RAUL BOPP
(1898-1984)
Nacido en la chacra de su abuelo paterno, en Vila Pinhal, municipio de Santa Maria, Rio Grande do Sul. A los doce meses lo llevaron para Tupanciretã (en guarani, Campo de la Madre de Dios), que tenía entonces una sola calle, camino de troperos, donde su padre se dedicaba a la industria de cueros. Descendiente de los primeros inmigrantes alemanes llegados en 1845, empezó sus viajes a los 16 años y nunca más paró.
Percorrió la pampa nativa, Argentina, Paraguay, Amazonía y muchos estados brasileños, al fin se formando en Derecho el año de 22. Murió en Rio de Janeiro después de un largo peregrinaje diplomático, que supo ejercer con esmero, igualmente desde el punto de vista cultural. Expresión mayor de la mezcla racial brasileña, ha sido un intérprete inigualable de la realidad y la magia indígena. Cuestionó el reto nativista como uno de los preclaros participantes. No es apenas el creador del fabuloso Cobra Norato, publicado por primera vez en 1931 y siempre mejorado a cada nueva edición. Es importante leer todos sus textos de intervención, oportunos, penetrantes, escuetamente redactados. Urucungo (1933) celebra la raza negra con su penosa labor en la construcción de Brasil.
Sin hipócrita piedad, viene impregnado de simpatía y humana adhesión, agregadas al valor histórico y psíquico mediante la sencillez magistral del lenguaje. Oswald de Andrade, su camarada pletórico, no exagera cuando se dispuso a hacerle justicia: "En Cobra Norato, por prirnera vez, se realizó la poesía brasileña grandiosa y sin fraude”. JOSÉ SANTIAGO NAUD
TEXTO EM PORTUGUÊS / TEXTO EN ESPAÑOL
TEXTE FRANÇAIS
COBRA NORATO
I
Um dia
ainda eu hei de morar nas terras do Sem-fim.
Vou andando caminhando caminhando.
Me misturo no ventre do mato mordendo raízes.
Depois
faço puçanga de flor de tajá de lagoa
e mando chamar a Cobra Norato.
— Quero contar-te uma história.
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar.
A noite chega mansinho.
Estrelas conversam em voz baixa.
Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
e estrangulo a cobra.
Agora sim
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo.
Vou visitar a rainha Luzia.
Quero me casar com sua filha.
— Então você tem que apagar os olhos primeiro.
O sono escorregou nas pálpebras pesadas.
Um chão de lama rouba a força dos meus passos.
II
Começa agora a floresta cifrada.
A sombra escondeu as árvores
Sapos beiçudos espiam no escuro.
Aqui um pedaço de mato está de castigo.
Arvorezinhas acocoram-se no charco.
Um fio de água atrasada lambe a lama.
—Eu quero é vera filha da rainha Luiza!
Agora são os rios afogados
bebendo caminho.
A água vai chorando afundando afundando.
Lá adiante
a areia guardou os rastos da filha da rainha Luzia.
—Agora sim
vou ver a filha da rainha Luzia.
Mas antes tem que passar por sete portas.
Ver sete mulheres brancas de ventres despovoados
guardadas por um jacaré.
Tem que entregar a sombra para o bicho do fundo.
Tem que fazer mironga na lua nova.
Tem que beber três gotas de sangue.
—Ah só se for da filha da mãe da rainha Luzia!
A selva imensa está com insônia.
Bocejam árvores sonolentas.
Ai que a noite secou. A água do rio se quebrou.
Tenho que ir-me embora
Me sumo sem rumo no fundo do mato
onde as velhas árvores grávidas cochilam.
De todos os lados me chamam:
— Onde vais, Cobra Norato?
Tenho aqui três arvorezinhas jovens à tua espera.
— Não posso.
Eu hoje vou dormir com a filha da rainha Luzia.
XXI
Esta é a entrada da casa da Boiúna.
Lá embaixo há um tremedal.
Aranhas peludas estão de guarda.
— Com pixê de mucura elas amansam.
Me afundo nesta gruta escura.
O chão oco ressoa.
Há fossas de boca inchada.
— Por onde será que isto sai?
— Sai na goela da Panela.
Ai o medo já me comicha a barriga.
Lá adiante
num estirão mal-assombrado
vai passando uma canoa carregada de esqueletos.
Ai que o Avô-morcego de mau agoiro me viu.
Então disfarce, compadre,
que aqui tem um escuro grande de se esconder.
Neste buraco de espia
pode-se ver a noiva da Cobra Grande.
Compadre, eu tremi de susto.
Parou a respiração.
Sabe quem é a moça que está lá embaixo ...
nuinha como uma flor?
— É a filha da rainha Luzia!
— Então corra com ela depressa
nuinha assim como está.
Não perca tempo, compadre
Jacaré já está na boca do poço.
Faça mandinga de atrapalhar.
Cobra Grande se acordou.
—Ai Quatro Ventos me ajudem!
Quero forças para fugir.
Cobra Grande vem-que-vem-vindo pra me pegar.
Já-te-pego. Já-te-pego.
— Serra do Ronca rola abaixo
tapa o caminho atrás de mim.
Ergam três muros de espinho
fumaças de ouricuri.
— Atira cinza pra trás para pegar distância.
Já-te-pego. Já-te-pego.
Tamaquaré, meu cunhado,
Cobra Grande vem-que-vem.
Corra imitando o meu rasto.
Faz de contas que sou eu.
Entrega o meu pixê na casa do Pajé-pato.
Torça caminho depressa
Que a Boiúna vem lá atrás
Como um trovejão de pedra.
Vem amassando mato.
Uei!
Passou rasgando mato.
Arvorezinhas ficaram de pescoço torcido.
As outras rolaram esmagadas de raiz para cima.
O horizonte ficou chato.
Vento correu correu
mordendo a ponta do rabo.
Pajé-pato lá adiante ensinou caminho errado:
— Cobra Norato com uma moça?
Foi pra Belém. Foi se casar.
Cobra Grande esturrou direito pra Belém.
Deu um estremeção.
Entrou no cano da Sé
e ficou com a cabeça enfiada debaixo dos pés de Nossa Senhora.
XXXII
—- E agora, compadre,
vou de volta pro Sem-fim.
Vou lá para as terras altas
onde a serra se amontoa
onde correm os rios de águas claras
em matos de molungu.
Quero levar minha noiva.
Quero estarzinho com ela
numa casa de morar
com porta azul piquininha
pintada a lápis de cor.
Quero sentir a quentura
do seu corpo de vai-e-vem.
Querzinho de ficar junto
quando a gente quer bem bem.
Ficar à sombra do mato
ouvir a jurucutu
águas que passam cantando
pra gente se espreguiçar.
E quando estivermos à espera
que a noite volte outra vez
eu hei de contar histórias
(histórias de não-dizer-nada)
escrever nomes na areia
pro vento brincar de apagar.
FAVELA
Meio-dia.
O morro coxo cochila.
O sol resvala devagarzinho pela rua
torcida como uma costela.
Aquela casa de janelas com dor-de-dente
amarrou um coqueiro do lado.
Um pé de meia faz exercícios no arame.
Vizinha da frente grita no quintal:
— João! Ó João!
Bananeira botou as tetas do lado de fora.
Mamoeiros estão de papo inchado.
Negra acocorou-se a um canto do terreiro.
Pôs as galinhas em escândalo.
Lá embaixo
passa um trem de subúrbio riscando fumaça.
À porta da venda
negro bocejou como um túnel.
“PADRE-NOSSO” BRASILEIRO
Olé Deus brasiliero, Deus de casa. Venha nos ajudar com a sua graça. Deixe o outro Deus metido em Roma (O que assusta as criancinhas que não rezam de noite, ocupado com a arrecadação de Padre-nossos). Fique aqui com a gente. O Brasil anda ruinzinho. Por favor, nos acuda (senão isso não vai). Precisamos de mágica. Queremos macumba. Feitiçaria. Qualquer coisa serve. Dê um jeito de perdoar as nossas dívidas (de imposto de renda, taxas de consumo O preço das coisas não pára. Imagine: cafezinho a 25 cruzeiros!) Não deixe o Brasil cair de novo em tentação e corrupção (desfalques na Caixa Econômica, Instituto de Aposentadoria e outras coisas). O feijão preto de cada dia dê-nos hoje (feijão com charque, arroz, média-pão-com-manteiga). Queremos renovar os nossos entusiasmos. Ter de novo um Brasil cheio de ternura, com embalos de rede e cata-piolhos: essa “Nêga Fulô; um Brasil que se diverte nas ruas com o “Bumba-meu-boi”; Brasil do Ascêncio Ferreira: “Hora de trabalhar? Pernas pro ar”. Amém
(1964)
REZENDE, Edgar. O Brasil que os poetas cantam. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958. 460 p. 15 x 23 cm. Capa dura. Ex. bibl. Antonio Miranda
MONJÔLO
(Chorado de Bate-pilão)
Fazenda velha. Noite e dia
Bate-pilão.
Negro passa a vida ouvindo
Bate-pilão.
Relógio triste o da fazenda
Bate-pilão.
Negro deita. Negro acorda
Bate-pilão.
Chega a noite. No silêncio
Bate-pilão.
Credor em cruz. Ave Maria
Bate-pilão.
Quando há velório de negro
Bate-pilão.
Negro levado pra cova
Bate-pilão.
("Urucungo")
TEXTO EN ESPAÑOL
COBRA NORATO
Traducción de Ángel Crespo
I
Un día
tengo yo que vivir en tierras del Sin Fin.
Voy andando caminando caminando.
Me confundo con el vientre del bosque mordiendo raíces.
Después
hago un filtro de flor de tayá de laguna
y mando llamar a Cobra Norato.
—Quiero contarte una historia.
¿ Vamos a pasear por aquellas islas despejadas?
Supón que hay luz de luna.
La noche llega suavemente.
Las estrellas conversan en voz baja.
Juego entonces a atarle una cuerda al pescuezo
y estrangulo a la bicha.
Ahora sí
me enhebro en esta piel de seda elástica
y salgo a correr mundo.
Voy a visitar a la reina Lucía.
Quiero casarme con su hija.
—Entonces tienes que cerrar los ojos primero.
El sueño ha resbalado por los pesados párpados.
Un suelo de lama roba la fuerza de mis pasos.
II
La sombra ha escondido los árboles.
Sapos bezudos acechan en la oscuridad.
Un pedazo de bosque está aquí castigado.
Los arbolitos se acuchillan en el charco.
Un hilo de agua atrasada lame la lama.
—¡Lo que yo quiero es ver a la hija de la reina Lucia!
Ahora son los ríos ahogados
bebiéndose el camino.
El agua va llorando ahondando ahondando.
Allá adelante
La arena ha conservado las huellas de la hija de la reina Lucía.
—Ahora sí
Voy a ver a la hija de la reina Lucía.
Pero antes hay que pasar por siete puertas.
Ver siete mujeres blancas de vientres deshabitados
guardadas por un yacaré.
Hay que entregar la sombra al bicho del fondo.
Hay que armar gresca con la luna nueva.
Hay que beber tres gotas de sangre.
Bostezan los árboles somnolientos.
Ay que la noche se ha secado. El agua de! río se ha roto.
Yo tengo que irme.
Me hundo sin rumbo en lo hondo del bosque
donde los viejos árboles grávidos dormitan.
De todas partes me llaman:
—¿Donde vas, Cobra Norato?
Tengo aquí tres arbolitos jóvenes esperándote.
—No puedo.
Hoy voy a dormir con la hija de la reina Lucía.
XXXI
Esta es la entrada de la casa de la Boyuna.
Allí abajo hay un tremedal.
Unas arañas peludas están de guardia.
—Con humo de mucura se las amasa.
Me hundo en esta gruta oscura.
El suelo hueco resuena.
Hay fosas con la boca hinchada.
—¿A dónde irá a salir esto?
—Sale a la garganta del Antro.
Allí adelante
por unas aguas embrujadas
está pasando una canoa cargada de esqueletos.
Ay, que el Abuelo-murciélago del mal agüero me ha visto.
Pues disimula, compadre,
Que aquí hay un sitio oscuro donde escondemos.
En este agujero de observación
Podemos ver a la novia de la Culebra Grande.
Compadre, he temblado del susto.
Se me ha cortado la respiración.
Sabes quién es la moza que está allí abajo ...
desnudita como una flor?
—?Es la hija de la reina Lucía!
—Corre de prisa con ella
desnudita como está.
No pierdas tiempo, compadre.
El yacaré está en la boca de! pozo.
Hazle una higa para atontarle.
La Culebra Grande se ha despertado.
—¡Los Cuatro Vientos me ayuden!
Quiero fuerzas para huir.
La Culebra Grande viene-que-viene a cogerme.
Yo-te-cojo. Yo-te-cojo.
—La Sierra del Ronquido se despeña,
corta e! camino detrás de mí.
Yérganse tres muros de espino,
con humos de ouricuri.
—Tira ceniza para atrás para ganar distancia.
Yo-te-cojo. Yo-te-cojo.
Tamacuaré, cuñado mío,
la Culebra Grande viene-que-viene.
Corre imitando mi rastro.
Haz como si fuera yo.
Entrega mi pixé en la casa del Payé-pato.
Tuerce de prisa el camino
que ya viene la Boyuna
como tormenta de piedra.
Viene aplastando bosque.
Uéh!
Ha pasado rompiendo el camino.
Los arbolitos se han quedado con el pescuezo torcido.
Los otros han rodado aplastados con las raíces bocarriba.
El horizonte se ha aplanado.
El viento corrió corrió
iba mordiéndose el rabo.
El Payé-pato, allí adelante, le ha indicado el camino equivocado.
—¿Cobra Norato con una moza?
lba para Belén. lba a casarse.
Culebra Grande salió echando chispas para Belén.
Le dio un escalofrío.
Entó por la alcantarilla de la Catedral
y se quedó con la cabeza desmayada debajo de los pies de Nuestra Señora.
XXXII
— Y ahora, compadre,
me vuelvo para el Sin-Fin.
Me voy a las tierras altas
donde se eleva la sierra,
donde corren los ríos de aguas claras
por bosques de mulungú.
Quiero llevar a mi novia.
Quiero estarcito con ella
en casa donde morar
con puerta azul pequeñita
pintada con un lápiz de color.
Quiero sentir el calor
de su cuerpo de va-y-ven.
Quierito quedarme cerca
cuando la quiero bien bien.
Allí a la sombra del bosque
oír la yurucututú
aguas que pasan cantando
para que nos despertemos.
Y cuando esperando estemos
que otra vez la noche vuelva
historias le contaré
(de las que no dicen nada)
pondré nombres en la arena
para que 105 borre el viento.
(Extraído de la Revista de Cultura Brasileña, t. V; n. 016, Madrid, mar. 1966)
POEMA ERÓTICO DE RAUL BOPP
Traducción de ÁNGEL CRESPO
En el balcón de la Señorita
la mucama mece la red blandamente
—Señorita tiene un cuello oloroso...
—Oh negra boba
—Durmiendito así sin nadita en la red
señorita está muy bonita...
—Oh negra boba...
Cinturita pequeñitita...
—Boba...
—Ah pero yo sé una cosa. ¿Quiere que se la diga?
—Di, negra boba
—Sé que ese mozo viene Dicen que viene Dicen que viene...
—Ah ¿quién te lo ha dicho, negra boba?
—Viene a buscar a la Señorita de noche...
—¡Calla esa boca, negra boba!
—... lleva a la Señorita a un cuarto adornado de encajes...
Después hace un sueñecito mansito…
— Boba...
Señorita ablandó los ojos con una sonrisa
La red se enrolló a su cuerpo
Cual piel de fruta madura.
Imagem extraída de
DIAS-PINO, Wlademir. A lisa escolha do carinho (Rio de Janeiro: Edição Europa, s.d.
20,5x20,5 cm. 33 f. ilustradas (Coleção Enciclopédia Visual). Inclui versos de
poetas brasileiros
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TEXTE FRANÇAIS
Extraído de
LA POÉSIE BRÉSILIENNE CONTEMPORAINE. Anthologie réunie,
préfacée e traduite par A. D. TAVARES-BASTOS. Ouvrage
couronée par l´Academie Française em 1954. Paris: Editions Seghers,
1966. 292 p. sobrecapa. Ex. bibl. Antonio Miranda
COBRA NORATO
(fragment)
J´irai un jour habiter la sierra du Sans-borness.
J´irai, me promenant,
Je me faufilerai dans le ventre de la forêt, je mordillerai
les racines
Puis je ferai mettre le feu aux fleuves.
Lorsque les ombres de la Terre Lointaine seront descendues
Je punirai les arbre qui ne pourront plus parler et ferai
venir la soeur du Cobra-Norato:
— Reconte-moi une histoire
où est-tu allée soir?
Allons nous promener là-bas parmi les îles déconlletées où
demeure ton frèwre.
Sur l´eau à l´huile molle et tiède
Disons que brille um clair de lune.
Je porte la main aux seins d´argent du Cobra Norato
Et lui noue un petit ruban au cou, par badinage,
Avant de l´étangler.
Maintenant, c´est fait:
Je m´affuble de cette peau de soie élastique
Et m´en vais par le monde
Chez la reine Lucie
Dont j´épouserai la fille.
On commence par fermer les yeux
Dans ce lieu où les serpentes em punition
Mangent la terre et boivent l´eau sale.
— Je veux pourtant regarder la fille de la reine Lucie.
Tiens: voici les fleuves noyés qui avalent leur chemin
Et le puits de terre pourrie
Aux eaux étranglées qui plongent:
C´est le salon de la fille de la reine Lucie.
(Maintenant je vais voir le fille de la reine Lucei)
Auparavant il faut ouvrir sept c´est regarder la fille de
la reine Lucie.
Il faut passer par le fond du lac hanté
Il faut cacher mon ombre
Il faut boire trois gouttes de sang.
(—Ah: qu´elles soient au moins de la fille de la reine Lucie.
.................................................................................
J´ai couché tout ela nuit avec la fille de la reine Lucie
Mês yeux se sont dissous dans l- eau profonde du lac
Il me semble que je suis encore là-bas glissant
Dans les bras de la fille de la reine Lucie
L´ombre éclôt et je disparais dans la brousse sans destination
Dans les bois où les vieux arbres fécondés soommeillent.
On m´apelle de tous côtès:
—Où vas-tu , Cobra Norato?
Ecoute, j´ai trois jeunes arbrisseaux
qui t´attendent
—Je ne peux pas
J´ai couché avec la fille de la reine Lucie.
VILLE SAUVAGE
Ceci est la galerie des racines affligées
Condamnées à alimenter là-haut la grande selve ennevie
de l´homme.
Elles se tordent de douleur comme d´énormes clavicules,
écrasées sous le poids des troncs.
Les crapauds, cachés dans l´ombre, guettent les arbres qui
chôment,
Et les troncs sages, ridés, dans leru toilette paléozoïque,
Etudiente pendant la nuit une nouvelle géométrie sauvage à
l´égard des feuilles.
Dans les cimes, les líanes sinsueuses chuchotent et ourdissent
des intrigues au bout des branches
Où les orchidées langoureuses se balancent.
Les feuilles du palmier “ assahy “ gambadaent comme les
pattes d´une araignée sur une tige.
Le singe “ guariba “ ciaille en secouant les arbres qui
sinneukkebt,
Au fond, um pan de forêt impose silence.
Tout seul, serrant ses premières fleurs,
S´éveille effaré l´arbre “ miracuba “, intoxisqué et rachitisque.
Les feuilles babilent au bord d´une clairière.
Tout à coup un crapau “ courourou “, de sentinelle, crie
le Halte-là! Quoi. Quoi. Quoi.
Lentement, au milieu des buissons étonné se dresse l´ombre
de Jacques Hubert
Cataloguant les ombellifères.
Il court un léger murmure parmi les feuilles étonnées de la
naïveté du savant
Devant le mystère de cette flore désordonnée.
C´est un appel qui susurre... un long sisfflement au milieu
des petites railleries annymes...
Alors, tout la selve effarée devant l´ingénue irrévérence du
savant
Du haut des branches éclate de rire dans une huée bruyente.
Quoi. Quoi. Quoi.
“ URUCUNGO “
LA MARE
Cette mare est une fistule sur la terre.
Visqueuse, profonde, ouverte en un sourire
Elle dort comme un trait de soleil éblouissant des ravins.
Et par toute l´étandue du sol marécageux
L´eau subit la tristesse infinie d´être mare.
Les cieux s´épanchent sur les horizons écrasés.
Là-bas la selve se courbe à la ceinture de la lagune.
Des cmorceau affligés du paysage
S´enfoucent dans mes yeux en une contrainte splendide.
(Que le soleil me fait souffrir
brûlant au loin les brumes où planent mes
visions de´El-Dorado!)
Sur les croupes du sable, les bandes d´ibis rouges
Saignent comme des ecchymoses à l´épiderme de la terre.
Et les sauriens géants, agacés par la lumière, sommeillent
dans la boue.
Gardent l´eau enchantée du marais.
Plaise à Dieu que le soir tombe, pelotonné en des nuages
d´or.
Et qu´ensuite la nuite s´effloudre languissante et barbare
comme une fiancée du marais
Et remplisse d´étoiles les le palais où dorment les “ ouyaras “
reines des eaux.
MÈRE-FIÈVRE
Mère-fièvre a bu mes yeux sauvages.
Devant ce marais et cette selva aux sourcils épais qui me
guettent
Une nostalgie barbare crie de nouveau dans mon sang.
D´um côté, un coin de terre écrasée et noire
Et une lointaine rumeur de ruisseaux qui se moient.
C´est la branche d´un arbre suicide.
Je m´agrippe aux maigres tiges élevées,
Effaryé du marais gluant et pourri.
Là-bas le maé cage aux racines rageuses mordant la terre
Me donne l´impression d´une forêt de squelettes.
Derrière le vieux arbres méfiants.
Des assaillants conspirent par des propôs criminels.
Les horizons sont malades...
Dans la nuit, des ombres longues gradissent comme une
menace.
Dans l´haleine tiède du marais
Mère-Fièvre sème l´extrait de lúgubres délires.
Je sens en silence battre le pouls de la terre.
Dans ma soif dansent de longs cercles élastiques
Comme s´il y avait un grand feu dans mon sang.
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