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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Foto:  http://www.gestaodedatacenter.com.br

MAURO FACCIONI FILHO

 

 

Maringá. 1962. Poeta. Autor de librOs como O grande monólogo de Madrija (1989), Olhos cegos (1990) y Helenos (1998).

 

Professor Pesquisador da Unisul. Graduado em Engenharia Elétrica pela UFSC, mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica (UFSC), Pós-Doutorado no tema "Social Network Analysis" pela University of London, Queen Mary College e coordenador de curso superior da Unisul. Foi um dos fundadores  da revista BABEL POÉTICA.

 

 

Lea otros poemas de Mauro Faccioni Filho traducidos al castellano en: http://www.zapatosrojos.com.ar/Traducciones/Traducciones%20-%20M_%20Faccioni%20Filho.htm

 

 

Extraído de

 

 

BABEL POÉTICA. Revista de Poesia. Ano 1, N. 4 – Agosto/Setembro 2011.  ISSN1518-4005.  Editor Ademir Demarchi.   babelpoetica.wordpress.com

 

todo acabado

todo torto todo ruim todo estragado

            mas eu vou pela calçada sob o vento
ombros para trás cabelos levantados

            lançando olhares como se fossem fogos
o mundo é meu - e meus passos de ouro
            arrebentam as pedras do luar

camisa solta peito empinado sou um ás
            minha mãe me despacha ao telefone

meu pai me despreza ao me olhar
            e mesmo assim vou cavalgando
todo ruim todo torto todo a berrar
             imensos uivos sob lágrimas e solfejos

que distribuo - pois sou um rei
            meio de lado meio mancando

acreditando que o que foi não foi
            e o que vem sou eu e será meu
mas sei que bem no fundo bem no íntimo

            bem no meio deste meu caminho vazio
depois das mulheres que amei e que esqueci
            do filho que gerei e que não vi
do meu gesto louco balançando em falso
            sou eu este seu filho pobre e ruim
seu filho todo fraco todo ruim todo acabado

 

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Em colaboração com a revista mexicana ALFORJA- REVISTA DE POESÍA. Texto selecionado originalmente por Floriano Martins, publicado no n. XIX, invierno 2001.

 

 

Primeiro princípio da dualidade

 

         sentei para escrever um poema e escrevi outro

                              sob os lençóis se mexeram seus pés nus

 

         num livro - entre duas folhas - faltou a palavra

                        que na manhã seguinte estampou os jornais

 

         a gota de sêmen - a peregrina lenta

                                   enquanto aviões cruzaram o céu azul

 

         a mesma rua que guardava em uma lembrança

                    surgiu numa manhã - bem longe da sua origem

 

         e as placas estavam nos mesmos lugares marcados

                             mas vieram escritas numa língua estranha

 

         sofrendo pela avalanche de perguntas sem respostas

                                 você veio tocar-me a nuca sussurrando

 

         e o que começou de um jeito acabou de outro

                            queimando verdades e véus e se apagando

 

 

 

Primer principio de dualidad

 

Traducción de Héctor Alvarado

 

 

me senté a escribir un poema y escribí otro

sobre las sábanas se mecen tus pies desnudos

 

en un libro —entre dos hojas— faltó la palabra

que la mañana siguiente apareció en los diarios

 

la gota de semen peregrina lenta

mientras aviones cruzan el cielo azul

 

la misma calle que guardaba en el recuerdo

surgió una mañana muy lejos de su origen

 

y los anuncios estaban en sus lugares marcados

aunque escritos en una lengua extraña

 

sufriendo por la avalancha de preguntas sin respuestas

viniste a tocarme la nuca susurrando

 

y lo que inició de un modo acabó de otro

quemando verdades y nieblas y apagándose.

 

 

 




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