RUBENS ZÁRATE
Santo André, SP, 1959.Produtor cultural na Secretaria Municipal de Cultura de Diadema, coordenador na Ponto de Cultura Laboratório de Poéticas, professor na rede estadual de ensino de SP. Formação acadêmica: Historiador e antropólogo, Universidade de São Paulo / USP. Publicou Pedra (1978), Barra (1978) e Medium coeli, Campus stellae (1980).
TEXTO EM PORTUGUÊS - TEXTO EN ESPAÑOL
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ANTOLOGÍA DE POESÍA BRASILEÑA, edición de Jaime B. Rosa. Organización Floriano Martins y José Geraldo Neres. Muestra gráfica y portada Hélio Rôla. Edición bilingüe Português - Español. Valencia, España: Huerga & Fierro editores, 2006. 247 p 13,5x21,5 cm. Poetas: Lucila Nogueira, Glauco Mattoso, Adriano Espínola, Beth Brait Alvim, Contador Borges, Donizete Galvão, Floriano Martins, Nicolas Behr, Jorge Lúcio de Campos, Vera Lúcia de Oliveira, Rubens Zárate, Ademir Demarchi, Ademir Assunção, Leontino Filho, Marco Lucchesi, Weydson Barros Leal, António Moura, Maria Esther Maciel, Rodrigo Garcia Lopes, José Geraldo Neres, Viviane de Santana Paulo, Alberto Pucheu, Fabrício Carpinejar, Salgado Maranhão, Sérgio Cohn, Rodrigo Petronio, Konrad Zeller, Pedro Cesarino, Mariana lanelli. Traductores: Adalberto Arrunátegui, Alfonso Pena, Aníbal Cristobo, António Alfeca, Benjamin Valdivia, Carlos Osório, Eduardo Langagne, Floriano Martins, Gladis Basagoitia Dazza, Luciana di Leone, Margarito Cuéllar, Marta Spagnuolo, Paulo Octaviano Terra, Reynaldo Jiménez e Tomás Saraví. Ex. bibl. Antonio Miranda.
[ELES ESCREVEM, ESSES RELÂMPAGOS]
Eles escrevem, esses relâmpagos
na carne. Eles escrevem na treva ofuscante da noite
da carne. Eles se escrevem a si mesmos.
Essas luzes,
esses coriscos se escrevem
na carne, na treva da noite da carne. Luzes
[coriscantes, essas lâminas
na pele, na carne em treva do poema,
essas lâminas se escrevem a si mesmas.
Essas luzes fugidias,
essas facas,
esses
dentes de cobra negra & sinuosa.
Essas adagas se escrevem na treva,
punhal subterrâneo.
Essas caudas de escorpião negro
que se escrevem a si mesmas, facas luzindo no breu,
esses gestos de relâmpago, para baixo & para dentro,
essas agulhas de aborto.
Essa carne sangrenta berrando
nos ganchos dos açougues. Essas luzes consoantes se
escrevem a si mesmas,
na treva ofuscante da noite
de seu próprio poema. Coriscos
afiados, essas arestas elétricas sobre tuas curvas de gata,
essas adagas se escrevem na pele. Facão
enterrado no jardim, na treva da noite da terra,
no sangue das ameixeiras sob a carícia de um machado,
esses relâmpagos se escrevem. Borram-se
em sua própria seiva negra, escrevem-se
a si mesmos & se rasuram. Escrevem-se & nunca se
[apagam:
a cicatriz de um clarão não sé fecha.
[ELLOS ESCRIBEN, ESOS RELÁMPAGOS]
Ellos escriben, esos relámpagos
en la carne. Ellos escriben en las tinieblas ofuscantes
[de la noche
de la carne. Ellos se escriben a sí mismos.
Esas luces,
esos destellos se escriben
en la carne, en las tinieblas de la noche de la carne.
Luces destellantes, esas hojas
en la piel, en la carne en tinieblas del poema,
esas hojas se escriben a sí mismas.
Esas luces fugitivas,
esas cuchillas,
esos
dientes de cobra negra & sinuosa.
Esas dagas se escriben en las tinieblas,
puñal subterráneo.
Esas colas de escorpión negro
que se escriben a sí mismas, cuchillas luciendo en la brea,
esos gestos de relámpago, para abajo & para adentro,
esas agujas de aborto.
Esa carne sangrienta gritando
en los ganchos de los mataderos. Esas luces
[centellantes se
escriben a sí mismas,
en las tinieblas ofuscantes de la noche
de su propio poema. Centellas
afiladas, esas aristas eléctricas sobre tus curvas de gata,
esas dagas se escriben en la piel. Cuchillo
enterrado en el jardín, en las tinieblas de la noche de
[la tierra,
en la sangre de los ciruelos bajo la caricia de un hacha,
esos relámpagos se escriben. Se diluyen
en su propia savia negra, escríbense
a sí mismos & se raspan. Escríbense & nunca se apagan:
la cicatriz de un resplandor nunca se cierra.
Página publicada em julho de 2014
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