2
AYER
Píntame sapos en el cuerpo.
pero sobre todo en mi espalda;
no dejes de lado mis pies
y mi pecho.
Píntame muchos
y quer alegres salten
por mis humedades.
Píntame sapos lentamente
guiados de tu mano.
Deja que ella sea tu trazo y mi veneno.
4
PENÉLOPE
Perdido en la maraña
de la espera
están tus cantos
de amor erótico.
Olvidaste —hace ya tiempo— destejer tu llanto
y ahora tus palabras están presas.
Nada dicen;
solo exhalan un flerte olor a naftalina.
5
SIN TÍTULO
No estamos muy distantes de la muerte.
A un passo quizá,
un guiño,
una sonrisa.
Estamos tan cerca
que ya se siente
el aroma marchito de las rosas.
7
RUTINA
Ya me canse de tu sonrisa,
de tus ojos, de tu cara...
Ya me canse
perso nos gusta mentirnos.
ARISTIZÁBAL, Merardo. Botella al mar. Poesía. ???:Ediciones de bolsillso Saratapalabras,2018. 63 p. x cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
1
SUICIDA
Es mentira todo lo que nos han dicho.
M. A.
El minotauro pone su pecho febril
ante el afilado borde de tu espada.
Su deseo
—Entiéndelo Teseo—,
es voluntario.
Él sólo quiere dar un salto al vacío.
Um vuelo sutil a la eternidad.
3
SENTENCIA
Volvamos a la fiesta del papel
y la palabra.
Tomemos por assalto las calles,
los parques
y los sueños.
Que la poesía sea
nuestro pan de cada día.
8
INVASIÓN
Tienes todo lo mío.
Tengo todo lo tuyo.
Quedamos vacíos
pero llenos de otro.
38
BOTELLA AL MAR
Navego en un mar de papel
M. A.
Estas palabras
navegan
en busca de una isla.
Devolverlas no es posible
allí, un náufrago las leerá
con triste resignación.
Ellas, no calmarán
su sed.
76
CÁBALA
El amor
Y el desencanto
Tienen
Un pacto
Que
Se disuelve
en pranto.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
1
SUICIDA
É mentira tudo o que disseram.
O minotauro põe seu peito febril
frente à afiado corte de tua espada.
Seu desejo
—Entenda-o Teseu—,
é voluntário.
E apenas quer dar um salto no vazio.
Um voo sutil pela eternidade.
2
ONTEM
Pinta-me sapos no corpo,
mas sobretudo em minhas costas;
não deixe de lado meus pés
e meu peito.
Pinta-me muitos
e que alegres saltem
por minha umidades.
Pinta-me sapos lentamente
guiados por tua mão.
Deixa que ela seja teu traço e meu veneno.
3
DECISÃO
Regressemos à festa do papel
e à palavra.
Tomemos por assalto as ruas,
os parques
e os sonhos.
Que a poesia seja
nosso pão de cada dia.
4
PENÉLOPE
Perdido na babilônia
da espera
estão teus cantos
do amor erótico.
Esqueceste —já faz tempo— destecer teu pranto
e agora tuas palavras estão presas.
Nada dizem;
apenas exalam um forte odor de naftalina.
5
SEM TÍTULO
Não estamos muito longe da morte.
A um passo talvez,
um piscar de olho,
um sorriso.
Estamos tão perto
que já se sente
o aroma murcho das rosas.
7
ROTINA
Já me cansei de teu sorriso,
de teus olhos, de teu rosto...
Já me cansei
mas gostamos de mentir-nos.
8
INVASÃO
Tens tu que é meu.
Tenho tudo que é teu.
Ficamos vazios
mas cheios do outro.
38
GARRAFA AO MAR
Navego em um mar de papel
M. A.
Estas palavras
navegam
em busca de uma ilha.
Devolve-las não é possível
ali, um náufrago as lerá
com triste resignação.
Elas, não saciarão
sua sede.
76
CABALA
O amor
E o desencanto
Fizeram
Um pacto
Que
Se dissolve
Em pranto.
Página publicada em outubro de 2018