GERMAN CUERVO
Nació en Cali, Colombia, en 1950. Poeta, narrador y pintor. Estudió publicidad em la Universidad Jorge Tadeo Lozano. Ha obtenido vários garlardones por sus cuentos y novelas.
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
LA BROCHA DEL PINTOR
Soy triángulo isósceles y vengo pontiagudo
con una de mis aristas he hecho daño a alguien
ya lo sé no me lo ripitan
por eso lo digo en voz alta
¡soy triángulo isósceles y vengo puntiagudo!
vengo rompiendo hielos
rompo lo que se tiene que caer
quemo lo que ya va en cenizas
es mejor acabar con el mal de raíces
como dicen los pintores de paredes
lo que se va a caer que caiga
esta pared está enferma
por más que pinte encima de Ella
todas mis mejoras se van a caer
mi naturaleza es la del geométrico pintor
soy triângulo isósceles
y tumbo
lo que se va a caer
EL SOFÁ
De casualidad he visto outra vez el sofá
en un mercado de pulgas
mal acomodado y para la venta
una deprimente tarde de festivo
viejo sofá ¡qué impresión
me da verte!
¿cuántas veces?
fueron tardes de sofá
vespertinas de sofá noches de sofá vino y música
en tus lomos vi las estrellas
¿te acuerdas de Ella su falda de cuadros?
(que terminaba encima del televisor)
su bufanda su pelo revuelto en tu chalis
eres la negación del olvido
el testigo mudo
viejo sofá
tú que sabes tanto de chismes
y cosas polvorientas
tú que sabes tanto de reveses de tapicería
tú que sabes tanto de nalgas ¿no era ella toda divina?
¡cuántas veces no se durmieron sus nalgas
en tus mejillas!
eres prueba reina de mi fracaso
¡cómo no construí mi felicidad esas tardes de solaz!
¿dónde estabas? ¿qué ha pasado durante tantos años?
tuve mi oportunidad y la perdi
tablas desvencijadas cojines mullidos
desperdícios de vida tachuelas
pulgas que saltan para no volver
¡oh! Viejo sofá cuántga nostalgia
¡cuánta tristeza me traen tus lomos maternales
viejo sofá
deshilachado sofá
¡cómo pesas en mi vida!
no sé cómo tuve el valor
para despedirme del sofá y alejarme
de espalda al mar frente a mi alma
yo viejo mueble abandonado
Extraído de Revista de Poesía Prometeo. N. 81-82, año XXVI, 2008
Memorias del XVII FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESÍA DE MEDELLÍN
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
A BROCHA DO PINTOR
Sou triângulo isósceles e venho pontiagudo
com uma de minhas arestas causei dano a alguém
eu já sei não repitam
por isso eu digo em voz alta
sou triângulo isósceles e venho pontiagudo!
venho rompendo gelo
rompo o que tem que cair
queimo o que já vai em cinzas
é melhor acabar com o mal pela raiz
como dizem os pintores de parede
o que deve cair que caia
esta parede está doente
por mais que pinte sobre ela
todas as melhoras vão decair
minha natureza é a do geométrico pintor
sou triângulo isósceles
e tombo
o que tem que cair.
O SOFÁ
Casualmente voltei a ver o sofá
num mercado de pulgas
mal arrumado e posto à venda
uma deprimente tarde festiva
velho sofá que impressão
resulta ver-te!
quantas vezes?
foram tardes de sofá
vespertinas de sofá noites de sofá
vinho e música
em tuas espaldas vi estrelas
tu a recordas? a saia quadriculada?
(que termina sobre a televisão)
seu cachecol o cabelo solto em teu chale
és a negação do esquecimento
o mudo testemunho
velho sofá
tu que tanto sabes de boatos
e coisas poeirentas
tu que sabes tanto de revés de tapeçaria
tu que sabes tanto de nádegas não era ela tão divina?
quantas vezes não dormiram suas nádegas
em tuas faces?
és prova real de meu fracasso
como não construí minha felicidade naquelas tarde de solaz!
onde estavas? que aconteceu em todos esses anos?
tive minha chance e a perdi
tábuas desvencilhadas almofadas moídas
desperdício de vida arrebites
pulgas que pulam para não voltar
oh, velho sofá quanta saudade!
quanta tristeza tuas costas maternais
velho sofá
desmanchado sofá
como pesas em minha vida!
não sei como tive força
para despedir-me do sofá e afastar-me
de costas para o mar diante de minha alma
eu móvel velho abandonado
Página publicada em julho de 2008
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