABRA-SE DE novo a palavra
na mesma palavra de sempre/
que se diga uma e outra vez
o belo que foi dito
e se repita para sempre e sem dono
o que não foi dito.
Que se abram os círculos
e assistam à voz as previsões do tempo/
o fulgor dos vaga-lumes
e a ave.
Venha à palavra
o do Velho e Novo testamentos/
o vocábulo do Primeiro ao Sétimo Dia/
acudam as faíscas redondas/
meridianos e paralelos da esfera
e de pupilas.
Conformem então à palavra
a invenção da roda/
os aros de fogo
por onde passa o tigre/
aspas/moinhos
a roca/os eclipses/
os ciclos das estações/
órbitas inteiras com seus planetas e seus sóis.
Página publicada em julho de 2014.