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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

VICTORIO APÜSHANA

 

 

TEXTOS EM ESPAÑOL   /   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

WAYÜU

 

Yo nací en una tierra luminosa.

Yo vivo entre luces, aún en las noches.

Yo soy la luz de un sueño antepasado.

Busco en el brillo de las aguas, mi sed.

Yo soy la vida, hoy.

Yo soy la calma de mi abuelo Anapure,

que murió sonriente...

 

 

JIERRU

(Mujer)

 

La vida está aquí, plena, entre mujeres...

Mi hermana, la mañana.

Mi mujer, la tarde,

Mi madre, la noche.

Mi abuela, el sueño.

Su festejo, como las casimbas,

es breve y profundo.

 

 

...A MMÁ, LA TIERRA

 

Mmá, la tierra, guarda su bien

para los pasos suaves...

Arrojarás, en ella, las semillas

                            /propias

y nacerán compañías generosas.

 

Mmá, la tierra, sueña

Con la humedad de tus pasos...

Arrojarás, en ella, las gotas

      /rojas de la resistência

y aumentarás la calma de conocer.

 

 

WOUMAIN

(Nuestra tierra)

 

Cuando vengas a nuestra tierra,

descansarás bajo la sombra de

                   /nuestro respeto.

 

Cuando vengas a nuestra tierra,

Escucharás nuestra voz, también,

en los sonidos del anciano monte.

 

Si llegas a nuestra tierra

con tu vida desnuda

seremos un poco más felices...

y buscaremos agua

para esta sed de vida, interminable.

 

 

KATÁ-OUU

(Vida)

 

Por la fuerza de estar vivo,

siguen los del cactus

alimentando la paz de los pájaros.

Siguen mis ojos

Encontrando

a Iwa y Jujou (...)

 

Siguen los sueños

conciliándonos

con nuestros muertos.

 

 

ALAÜLA

(Tío materno)

 

Cuando murió mi tío Cature

comencé la locura de alcanzar a

                                      /nado

el sol rojo del horizonte.

 

Desde entonces mi hermanita Oumala

me espera en la playa

para irnos juntos a la ranchería.

 

 

IPA

(Piedra)

 

Allí la piedra de siempre,

La de los ancetros:

Que guarda miradas,

Que guarda lagartos.

Es la piedra de tantos muertos,

De tantas lluvias:

Que guarda gritos,

Que guarda plantas.

Es la piedra de tantos vivos,

De tantos silencios:

Que guarda corazones,

Que guarda serpientes.

Allí volverán a cantar

Los pajaritos

Para sacar los sueños.

 

 

GLOSARIO:  Iwa: constelación de las Pléyades, que domina en temporada de las lluvias ligeras (abril-mayo); Joyou: estrella “Arturo”, que domina en temporada de las lluvias abundantes (octubre-noviembre); Wayüu: grupo étnico que habita el centro y norte de la península de La Guajira. 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Antonio Miranda

 

 

WAYÜU

 

Eu nasci numa terra luminosa.

Eu vivo entre luzes, mesma de noite.

Eu sou a luz de um sonho antepassado.

Busco no brilho das águas, minha sede.

Eu sou a calma de meu avô Anapure,

que morreu sorridente...

 

 

JIERRU

(Mulher)

 

A vida está aqui, plena, entre mulheres...

Minha irmã, a manhã.

Minha mulher, a tarde.

Minha mãe, a noite.

Minha avó, o sonho.

Seu festejo, como as cacimbas,

é breve e profundo.

 

 

...A MMÁ, A TERRA

 

Mmá, a terra, guarda seu bem

para os passos suaves...

Lançarás, nela, as sementes

                            /próprias

e nascerão companhias generosas.

 

Mmá, a terra, sonha

com a umidade de teus passos...

Lançarás, nela, as gotas

         /vermelhas da resistência

e aumentarás a calma do conhecer.

 

 

WOUMAIN

(Nossa terra)

 

Quando vieres a nossa terra,

Descansarás na sombra de

                   /nosso respeito.

 

Quando vieres a nossa terra,

escutarás nossa voz, também,

nos sons do monte ancião.

 

Se chegas em nossa terra

com tua vida desnuda

seremos um pouco mais felizes...

e buscaremos água

para esta sede de vida, interminável.

 

 

KATÁ-OUU

(Vida)

 

Por força de estar vivo,

seguem os frutos do cacto

alimentando a paz dos pássaros.

Seguem meus olhos

encontrando

a Iwa y Joyou (...)

 

Seguem os sonhos

conciliando-nos

com nossos mortos.

 

 

 

ALAÜLA

(Tio materno)

 

Quando meu tio Cature morreu

comecei a loucura de alçar a

                            /nado

o sol vermelho do horizonte.

Desde então minha irmãzinha Oumala

me espera na praia

para irmos juntos à aldeia.

 

 

IPA

(Pedra)

 

Ali a pedra de sempre,

A dos ancestros:

Que guarda miradas,

Que guarda lagartos.

É a pedra de tantos mortos,

De tantas chuvas:

Que guarda gritos,

Que guarda plantas.

É a pedra de tantos vivos,

De tantos silêncios:

Que guarda corações,

Que guarda serpentes.

Ali tornarão a cantar

Os passarinhos

para livrar-se dos sonhos.

 

 

GLOSSÁRIO: Iwa: constelação das Plêiades, que domina a temporada de chuvas ligeiras (abril-maio); Joyou: estrela “Artur”, que domina a temporada das chuvas abundantes (outubro-novembro); Wayüu: grupo étnico que habita o centro e norte da península de La Guajira.

 

 

Poemas extraídos da obra: ANTOLOGIA POÉTICA BRASIL – COLÔMBIA (PARA CONOCERNOS MEJOR); org. de Aguinaldo José Gonçalves (Brasil) e Juan Manuel Roca (Colômbia).  São Paulo: Editora UNESP; Asociación de Editoriales Universitarias de Colomnbia –Aseuc, Universidad de Antioquia, 1996.

Exemplar doado por Aricy Curvello para a Biblioteca Nacional de Brasilia.

 

Página publicada em abril de 2008.



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