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HAIKAI
 

 

PEDRO GERALDO ESCOSTEGUY

Publicou seus primeiros livros de poemas no início da década de 50, quando

o grupo a que pertencia, o Quixote, pontificava na vida cultural porto-alegrense. Seu último livro de poemas foi lançado em 1988, um ano antes de sua morte. Como pintor, participou da vanguarda que, no Rio de Janeiro, revolucionava as artes plásticas brasileiras; como escritor, inventou os anticontos da revista O Cruzeiro e dedicou-se a gêneros líricos pouco frequentados pela poesia brasileira, como o haicai.   Regina Zilberman

 

De
Pedro Geraldo Escosteguy
POESIA REUNIDA
Organização de Martha Goya
Porto Alegre: L&PM,  1996
282 p.  ISBN  978-85-254 4O5 08-1

 

 

 

A flor que medra
ali — é um sonho
da pedra.


***

O haicai

         A Guilherme de Almeida

Lava, escorre, agita
a areia. E enfim, na bateia,
fica uma pepita.

***

De flor em flor
repartiu-se o mistério
da cor.

***

Ressaca

A graça da espuma:
da onda rola redonda
na areia. E se esfuma.

***

Durante a infância
o perto — não vislumbrou
a distância.

***
XI

Buscando a rota,
leve revoa

a gaivota.

***

XII

Resto de uma
tarde

arde e se esfuma.

***

Caracol

Réplica redonda
ressoa pungente a loa
de cada onda.

Veja também POESIA VISUAL de Pedro Geral Escosteguy:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/pedro_geraldo_escosteguy.html

 

 

BACK, Sylvio.  Cinquenta anos. Díário do Paraná. Edição fac-similar.  Capa : Guilherme           Mansur.  Reprodução fotográfica: Cadi Busatto. Coordenação gráfica: Rita de Cássia Solieri Brandt.  Projeto gráfico: Adriana Salmazo Zavadniak.  Curitiba, Paraná:  Itaipu Binacional, 2011.  S. p.  Inclui 7 folhas dobradas  94 x  1,26  cm., com imagens de páginas do suplemento literários dos anos 1959 – 1960, acomodadas numa caixa de papelão 35x 48 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda. 

 

Anticonto

 

Três horas da tarde ^  mormaço.
Indiscutivelmente verão do janeiro invadindo a
cidade pequena crescida entre dois braços de
poeira.

             Casario.
Poeira.
Casario.

Árvores tontas de sede, Nuvem azul crescida da palha.
Solaço.
Do lado da venda vem ruído de martelo.
No silêncio da sesta cantam cigarras.
Jornal amassado caído perto do banco.
Chaleira quente. Cuia com erva lavada.

Calor.
Calor.
Folhas imóveis.

Doquinha pulou do catre e pôs o rosto da janela sem vidro.
Rosto de sesta. Cabelo amassado.
Os olhos
os olhos
os olhos de Doquinha.
— Tu não vai pro campo?
— O cavalo tá assoleado.
— Não vem chuva?
— A seca tá braba.
Era assim a vida dali.
Catre.
Cavalo.
Mate.
E agora, três horas da tarde – mormaço.
A moça pegou num balde e foi ao poço.
Roldana gemeu.
Água suja.
Água feia.
Voltou de balde cheo.
— Qué água?
— Não. Água dá mais sede.
O cavalo relinchou na ponta da soga.
Relinchou uma égua zaina que pastava no terreno  
baldio
Estava voltando a hora da vida.
Venâncio pegou os arreios quentes.
— Vou indo.
— Traiz querosene da venda.
Era assim. E disso nasceu um filho.
Do mormaço.
 

* 

VEJA e LEIA outros poetas do RIO GRANDE DO SUL em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/rio_grande_sul.html

 

Página publicada em fevereiro de 2021


Página publicada em dezembro 2010

 


 

 

 
 
 
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