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Violão de Rua (1962)

 

               Vinculada diretamente à produção de militância política, publicada sob a responsabilidade do Centro Popular de Cultura, a série de três livros editados pela Civilização Brasileira, denominada Violão de Rua, representou a tentativa de manter uma posição de vanguarda, sem comprometimento com o formalismo estético. Assim sendo, ressurgiu uma poesia discursiva, que estruturava os projetos culturais relacionados ao então discutido conceito de "arte popular".

        Extraídas do Anteprojeto do Manifesto do Centro Popular de Cultura, redigido em março de 1962, as considerações a seguir ser vem para caracterizar o ideal político-fílosófíco-literário da geração de "Violão de Rua" (cf. Martins, 1979: 68-79):

a - a busca de uma arte popular revolucionária: o que distingue os artistas e intelectuais do CPC dos demais grupos e movimentos existentes no país é a clara compreensão de que toda e qualquer manifestação cultural só pode ser adequadamente compreendida quando colocada sob a luz de suas relações com a base material sobre a qual se erigem os processos culturais de superestrutura.

b - a presença de uma poesia ideológica e humanista, visando à desalienação das massas: os artistas e intelectuais incumbidos de fornecer às massas populares as ideias e as crenças que as acarretam à servidão (...) podem ser recrutados entre os mais diversos setores da sociedade, pois para fazer o que se lhes pede não necessitam apresentar nenhum outro título além do certificado de sua própria alienação.

c - a crença de que o poeta deve participar do processo histórico: o novo é o povo (...) Eis porque afirmamos que, em nosso país e em nossa época, fora da arte política não há arte popular.

d - o desinteresse pelo aspecto visual e gráfico do poema, bem como a tentativa de conciliar popularidade e qualidade, expressão e comunicação: seria uma atitude acrílica e cientificamente irresponsável negar a superioridade da arte de minorias sobre a arte de massas no que se refere às possibilidades formais que ela encerra. O artista de minorias não encontra nenhum obstáculo à sua legítima aspiração de aperfeiçoar os seus recursos expressivos e de desenvolvê-los limitadamente (...) Nosso primeiro cuidado deve ser o de nunca perdermos de vista o fato de que nosso público em sua apreciação de arte não procede segundo critérios formais de julgamento (idem,1979: 74)

        Para alcançarem suas metas, os participantes do movimento cepecista utilizaram todas as formas poéticas, principalmente as de cunho folclórico e popular. Exploraram, na linguagem, o aspecto sonoro dos versos, a fim de que, por meio das apresentações públi cãs dos poemas (e pelo teatro popular), a mensagem permanecesse na memória, devido à oralidade dos textos.

        Procurando competir com os meios de comunicação de massas, alguns participantes chegaram a favelas, vilas operárias, oficinas, sindicatos, divulgando a mensagem profética em que acreditavam. Apesar de terrivelmente heterogéneo, conforme constatação de Eduardo Portella (1963), Violão de Rua conseguiu superar a preocupação com o nível do significante, valorizado desde o princípio da vanguarda, e impor-se como texto de significado, um nítido gesto de liberdade assumida e posicionada diante dos acontecimentos, como a ungente voz de uma poesia que se sabe comprometida socialmente, no aqui e no agora da situação histórica (Barata, 1969: 46).

 

BARATA, Manoel Sarmento.  Canto melhor – uma perspectiva da poesia brasileira.  Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.

MARTINS, Carlos Estevam.  Anteprojeto do manifesto CPC.  Arte em Revista.  São Paulo: Kairós, (?) 67-79, jan./mar. 1979.

 

 

 

Extraído de:

 

 

CYNTRÃO, Sylvia Helena, org. A forma da festa - tropicalismo: a explosão e seus estilhaços. Brasília: Editora da Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000. 236 p. ilus. p. 27-29

 

Página publicada em maio de 2012

 

 

 


 

 

 
 
 
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