OMAR CERDA
(1914-2003)
Advogado e poeta. Nasceu em Selva Oscura (Chile) e faleceu em Los Ángeles (EEUU). Prêmio de Poesia Inédita da Sociedad de Escritores de Chile, em 1939.
TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS
AUTORRETRATO
Yo tengo el corazón lleno de agujas
y una rosa de fuego en las entrañas.
Y como un lirio musical, mi sangre
de noche empieza a florecer guitarras.
Como un río de luces, como un cíngulo,
un mar de auroras en mis sienes canta.
Y en sordo llanto de zafiros crecen
aquí, en mi pecho, mariposas blancas.
Antigua soledad pule mi rostro.
Ancha segur de luz mi cuerpo labra.
En mí la playa se desnuda, y duerme
sobre mis labios una selva en llamas.
Y en mis manos, amigos, y en mis ojos
vibran nardos azules y campanas.
Y en mitad de la noche resplandece
mi corazón, como una recia lámpara.
AUTORRETRATO
Eu tenho o coração cheio de agulhas
e uma rosa de fogo nas entranhas.
E, como um lírio musical, meu sangue
põe-se de noite a florescer guitarras.
Como um rio de luzes, como um cíngulo,
um mar de aurora em minhas fontes canta.
E em surdo pranto de safiras crescem-
me aqui, no peito, borboletas brancas.
Antiga solidão me pule o rosto.
Um machado de luz meu corpo lavra.
Em minha praia se desnuda, e dorme
sobre os meus lábios, uma selva em chamas.
E em minhas mãos, amigos, e em meus olhos,
vibram azuis de nardos, e campanas.
E no meio da noite resplandece
meu coração, como uma rija lâmpada.
Tradução de AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA.]
Página publicada em maio de 2018
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