RETRATO DO BRASIL EM CORDEL
Mark Curran
RETRATO DO BRASIL EM CORDEL
São Paulo: Ateliê Editorial, 2011
368 p. formato 25x25 cm
ISBN 978-85-7480-538-2
Existem muitos livros sobre literatura de cordel. Muitos colecionadores e coleções públicas preservam e se constituem em fontes para o estudo deste gênero de poesia popular brasileira que é fundamentalmente do Nordeste, mas que tem seguidores em outras regiões do país. Cultivado por poetas populares, virtuoses virtuosos, repentistas de fôlego e sagacidade, mas também exercitado por poetas eruditos como Ferreira Gullar, Ariano Suassuna de Braulio Tavares.
Um dos estudiosos do tema é Mark Curran, que vive entre Berlim e Dublin, professor aposentado de língua portuguesa e estudos brasileiros da Arizona State University. Sua obra mais conhecida é a História do Brasil em Cordel, editado pela EdUsp, no fim do século passado, com reedições mais recentes.
Agora ele empreende este “Retrato do Brasil em Cordel”, um alentado volume de 365 páginas, em formato 25x25 cm, em que revela o papel historial da literatura de cordel, espécie de arauto ou canal de interpretação e comunicação popular de nossa história, da perspectiva das camadas mais simples de nossa população. Um “epopeia folclórico-popular” de nosso país, em versos que revelam uma visão às vezes ingênua, muitas vezes sarcástica, o mais das vezes denunciadora de nossas grandezas e mazelas.
O livro de Curran compreende dez capítulos, sobre temas como religiosidade, messianismo, problemas sociais, acontecimentos de nossa história e questões pontuais como a AIDS e “as especulações sobre a finalidade do homem, sobre sua vida e a morte”, conforme informa a própria obra. Os textos vêm com fragmentos de poemas sobre os referidos temas, além de muitas das capas das obras citadas. Uma revisão de nossa nacionalidade e identidade mais profunda e emocionante, pela voz de poetas ditirâmbicos, mambembes, que andam pelas feiras e se expõem em folhetos de ocasião. História social, literatura de costumes, visão de mundo que um erudito como Curran tenta resgatar e revelar.
A.M. 2011
|