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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



BERNARDITA HURTADO VICUÑA


Poeta e ceramista, trabalha também com mosaicos e vidros. Nasceu em Santiago de Chile e veio para o Brasil em 1984. Depois de uma estada de dois anos no sul do pais, chegou a Brasília, onde reside atualmente.

A seguir, poemas extraídos da obra POEMAR, uma edição bilíngüe do Círculo de Estudos Clássicos de Brasília, em 2002.
 

TEXTOS EN ESPAÑOL  /   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

NOCHE

 

La noche cuelga de las estrellas

y yo me subo por ella

para tocar el timbre del alma

 

¿Dónde están?

¿Dónde están las almas de los cuerpos?

¿Dónde están las almas de los que ya se fueron?

¿En dónde está mi alma?

¿Encadenada a cuál puerto?

 

Transcurren los días con paciencia de minutero

 

Un cuadro en la pared se ha encerrado con llave

y no quiere conversar con nadie

"!POR FAVOR NO MOLESTAR!"

 

EI amor se marchita

se cierra como un paraguas

se guarda como un papel inútil

bosteza

y se encierra con sus recuerdos

 

 

SOLEDAD GRIS

 

Verano

embajada de goIondrinas

 se ha ido

 

 El sol

se resfrió esta mañana

y se acostó en la rama de un árbol temblando de frío

 

Nuestro amor

transfusión de carne

se ahoga con una piedra al pecho

y  la decepción cambia el valor de tus ojos

 

Nubarrones unen el cielo con mi estado de ánimo

 

Una flor perdió su paraguas

y el viento indiferente

la deshoja

 

Esta tarde

en una esquina de mi horizonte

una estrella sin nombre

me clavaba el corazón sin darse cuenta

 

Silencio

tu retrato se molesta con el eco de mi llanto.

 

 

ÍNTIMO

 

Todo me es familiar

como el susurro de tus pasos al abrir la puerta

tus pasos que avanzan como una campanada

espantando las palomas de mi pecho

al fondo de tus ojos se mece el horizonte

y el viento le da vuelo para que no haya naufragio

 

Yo te amo desde todos los rincones de mi alma

aunque a tus pies se eleve la estatua de ti mismo

como una flor perfecta .

(orgullosa porque tiene algo tuyo)

 

Yo te venero e el mar se pone de rodillas

 

Tú me hablas con una música desconocida

y las olas bailan en la punta de los pies

 

Yo te necesito en la historia que me cuento

para sentir tu pecho de hombre atardecido

 

Yo te contemplo ...

No sé cómo expresarte esta emoción

de lenguaje sin palabras

tan cargadas de sí mismas

y tengo miedo de que oigas mi sonrisa

cuando estás ahí

quebrado

tendido

cuando te haces el dormido

despertando toda mi ternura acumulada

en las noches abandonadas por la luz de una estrella

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Traduções de Beatriz di Paoli

 

 

NOITE

 

A noite pendura-se das estrelas

e eu subo por ela

para tocar o timbre da alma

 

Onde estão?

Onde estão as almas dos corpos?

Onde estão as almas dos que já se foram?

Onde está minha alma?

Encadeada a qual porto?

 

Os dias transcorrem com paciência de ponteiro

 

Um quadro na parede trancou-se à chave

e não quer conversar com ninguém

"FAVOR NÃO PERTURBAR"

 

O amor emurchece

fecha-se como um guarda-chuva

guarda-se como um papel inútil

boceja

e se encerra com suas recordações

 

 

SOLIDÃO GRIS

 

Verão

embaixada de andorinhas

foi-se

 

O sol

resfriou-se esta manhã

e se deitou no ramo de uma árvore tremendo de frio

 

Nosso amor

transfusão de carne

afoga-se com urna pedra ao peito

e a decepção muda o valor de teus olhos

 

Nuvens densas unem o céu com meu estado de ânimo

 

Uma flor perdeu seu guarda-chuva

e o vento indiferente

desfolha-a

 

Esta tarde

em urna esquina do meu horizonte

uma estrela sem nome

cravava meu coração sem se dar conta

 

Silêncio

teu retrato se incomoda

com o eco de meu pranto

 

 

ÍNTIMO

 

Tudo me é familiar

como o sussurro de teus passos ao abrires a porta

teus passos que avançam como uma badalada

espantando as pombas de meu peito

ao fundo de teus olhos o horizonte se embala

e o vento lhe dá vôo para que não haja naufrágio

 

Eu te amo de todos os recantos de minha alma

ainda que a teus pés se eleve a estátua de ti mesmo

como uma flor perfeita

(orgulhosa porque tem algo teu)

 

eu te venero e o mar se ajoelha

 

Tu me falas com uma música desconhecida

e as ondas dançam na ponta dos pés

 

Eu te necessito na história que me conto

para sentir teu peito de homem entardecido

 

Eu te contemplo ...

Não sei como te expressar esta emoção

de linguagem sem palavras

tão carregadas de si mesmas

e tenho medo de que ouças meu sorriso

quando estás ali

quebrado

deitado

quando finges estar dormindo

despertando toda minha ternura acumulada

nas noites abandonadas pela luz de uma estrela


        NOITE

      
A noite perdura-se das estrelas
        e eu subo por ela
        para tocar o timbre da alma

        Onde estão?
        Onde estão as almas dos corpos?
        Onde estão as almas dos que já se foram?
        Onde está minha alma?
        Encadeada a qual porto?

        Os dias transcorrem com paciência de ponteiro

        Um quadro na parede trancou-se à chave
        e não quer conversar com ninguém
        “FAVOR NÃO PERTURBAR”

        O amor emurchece
        fecha-se como um guarda-chuva
        guarda-se como um papel inútil
        boceja
        e se encerra com recordações

 

HURTADO VICUÑA, Bernardita.  Poemar.  Edição bilingüe.  Tradução:  Ed. Bilingüe.  Beatriz di Paoli.  Brasília: Círculo de Estudos Clássicos, 2002.      203 p.             
                                   Exemplar Biblioteca de Antonio Miranda



   
ESTAMOS UNIDOS

    
Estamos unidos
    por uma cadeia de esperanças perdidas
    pela angústia de vertigem
    que vai atrás de um reflexo

    Estamos unidos por um longo caminho
    que se forma e se deforma pelo vento
    quando a luz da tarde estica seu pescoço
    para nos dizer

    — “Até logo”

    Quando a lua sobe como um termômetro
    com o calor de teus beijos
    retendo minhas palavras
    para que seja uma noite interminável

    Em minha garganta brotam sementes de raízes imensas
    que saem de minha boca e penetram em teus lábios
    raízes que confundem minha dor com tua alegria
    e dilaceram meus contornos
    florescendo até tocar o céu
    raízes que confundem minha dor com tua alegria
    e dilaceram meus contornos
    florescendo até tocar o céu
    raízes que se balançam com tua voz
    no vaivém da língua
    que interrogam minha alma
    e interrompem meu silêncio

    Estamos unidos
    por uma inquietude de feras no cio
    e à espreita
    As árvores sussurram espiando nossos passos
    tua ternura sensível cosa minhas feridas
    quando a tarde se vai e se desinfla
    e se oculta de si mesma
    então meus olhares se esvaziam em teus olhos
    e se balança como uma pluma
    caindo lentamente sobre meu coração

    Meus ouvidos se fecham
    fortemente
    como uma porta
    para que não escape o perfume de tuas palavras


    
CÍRCULO

    
Tudo em branco
      como se nunca tivesse existido uma cor
      tudo em preto
      como se nunca tivesse existido um luz

      Um pálido reflexo de mim mesma
      se acende e se apaga em um caminho

      Ah! Dor... como te detesto!
      Como te arrancaria os olhos se isso servisse para algo!
                  Nada te comove!

      Esta é uma tarde como tantas que virão
      onde o silêncio pesa denso
      total!

      Uma porta palpita apenas
      aberta até a parede
      nunca esteve fechada!
 

 

NOCHE

La noche cuelga de las estrella
y yo me subo por ella
para tocar el timbre del alma

¿Dónde están?
¿Dónde están las almas de los cuerpos?
¿Dónde están las almas de los que ya se fueron?
¿En dónde está mi alma?
¿Encadenada a cuál puerto?

Transcurren los días con paciencia de minutero

Un cuadro en la pared se ha encerrado con llave
Y no quiere conversar con nadie
“¡POR FAVOR NO MOLESTAR!”

El amor se marchita
se cierra como un paraguas 
se guarda como un papel inútil
bosteza
y se encierra con sus recuerdos


ESTAMOS UNIDOS

Estamos unidos
por una cadena de esperanza perdidas
por la angustia del vértigo
que va tras un reflejo

Estamos unidos por un largo camino
que se forma y se deforma por el viento
cuando la luz de la tarde alarga su cuello
para decirnos
—“Hasta luego”

cuando la luna sube como un termómetro
con el calor de un tus besos
reteniendo mis palabras
para que sea una noche interminable

En mi garganta brotan semillas de raíces inmensas
que saleen de mi boca y penetran en tus labios
raíces que confunden mi dolor con tu alegría
y desgarran mis contornos
floreciendo hasta golpear el cielo
raíces que se mecen con tu voz
en el vaivén de la lengua
que interrogan mi alma
e interrumpen mi silencio

Estamos unidos
por una inquietud de fieras en celo
y en acecho
Los árboles susurran espiando nuestros pasos
tu ternura sensible cose mis heridas
cuando la tarde se marcha y se desinfla
y se oculta de si misma
entonces se vacían mis miradas en tus ojos
se dispersa la música
y se columpia como una pluma
cayendo lentamente sobre mi corazón

Se cierran mis oídos
fuerte
como una puerta
para que no se escape el perfume de tus palabras



 
      CÍRCULO

      
Todo en blanco
       como si nunca hubiese habido un color
       todo en negro
       como si nunca hubiera habido una luz

       Un pálido reflejo de mi misma
       en un rinconcito se prende y apaga

       ¡Ah! Dolor… ¡cómo te detesto!
       ¡Cómo te arrancaría los ojos si de algo sirviera!
                    ¡Nada te conmueve!
            
        Esta es una tarde tantas de las que vendrán
        en donde el silencio pesa denso
        ¡total”!

         Una puerta palpita apenas
         abierta hasta la pared
         ¡nunca estuvo cerrada!

  

 

*

Página ampliada e republicada em fevereiro de 2024.
     

 




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