HAIKAI
HAICAIS DE JOÃO CARLOS TAVEIRA
/ BIOGRAFIA e MAIS POEMAS de JOÃO CARLOS TAVEIRA em http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/joao_carlos_taveira.html
DO LIVRO ARQUITETURA DO HOMEM (2005)
I
A lua caiu
no chão áspero da rua.
E eu catando estrelas.
II
De dentro da tarde
alguma coisa voou.
Pássaro? Quem sabe?
III
Uma borboleta
pousa no que é breve e belo:
meus olhos têm asas.
IV
Se o amor entrar
em meu quarto sem janelas,
outro sol virá.
V
A cumplicidade
dos amantes e o cristal
luzem mais no escuro.
VI
Não há mal de amor
que o amor não cure. Quem
foi que disse dor?
VII
Palavra, palavra!
espinha dorsal do poema.
A bola na trave.
VIII
Quero meu poema
um pássaro mudo, livre
em eterno voo.
OITO PEÇAS DO LIVRO HAICAIS PARA DAISY, a sair
*
(Quinta variação)
A mulher amada
não é sonho nem miragem...
É anjo de batom!
*
(Oitava variação)
Sob uma luz diáfana
se mostra a mulher amada
aos olhos do mundo.
*
(Décima variação)
Amo uma mulher
virtual, que nem conheço.
Mas fazer o quê?
*
(Décima-sétima variação)
A mulher querida,
perspicaz, sempre se faz
desapercebida.
*
(Vigésima-sétima variação)
O nome da Amada
— doce margarida — é flor
em qualquer idioma.
*
(Quadragésima variação)
Abre-te, mulher,
ao pouso meu... ao meu gozo,
ao que te couber.
*
(Quadragésima-segunda variação)
Digo num haicai
sentido e forma do olvido.
Mas nunca goodbye.
*
(Quinquagésima-quarta variação)
Amada, ser poeta
é ver o sol em cada verso.
A linguagem é meta.
Página publicada em agosto de 2018
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