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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



POESIA VISUAL BRASILEIRA NA INTERNET:

uma pesquisa em andamento.

 

Por Antonio Miranda

Universidade de Brasília

 

trabalho apresentado ao VIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES, Instituto
de Letras da Universidade de Brasília, dia 21 de outubro de 2005.

 

 

                                      “Poeta é aquele que pensa com imagens”. Novalis

                                      “O poeta é um designer da linguagem”.  Décio Pignatari

 

 

Palavras-chave: Ciberpoesia; Poesia Intersignos; Poesia Concreta; Poesia Neoconcreta; Pooegoespacialismo; Poema-Objeto; Poesia visual.

 

Resumo: Apresenta o tema do desenvolvimento da poesia, em seu sentido de registro exossomático, desde os primórdios até os dias atuais, ressaltando a questão de seu formato de comunicação. Apresenta algumas definições e ambigüidades da poesia visual e correlatas (poesia concreta, intersignos, etc) ao ressaltar a polissemia dos termos. Registra as idéias do tridimensionalismo da poesia (declamatória, nas formas escultóricas e em instalações) e da bidimensionalidade (no ciberespaço, e as formas de simulação multimidia em 3D e holográfica) em experiências em curso. Ressalta pesquisas em andamento no Brasil e os objetivos da pesquisa que o autor empreende com o pós-doutorando Antonio Felipe Galvão da Silva, com o apoio da CNPQ, na Universidade de Brasília.

 

 

1. Poesia como registro exossomático
 

A poesia visual poder ser interpretada como uma tentativa de romper com a ditadura da forma discursiva do poema, de vencer o domínio da gramática ou mesmo de superar a construção prosística na poesia. Faz sentido quando se pretende explicar o fenômeno das vanguardas mas não é suficiente para entender a questão da forma como preocupação fundamente de toda e qualquer poesia, desde suas origens. Como expressão exossomática do indivíduo, a poesia sempre buscou um formato ou “arquitetura” para expor-se como conhecimento registrado, por códigos de inscrição e reconhecimento convencionais.

 

Na poesia, desde a antiguidade clássica, os formatos impuseram-se nas expressões líricas, heróicas e dramáticas, condicionando sua produção e uso público. Essa “coisificação” da poesia teve – e continua tendo – muito que ver com sua estruturação, partindo das formas homéricas da Ilíada e da Odisséia, na fase ágrafa; passando pelos formalismos dos latinos; dos romanceiros populares da Idade Média e pela forma culta do soneto petrarquiano até as últimas manifestações da poesia na Internet, considerando-se apenas a cultura dita ocidental.

 

Muito oportuna a resposta dada pelo poeta Joan Brossa sobre as formas da sextina e do soneto como “aparentemente fechadas”: “São formas fechadas, mas o conteúdo não. (...) é como uma espécie de jarra em que se tem que colocar líquido atual e não água parada”.(OBRANOME, 2004, p. 11) Deixa clara a separação entre forma e conteúdo de qualquer documento, inclusive o poema como inscrição.

   

 Nas culturas orientais, o processo exigiu outras formas de inscrição, que não vamos abordar aqui.

 

Desde sua origem, o “registro” do texto poético – desde a invenção dos alfabetos – sempre esteve condicionado às evoluções tecnológicas da própria “escritura”. O poema como uma inscrição externa ao criador, tornado público, está sujeito a diferentes leituras. Hoje já entendemos a “leitura” transcendendo a decifração de signos  verbivocais, englobando também a interpretação de ícones e imagens de qualquer natureza, dos textos impressos aos filmes, as pinturas e outras expressões artísticas. Leitura do poema e do mundo.

 

A poesia teria “evoluído” de sua forma oral para a escrita e desta para a impressa, até atingir o estágio de sua digitalização e difusão pela web nos tempos atuais.

 

Estaríamos, em princípio, assinalando que existiu um período de privilegiamento (sacralização) da poesia na forma escrita como meio exclusivo para sua institucionalização, ou seja, mediante formas alfabetizadas, literárias. Isso se ficarmos na análise do gênero culto porquanto a poesia popular continuou tendo versões ágrafas, orais, repentistas, mesmo que consideradas “incultas” e “primitivas”. Foi sempre assim.

 

Para citar apenas as origens ibéricas mais próximas de nós, havia uma falsa oposição  entre modo “culterano” (gongórico em sua concepção mais elevada) e os cancioneiros populares mambembes. Mas, na prática, grandes poetas transitavam num fronteira comum entre o culto e o popular, como Cervantes e Quevedo, entre tantos... No Brasil, a forma culta e a popular também se encontram, por exemplo, no Morte e Vida Severina, que é culto mas com raízes no cordel. João Cabral, um metapoeta por excelência, nos falava do engenheiro da poesia e da psicologia da composição.

 

[ Ver nosso ensaio: METAPOESIA NA OBRA DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO - http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/METAPOESIA.pdf]

 

Estamos, mais uma vez, falando de forma(*1) que é um pressuposto do visual.

 

Antes de ser uma manifestação escrita, a poesia já requeria, portanto, uma formade representação das idéias e dos fatos, pela codificação e conseqüente reconhecibilidade. A forma (formato) de escritura previa versos que facilitassem sua “publicação” oral, com ritmos e rimas, para sua exteriorização pelo recurso da voz humana, pela performance do declamador, valendo-se também de gestos, mímica, acentuando os ritmos das palavras, modulações de voz, recursos lingüísticos e extra-linguísticos próprios das artes cênicas.

 

Não é demais lembrar que os gregos clássicos recorreram ao teatro como o meio mais adequado para a “corporificação” (visualização) da poesia. Não havia separação entre poesia e teatro porque a tragédia e a comédia eram expressos com versos para facilitar sua memorização pelos atores, prática que se estende até à tragédia e à comédia shakespeareanas, passando à ópera e até aos espetáculos mais recentes.

 

Em suas origens, as artes estavam muito articuladas, seriam interdependentes – poesia, teatro, dança, música – antes de sua fragmentação pela separação arbitrária em “gêneros” literários e artísticos estanques.(*2)

 

Antes deles, houve muitos intentos de romper com o verso enjaulado em estruturas consagradas e desgastadas, como foi a peleja de Oswald de Andrade com os parnasianos na fase mais radical do Modernismo brasileiro. E antes dele...  Não é hora de fazermos o inventário das vanguardas que aboliram as métricas e nos legaram estruturas igualmente condicionantes, como bem definiu Ezra Pound na sua “Arte da Poesia”: a poesia como um ofício que o poeta desenvolve e treina outros como uma arte. “Arte da poesia” é justamente como ele entendeu essa prática criativa, factível de ser desenvolvida e transmitida aos discípulos. Pound acreditava que “os poemas podem ter uma forma, tal como as árvores a têm” (1976, p. 17). Mas ele também alertou para o perigo de usar a forma como uma camisa-de-força, como a criticar os formalistas que cultivam a forma em detrimento do conteúdo. Mas não descartava a inter-relação necessária entre formato e conteúdo, mesmo no caso do verso livre: “Eliot disse-o muito bem quando escreveu que “Nenhum verso é livre para quem queira fazer um bom trabalho”” (Pound, 1999, p. 21).

 

Existe, portanto, desde a origem da poesia, uma preocupação com a estrutura ou formato do texto que tanto pode orientar a composição e o registro do conhecimento quanto condicionar o próprio conteúdo (texto) literário.  Entendamos “texto”

 

“ como aquilo que inclui dados verbais, visuais, orais e numéricos na forma de mapas, gravuras e música, ou arquivos de sons gravados, filmes e vídeos, na realidade, tudo desde a epigrafia até as formas mais recentes de epigrafias” , conclui D. F. McKenzie (apud McGary, Kevin, 1999, p.    ). Quer dizer: tudo que é suscetível de “escritura” e de leitura.

 

O elemento visual da poesia tanto se manifesta na virtualidade das imagens e idéias representadas nas inscrições poéticas quanto na “materialização” ou “coisificação”  mesma de seu texto, por sua formatação ou diagramação. (*3) Vale lembrar que poesia vem de “poiesis”, significando criação em seu sentido arquitetural de estruturas simbólicas.

 

 

2      Da formatação do poema

 

O poeta sempre esteve sujeito a, mas não necessariamente escravo de, um formato na hora de inscrever um poema.

 

A caligrafia (principalmente na poesia oriental) como a diagramação dos versos na página ou tela, constituem-se em recursos ao alcance do poeta. Stéphane Mallarmé, muito antes de Pound, ao radicalizar com seu Un coup de dês..., no final do século 19, já entendia que a poesia não ocupa apenas o espaço das palavras grafadas na “página em branco” mas todo o espaço circundante, inclusive os vazios. O espaço do poema é virtual, espaço-temporal.

 

 

 

“Uma Tirada de Dados”, em traducción de Pablo Mañé Garzón. Barcelon: Ediciones 29, 1979

 

O poeta inscreve, modela, geometriza, diagrama sobre a superfície plana da página, dos muros, da tela ou parte para suportes mais amplos como o disco sonoro, o cinema e o vídeo, e à publicação digital, com recursos multimidia e holográfia, como veremos mais adiante. Vale tudo no processo de criação e expressão.

 

Um exemplo emblemático é o de Guillaume Apollinaire,  que diagramou versos em formatos preciosistas, de maneira mais ilustrativa que significante, partindo da idéia da ilustração como parte do texto: 



Extraído de APOLLINAIRE, G. Poesia. Versiones de Agusti Bartra. México: Ed. Joaquín Mortiz, 1967. p. 263

 

Também experimentou transformar o texto diagramado em forma (figurativa)

 

 

 

 

 

  Extraído de APOLLINAIRE, G. Poesia. Versiones de Agusti Bartra. México: Ed. Joaquín Mortiz, 1967. p. 321  

 

Muitos poetas quiseram transformar o texto na forma do poema.

 


    

Poema concreto “Giro”, de Marcelo Moura, cuja diagramação “congela” o sentido de girar (um substantivo trans-formado em verbo, virtualmente). 

   

Outro exemplo é o poema concreto de Wladimir Dias Pino, geometrizando a paisagem de aves em “movimento” (estático na superfície do papel):

 

 

 

Poema concreto de Wladmir Dias Pino. Extraído de POESIA CONCRETA. 1962 ver bibl.

 

Um discurso “pictórico”, pretensamente “ideogramático”... Um caminho de formalização que deu lugar a muita teorização e a resultados modestos.

 

O exemplo criativo de Seiichi Niikuni é ainda mais pictórico, não necessariamente ideogramático:



"CHUVA" , de Seiichi Niikuni, 1966. Extraído de CAMPOS, H. (ver bibl.)

   

A “leitura” do poema é rico, aberto, não discursivo. A partir de sua contemplação, pelo recurso espaço-temporal, permite ao “leitor” criar e recriar sua impressão poética da inscrição. Não é descritivo, é visual.

   

Outro exemplo é o

 

Poema visual "EGO" de Marcelo Sahea

   

Poema visual a partir da palavra “EGG” combinada com a palavra “EGO”, ao centro... Um poema visual, pelo exemplo acima, não pode ser interpretado literalmente, impõe-se por sua forma significante mesmo quando apela para a palavra inscrita. O formato de ovo bastaria para a mensagem poética eleita pelo autor? Necessita da palavra EGG para levar ao significado? Não importa a resposta. Como objeto, está perfeito e não requer explicação. Mas vale lembrar que muitos poetas visuais acreditam que o poema supera a língua em que foi “escrito” e ganha espaços geográficos mais amplos do que a poesia discursiva. No caso do poema do Sahea, EGG é uma palavra de uso, digamos, “internacional” e que “EGO” é igualmente internacional, facilitando a compreensão do poema além fronteiras. Sem dúvida. Mas não é sempre assim.

 

Mais um exemplo de poesia visual “plana” – o “poegoespaço” DESEMBARQUE de nossa autoria.

 

 


 

“DESEMBARQUE” de Antonio Miranda. Mais informações em: http://www.antoniomiranda.com.br/LivrosPDF/poegoespacialismo.pdf

 

O substantivo “desembarque”, pela leitura, trans”forma-se” em verbo. A inscrição é geometrizante. Um poema “coisificado”, um poema objeto, ainda que bidimensional. Poema-objeto “onde o ser da lírica, do imago é matérico, objetual, produziando outro registro lingüístico: poema e imagem que são duas imagens, (...) já são uma só”, na observação de  Adolfo Montejo Navas (OBRANOME....p.46 ). Seriam “aforismos visuais”.

 

3  O tridimensionalismo na poesia visual

 

Estamos ainda no apartheid da tela do computador, plana como a superfície da página do livro. Nem todos os sentidos humanos podem interferir no processo. O olfato e o tato ainda não têm vez no mundo da virtualidade. O ideal da integração das artes - preconizado por teóricos como Max Bense, e propalado por utopistas conseqüentes como Ferreira Gullar (ele também um teórico das artes visuais, desde que rompeu com o discurso lógico-discursivo em seu livro emblemático A Luta Corporal, e pelas teorizações neoconcretistas) – estaria mais próximo de nós com a popularização da multimídia. As possibilidades e “condições discursivo-tecnológicas”, de caráter interativo.

 

A tentativa de superar a superfície da página sempre foi uma obsessão dos poetas experimentalistas. Os “não-objetos” de Ferreira Gullar e de outros neoconcretistas, são testemunhos. No caso brasileiro, no final dos anos 50 e início dos anos 60.

Como teorizou recentemente Augusto de Campos, para transpor “os limites tradicionais que amarram a poesia ao verso e este ao livro” (OBRANOME, 2003, p. 45).

 

 

Surgiram os livros-esculturas, com páginas dobradas como origamis, e passaram para as galerias de arte, sobre superfícies horizontais ou nas paredes, ou dependuradas como em varais, “soluções” as mais originais para expor os objetos poéticos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Exemplos recentes: trabalhos de Augusto de Campos e Julio Plaza, na mostra OBRANOME (2003).

 

Cabe a explanação de Adolfo Montejo Navas no catálogo da exposição supra-citada:

 

 “Na interseção da poesia e das artes plásticas, ou como um extensão visual, objetual da poesia, o poema-objeto vê dividida a sua natureza e compartilhada a sua prática pelas duas disciplinas, sendo seus artistas das duas áreas: poetas ou artistas plásticos. Poderia ser considerada um arte híbrida, como também são a colagem e a foto-montagem.” (OBRANOME, 2003, p.47) E abre outras possibilidades: “Uma objetualidade que pode se constituir também em instalação poética.” (Ib. p. 47).

 

A poesia visual, na construção de poemas-objetos, seria uma extensão da poesia, daquela que se vincula mais com outras artes que talvez com a própria literatura”, continua Adolfo Montejo Navas (Ib p. 47).

 

 

 

Existem muitos estudos em curso sobre o fenômeno da tridimensionalidade da poesia e sua simulação pela holografia e outros recursos informáticos. O importante é perceber:

 

“Observa-se que poema-objeto, inaugurado na Modernidade, nas suas radicalizações posteriores, provoca uma tensão entre texto, objeto e imagem, que substancia e caracteriza a palavra como interventora no sistema de signos, assumindo-se como imagem. A palavra como forma está no seu grau justo de união configurada entre materialidade concreta e a idéia. É exatamente na junção desses dois tipos de materiais expressivos onde se dá a intertextualidade da forma e da imagem produzidas pela ação da palavra”. Wagner Barja, curador da mostra OBRANOME, deixando claro que a palavra, nos experimentalismos da poesia que parte do Construtivismo na Rússia, que passa pela estrutura dos poemas de Maiakovski, que radicaliza no Dadaísmo, que continua nas obras do Pop Art com texto publicitário, que continua no Concretismo e no Neoconcretismo, continua sendo elemento central da composição do poema visual., “como um meio de liga entre outras linguagens”. (OBRANOME, 2004, p. 9).

 

Pode-se ainda falar do Próbjeto, conceito de Rogério Duarte, do não-objeto, cubogramas, poemóbilis (de Julio Plaza e Augusto de Campos”, poegoespaços (de Antonio Miranda e Carlos Alberto), poemas-objetos, poemas transitáveis, os poemas cênicos mas estes serão temas de artigos mais pontuais.

 

A poesia visual continuará desenvolvendo sua vertente mais “plástica”, tridimensional, ocupando espaços em galerias de arte, museus e locais públicos. Como veremos mais adiante, sua composição é ainda indefinida e aponta para todas as direções criativas possíveis, mas seria possível antecipar alguns aspectos constantes da poesia visual contemporânea:

 

  1. a)      a identidade entre ikon e logos;
  2. b)      o nexo espacial da poesia;
  3. c)      a concretização da referência textual no ato de leitura; e
  4. d)      o predomínio de objetivos lúdicos,

 

conforme revelação, sem autoria, em site na Internet:

http://www.uc.pt/pessoal/mportela/arslonga/mpwebarslongaartigos.htm#Abstract06

 

 

 

As vertentes são muitas e já não fala apenas no  gênero Poesia Visual. Há quem pretenda sejam gêneros de poesias digitais, como prefere Jorge Luiz Antonio. Para ele a poesia digital faz parte dos gêneros midiáticos, ou seja, é produzida por um dos meios de comunicação mediada: o computador e a linguagem técnica que ele produz,

http://www.geocities.com/rogelsamuel/poesiadigital2.html

 

Vai ser interessante confrontar e acompanhar as trajetórias paralelas dessas vertentes, esforço que escapa ao propósito de nossa pesquisa, que está voltada exclusivamente para a web.

 

 

 

 

4  A polissemia do termo Poesia Visual

 

O que entendemos por Poesia Visual? Não existe uma resposta para a questão, existem respostas. Uma definição pode ser formulada a partir de duas abordagens diferentes – uma de natureza conceitual e outra consuetudinária. A primeira pretende definir a partir de postulados teóricos e a segunda a partir da práxis. Podem ser complementarias mas são contraditórias.

 

Estamos desenvolvendo um projeto de pesquisa (SILVA, 2005), com o objetivo de levantar e analisar a presença da poesia visual na Internet em geral, e o estado da arte da poesia visual no Brasil em particular. O estudo vai permitir saber que sítios existem, quem são os teóricos e os seus aportes, quais os criadores e suas propostas, que projetos coletivos em desenvolvimento e que tecnologias suportam o processo criativo. Dada a diversidade das formulações e orientações criativas, vai permitir identificar as tipologias reconhecíveis dos produtos (poemas, visual poems).

 

Pretendemos também consolidar, através de uma revisão bibliográfica exaustiva, as conceituações e orientações teóricas formuladas, para entender melhor o fenômeno em suas singularidades e uniformidades. E, por ultimo, verificar a presença de poetas visuais brasileiros em sítios e em exposições e museus no Exterior, notadamente os pioneiros – Décio Pignatari, os irmãos Campos e outros – em exposições, em sítios temáticos e mesmo na literatura internacional expecializada. Partimos do pressuposto de que os movimentos de vanguarda brasileiros – concretismo, neoconcretismo, etc. – têm um reconhecimento internacional.

 

A resposta deve vir da análise do estado da arte da literatura, principalmente para responder a questão conceitual; mas também da análise dos sítios que apresentam poesia visual, categorizando as diversas propostas e produtos.

 

Mesmo não podendo responder às questões formuladas antes da conclusão de nosso projeto (ou seja, até final do ano 2006), não há como não antecipar algumas idéias correntes sobre a conceituação da poesia visual (SILVA, 2005).

 

Numa exposição de Poesia Visual que teve lugar no Centro Cultural de Brasília (OBRABOME, 2003), assistimos várias palestras dos poetas participantes, entre eles o antológico Augusto de Campos. Na ocasião,  endereçamos duas questões ao ilustre conferencista.

(ver texto integral em http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=5110&cat=Ensaios ).

 

A questão que colocamos foi sobre a denominação “poesia visual”, usada para rotular uma enorme diversidade de experiências. No nosso entendimento, Concretismo e Neoconcretismo denominavam propostas teóricas de vanguarda muito objetivas e precisas, enquanto que o termo Poesia Visual – de maior aceitação nos dias de hoje – resulta mais abrangente e até mesmo ambíguo, como uma espécie de termo guarda-chuva para abrigar diferentes e até opostas experimentações.

 

Augusto de Campos foi evasivo na resposta, mas sem deixar de ressaltar as vantagens do novo termo, como uma espécie de “denominador comum” (expressão  que ele não usou mas que nós atribuímos) para as diversas tendências experimentalistas, desde as que partem das artes plásticas e da poesia até as dos tecnólogos da computação gráfica.

 

 

4.1 Adiantando algumas “definições” e sua problemática

 

Para Álvaro de Sá, 1978) poesia visual é “produto literário que se utiliza de recursos (tipo)gráficos e/ou puramente visuais, de tendência caligramática, ideogramática, geométrica ou abstrata, cujo centramento gráfico-visual não exclui outras possibilidades literárias (verbais, sonoras etc.).”

(In: http://www.artewebbrasil.com.br/marcelo/poesia_visual.htm

 

A supracitada definição, de origem consuetudinária, discorre sobre o como ela se engendra, focalizando a vertente do “produto literário”.

 

As definições tanto orientam para o conceito quanto para o modus faciendi, partindo do que como é para o que supostamente é.

 

César Reglero Campos, no texto ¿QUE ES LA POESIA VISUAL? , relata o desconcertante resultado de uma reunião de poetas visuais, realizada recentemente na Universidad de Tarragona, com a participação de dois ilustres teóricos do tema - Carlos Hac Mor y Xavier : Canals, apresentados por Joan Abelló:

 

“El objetivo no era otro que tratar de definir lo, posiblemente, indefinible:  Qué es la Poesía Visual? Un inquietante silencio se hizo en la sala, y los últimos ecos de los confereciantes se fueron apagando sin encontrar respuesta a la pregunta planteada. Parece ser que la mayoría de los asistentes al acto éramos poetas visuales, pero nadie sabía lo que era la poesía visual.

 

A continuación subió al estrado Mª Jesús Montía, coeditora con José Carlos Beltrán del libro "Phayum, Poéticas Visuales", que entre otras caracteristicas tiene la de haber solicitado a 32 poetas visuales que trataran de definir el lo que entendían por poesía visual. La propia editora reconoció que era incapaz de hacer una definición precisa: "...de todo lo incalificable, de lo calificable y de los advenedizos."”

 

Algumas das respostas foram evasivas, despistadoras, fora de foco:

 

"Poesía visual es el arte de ver poesía en las cosas y saberlo expresar plásticamente" I. Jover.

 

"La poesía visual es el metalenguaje poético de la escritura que gira alrededor de lo ideogramático." Xavier Canals.

 

Houve quem dissesse tratar-se de uma tentativa de buscar uma linguagem universal além das barreiras das línguas e das raças...

 

Tomás Camacho levantou a idéia do minimalismo, no sentido de "producir con las formas mínimas el arte máximo".

 

A conclusão a que chegou Reglero Campos foi a de que a poesia, até recentemente, foi considerada “patrimonio exclusivo de la literatura”. In:

http://www.vorticeargentina.com.ar/escritos/que_es_la_poesia_visual.html

 

 

Tampouco existe um consenso quanto à nomenclatura. Existem muitas denominações,  apontando para experiências que podem ser tanto dissimiles quanto semelhantes:

 

  • arte postal,

  • ciberpoesia,

  • holopoesía digital,

  • infopoesia,

  • poegoespacialismo,

  • poesia cinética,

  • poesia concreta,

  • poesia digital,

  • poesia experimental,

  • poesia Intersignos, 

  • poesia midiática,

  • poesia neoconcreta,

  • poesia objeto,

  • poesia visual,

etc...

 

 

Numa tentativa de definir Infopoesia, Débora Vieira e Carla Batista (apud  Castro 1998: 9):  "utilização simultânea de signos verbais e não verbais, para, através de instrumentos informáticos, criar estruturas poemáticas de alta complexidade visual, complexidade essa que também se manifesta simultaneamente no nível semântico."

http://bbs.metalink.com.br/~lcoscarelli/GEt5infopoesia.htm

 

A definição poderia atribuir-se a outras categorias de poesia visual. O uso simultâneo de signos verbais e não verbais é recursivo na poesia de qualquer época; valer-se de instrumentos informáticos pode ser uma pista valiosa, quando se sabe para que, já que a poesia tradicional também se vale de instrumentos informáticos para publicar sonetos e versos convencionais na web com imagens e músicas de fundo. A chave estaria, então, no que as autoras intitulam “estruturas poemáticas de alta complexidade visual”, requerendo defini-las como tal e sua relação, como elas sugerem, com o nível semântico. Imaginamos que o termo “Info” que se atrela à poesia (Infopoesia) tenha que ver com Informática que, em sua origem, em favor das autoras, tem uma estreita relação com forma.

 

No livro sobre a história da informática Breton (1991) destaca inicialmente que a palavra “informação” irá servir para descrever fenômenos relacionados aos símbolos da mensagem. Na origem etimológica o termo esta relacionado com a idéia de forma. Nesse sentido, o autor diz que a palavra tem raízes mais latinas do que gregas. Informatio designa “ação de modelar”, de “dar uma forma”. Informar para o latino significa igualmente instruir no sentido de educar, de formar o espírito.

 

Outra abordagem válida foi empreendida por Marcelo Terça-Nada no artigo Poesia Visual, Poesia Objeto e Livro-Objeto (http://www.artewebbrasil.com.br/marcelo/artigo.htm).

Ele aposta na aproximação da literatura com as artes plásticas, ao ressaltar o papel do “poema objeto”, baseado na tridimensionalidade:

 

Além dos elementos da poesia visual, na poesia objeto o suporte deixa de ser somente a página bidimensional; incorpora o objeto, junto com suas propriedades e significações; esse, pode variar de uma caixa de fósforo a um automóvel, passando por uma dobradura de papel. Como o poema passa a poder acontecer em diversos planos/ faces/ camadas e a poder contar com o manuseio como elemento de leitura, as possibilidades são ampliadas ainda mais.”

 

 

USAR IMAGEM NO SITE Poema objeto. Márcio Sampaio, http://www.artewebbrasil.com.br/marcelo/poesia_objeto.htm

 

 

 

Segundo Clemente Padín, ao analisar a evolução das propostas teóricas da poesia visual, tenta uma síntese da trajetória através do que ela considera a “poesia intersignos”:

 

“Ela completa e culmina a construção originada com o advento da Poesia Concreta brasileira (1956), selando-a com a Poesia Intersignos que vem sendo criada desde os anos 80. É a cereja que coroa a torta. A poesia concreta constituiria a base, o poema semiótico, o segundo piso, o Poema/Processo o seguinte e, finalmente, a Poesia Intersignos.

Como no Poema/Processo, a Poesía Intersignos propõe "retirar do signo verbal a exclusividade na exploração da matéria prima poética" (Menezes,1987). Para Wladimir Dias-Pino, a palavra é o signo de uma das linguagens que pode ser utilizada na expressão poética, porém não é único nem é excludente: "...o Poema/Processo não pretende terminar com a palavra...o que o Poema/Processo reafirma é que o poema se faz com o processo e não com palavras..." (Wladimir Dias-Pino, 1971).

 

Segundo Menezes, podemos "definir sumariamente a Poesía Intersignos como aquela em que os signos visuais e verbais, cada qual com sua carga semântica própria, atuam conjuntamente na produção do sentido do poema" (Philadelpho Menezes, 1987). Assim, marca suas diferenças com a chamada "Poesia Visual" que se vale da dimensão plástica da linguagem (a linguagem não só se "lê" mas também se "vê"). Sustenta que no poema visual os elementos plásticos não se integram ao significado total do poema mas que atuam como elementos de confusão, de "ruído" para gerar a maior ambigüidade possível.”  (PADIM).

 

Todas estas definições e descrições merecem uma análise mais aprofundada, que não cabe aqui e que adiaremos para a pesquisa que estamos realizando. De qualquer maneira, seria interessante registrar uma tentativa de diferenciação entre a poesia concreta e a visual, assim como no parágrafo anterior o Menezes tento confrontar a Poesia Intersignos com a Poesia Visual:

 

LERo - Qual a diferença entre poesia visual e poesia concreta?

MS - A diferença é grande. Talvez o caráter imagético da poesia concreta seja o mote dessa confusão. A poesia visual é a mensagem passada pela imagem, quase sempre sem o recurso da palavra.

Marcelo Sahea http://www.pd-literatura.com.br/pd2004/lero/nov.html

http://www.poesilha.weblogger.com.br

 

 

 

5. Bidimensionalidade x Tridimensionalidade: estudos em curso

 

 

A poesia sempre ocupou um espaço no mundo, seja pela bimidensionalidade – no caso da palavra grafada sobre o papel ou projetada na tela – e pela tridimensionalidade – na declamatória, no teatro e nas experiências “escultóricas” da poesia. Pretende-se que as mídias do futuro supere esta contradição, pelo menos na forma simulada da imagem 3D, e da holografia.

 

E.M. de Melo e Castro, no texto  UMA TRANSPOÉTICA 3D

http://www.ociocriativo.com.br/meloecastro/trans.htm

expõe uma teoria para a questão, que transcrevemos:

 

“Um ponto tem dimensão zero (0). Uma linha, gerada pela deslocação de um ponto, tem dimensão um (1). Uma superfície, gerada pela translação de uma linha, tem dimensão dois (2). Um volume, gerado pela translação de uma superfície, tem dimensão três (3). Este é o código básico.

 

Objetos de dimensão intermédia entre 1 e 2  ou  entre 2 e 3 , quer naturais (atuais) quer virtuais (gerados no computador), pertencem ao grupo dos objetos FRACTAIS.

 

A representação de três dimensões ou de dimensões fractais usando apenas duas dimensões é portanto uma simulação, com características icónicas e obedecendo a leis  ou códigos especificamente criados para o efeito, pela invenção humana.

 

Por outro lado as representações tridimensionais (3D) têm também características que lhes são muito próprias, definindo-se estética,  psíquica e semioticamente como uma categoria de representação capaz de provocar uma fruição  diferenciada das representações bidimensionais (2D) quer de objetos quer de texto. Por isso essa fruição é em si própria de natureza transpoética.

 

Para averiguarmos quais são e o que são esses limites é necessário considerar que a representação 3D é simultaneamente :

 

 

      uma geometria abstrata

                    uma estrutura conceptual

                                  uma construção cognitiva

                                                 uma relação simbólica

                                                                                       uma simulação. “

 

 

A questão é complexa e fica aqui apenas o registro como uma provocação para futuras discussões, mas convém consultar o texto supra-citado.

 

 

5.1 Outros estudos

 

Existem muitos estudos, cursos e projetos de pesquisa em andamento sobre o tema da Poesia Vitual, da tridimensionalidade e todas as tecnologias relacionadas. Vamos citar apenas alguns em desenvolvimento no Brasil.

5.1.1 Um curso na Unesp pretende fazer a “Sondagem das relações da poesia contemporânea com as Artes Visuais, mormente nos trabalhos dos artistas que também utilizam o verbal para a elaboração de suas obras. Abordagem das poéticas da contempora-neidade, destacando aquelas que têm nos códigos da visualidade ponto fundamental, elemento de ordem estrutural, salientando o percurso dessa visualidade, desde épocas remotas da escrituração de poemas, até chegar às manifestações mais recentes da poesia.“

http://64.233.161.104/search?q=cache:FURUE_ctNQYJ:www.ia.unesp.br/planos2/POETICAS%2520CONTEMPORANEA.doc+POESIA+VISUAL&hl=pt-BR&start=32

 

5.1.2 Registre-se também as atividades do Curso de Design Digital (16/06/2005 à 20/06/2005

16/06) sobre Poesia Visual – 5º semestre da UNIFIEO - Centro Universitário FIEO, Osasco, SP  http://www.fieo.br/v1/portal/evento.php?wae_id=122

 

5.1.3 E a Oficina de Projeto: Poesia e tempo: verso, visual, sonoro e digital,

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E FILOSOFIA

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL: HABILITAÇÃO EM MULTIMEIOS

PROGRAMA DE ENSINO DE OFICINA DE PROJETO

http://www.google.com.br/search?q=POESIA+VISUAL&hl=pt-BR&lr=&cr=countryBR&start=30&sa=N

 

5.1.4  CONSIDERAÇÕES SOBRE A POESIA DIGITAL

Por Jorge Luiz Antonio - Doutorando em Comunicação e Semiótica pela PUC SP, sob orientação da Profa. Dra. Irene de Araújo Machado http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/404nOtF0und/404_3.htm

 

5.1.5  Projeto: Livro sobre a Poesia visual - passado e futuro da poesia que rompeu

com os limites da palavra

Autor: Karen Gracieli Silva

Intituição: Universidade Federal do Paraná

Ano letivo: 2004

A proposta desta dissertação é discutir a polêmica trajetória da poesia concreta brasileira com base na análise de procedimentos técnicos, conceitos teóricos, princípios formais apresentados nos principais textos (manifestos e poemas) e prática poética deste movimento. http://www.design.ufpr.br/lai/Publicacoes/trabalhos/Sinopse_PV19.pdf

 

Sem pretender esgotar, apenas dar uma idéia inicial das propostas que estão em curso e que poderão ser levantadas e atualizadas a qualquer momento nos buscadores tipo Google, vai mais um exemplo:

 

 

5.1.6 Intermédia e poéticas digitais: Raquel Ritter Longhi

procura estabelecer parâmetros para se categorizar as criações poéticas que se dão nos meios digitais.

http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/404nOtF0und/404_22.htm

 

 

5.1.7  Poesia visual, hipertexto e ciberpoesia (resumo)

POESIA VISUAL, HIPERTEXTO E CIBERPOESIA

Sérgio Capparelli, Ana Gruszynski, Gilberto Kmohan

O Objetivo do projeto "Poesia visual" é descrever e analisar as tensões dentro e fora da área da arte, especialmente as que dizem respeito à hibridação da linguagem verbal e não-verbal com uso de tecnologias tradicionais (imagem e escrita); e hibridação da linguagem verbal e não-verbal a partir das novas tecnologias (imagem sintética e escrita eletrônica).

http://www.pontomidia.com.br/ricardo/colinks/english/view_text.php?id_texto=10

 

5.1.8

 

6 Conclusão ou reinício

 

O presente artigo pretendeu apenas levantar a questão da Poesia Visual em seus aspectos teóricos e tecnológicos. Pela busca realizada na Internet, trata-se de um campo de atividade e de estudo em efervescência. É impressionante o número de sítios, de artigos, de cursos e projetos em andamento, além das obras “expostas” na web, no caso brasileiro.

 

Numa busca rudimentar, não-avançada, com o termo Poesia Visual, o Google 91.900 registros. Nós sabemos que há uma repetitividade espantosa nessas buscas, apontando muitas vezes para os mesmo endereços mas ainda assim é possível reconhecer uma quantidade imensa de sítios para análise, desde simples notícias até elaborados textos de pesquisas.

 

Se restringimos a busca apenas às páginas no Brasil, o número continua muito significativo: 14.800.

 

Com o termo Visual Poetry o número cresce espantosamente para 11.700.000 registros, algo praticamente indevassável...

 

Poesie visuelle tem 230.000 entradas...

 

Não seria o caso de seguir buscando em outras línguas.

 

Em anexo, para orientar os leitores do presente trabalho, arrolamos uma série de endereços sobre o tema que consideramos interessante e/ou importantes para quem deseje explorar o tema por conta própria.

 

Por razões óbvias, optamos por restringir o nosso estudo às páginas em português e castelhano, com o foco principal na atividade no Brasil. Iremos a sítios e a textos em outras línguas apenas quando eles apareçam na bibliografia como sendo fundamentais para o entendimento do tema.

 

A primeira abordagem revelou que o termo precisa ser definido, que exige categorizar as diversas experiências em curso e revelar quais os teóricos e poetas mais representativos, além de demonstrar a presença da poesia visual brasileira no cenário internacional. É o que o pós-doutorando Antonio Felipe Galvão da Silva e eu, com o apoio da CNPQ, estaremos realizando nos próximos meses. Nossa intenção é de apresentar o Relatório de pesquisa até o final do ano que vem e dele extrair o texto de um livro sobre o tema da Poesia Visual no Brasil.

 

 

 

NOTAS

 

 

(* 1) Um documento – por exemplo, um poema publicado no papel ou num CD-ROM – pressupõe quatro elementos constitutivos: o tipo do documento, no caso, o poema; um formato (por exemplo, um soneto, um égogla, versos livres, etc.), um conteúdo, isto é, a parte substantiva do texto (no caso do poema) e o suporte – a base material em que está legível, manipulável. Para um entendimento mais pormenorizado da estrutura de qualquer documento, ver:

http://www.antoniomiranda.com.br/LivrosPDF/CInformacao/dgzeroartigo.pdf

 

(*2) Agora estaríamos num caminho reverso, buscando a “integração das artes”, teorizado por Max Bense, praticado pelo Bauhaus e que foi a ideologia de fundo de movimentos experimentalistas brasileiros dos anos 50 e 60 do século passado.  O concretismo, e explicitamente no neoconcretismo, manifestações de ruptura com os ortodoxismos da produção dos objetos literários e artísticos em voga até então, voltaram-se para a reaproximação da poesia com a escultura, a pintura, a dança e o teatro.

 

(*3) Alguns poetas foram “pictóricos” na composição da idéias e não na forma dos poema, como é o caso do português Cesário Verde que foi um “pintor”, no sentido de pintar com palavras suas composições poéticas. Um livro inteiro dedicado ao tema é o ensaio brilhante de Danilo Lobo: O Pincel e a Pena: outra leitura de Cesário Verde. Brasília: Thesaurus, 1999. 184 p. http://www.thesaurus.com.br238

 

CAMPOS, Haroldo de, org.  Ideograma: Lógica, Poesia, Linguagem. 4 ed.  São Paulo:

Edusp, 2000.  238 p.

 

LÉVY, Pierre. Pela ciberdemocracia. In: MORAIS, Denis de, org. Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003.  p. 367-384.

 

MARTÍNEZ, Noel Fernández. A TipoGrafia como Imagem.

http://www.vis.ida.unb.br/coma/textos/noelfernandezmartinez.pdf

 

MCGARRY, Kevin. O contexto dinâmico da informação. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

 

MIRANDA, Antonio; SIMEÃO, Elmira. A conceituação de massa documental e o ciclo de interação entre tecnologia e o registro do conhecimento. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação , v.3 n.4 ago/02  Também em:: http://www.antoniomiranda.com.br/LivrosPDF/CInformacao/dgzeroartigo.pdf

 

OBRANOME. Brasília: Conjunto Cultural Caixa, 2004.64 p. ilus. col. Catálogo da exposição de Poesia Visual.

 

PADIM, Clemente.  A Poesia Intersignos: culminação de um processo.In: http://www.iis.com.br/~regvampi/museu/ensaios/ensaiosantigos/clementeport.htm

 

POESIA CONCRETA.  Lisboa: Serviço de Propaganda e Expasão Comercial da Embaixada do Brasil, 1962.  34 p.

 

POUND, Ezra.  A arte da poesia; ensaios.  São Paulo: Cultrix.; Edusp, 1976.164 p.

 

SILVA, Antonio Felipe Galvão da. Análise tridimensional em processo de transferência da informação: A POESIA VISUAL: Aspectos da estrutura documental, do veículo de comunicação (internet) e interação com público-alvo. Brasília: Departamento de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade de Brasília, 2005.  Projeto para pesquisa de Pós-Doutorado Junior;  Supervisor: Professor Antonio Lisboa Carvalho de Miranda.

 

XAVIER, Henrique Piccinato. A evoluão da poesia visual: Da Grécia Antiga aos infopoemas -

Revista Significação Nº 17 . In: http://www.annablume.com.br/comercio/product_info.php?cPath=&products_id=396

 

 

Artigos na Internet:

 

 http://www.iis.com.br/~regvampi/museu/ensaios/ensaiosantigos/clementeport.htm

 

http://www.expoart.com.br/artigos/?idt1=133

 

http://www.iis.com.br/~regvampi/museu/ensaios/ensaiosantigos/clementeport.htm

 

http://www.expoart.com.br/artigos/?idt1=133

 

 

Sítios principais:

Uma pesquisa no Google, no dia 3 de outubro de 2005,  somente nos sítios brasileiros, recuperou aproximadamente 197.000 para POESIA VISUAL. Mesmo considerando que muitos dos itens recuperados são repetitivos, ainda assim o volume de documentos sobre o tema é imenso e requer uma rigorosa triagem e categorização para extrair-se dela uma amostra representativa e significativa do universo, tarefa que faz parte de nosso projeto de trabalho. Alguns estão apenas alguns: (a ordem é absolutamente aleatória)

 

 

http://www.imediata.com/BVP

http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pvvnvi/pv000000.htm

http://br.search.yahoo.com/search/dir?p=Poesia+visual&r=&ei=ISO-8859-1

http://www.iar.unicamp.br/alunos/poesiavisual/

http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/vera_bighetti/event.2005-09-28.7586495109

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=5110&cat=Ensaios&vinda=S

http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/visual.htm

http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pvvnvi/vi010228.htm

http://www.constanca.lucas.nom.br/poesiavisual.htm

http://www.faap.br/revista_faap/revista_facom/artigos_visualidade1.htm

http://www.faap.br/destaques/28_mostra_comunicacao/poesia_visual.htm

http://www2.uerj.br/~labore/cimagem/p13_1.htm

http://www.pucsp.br/pos/cos/epe/mostra/catalogo.htm

http://www.ciberpoesia.com.br/layout.swf

http://www.italnet.com.br/garatuja/visual.htm

http://www.dhnet.org.br/cultura/poesia/

http://www.avelinodearaujo.hpg.ig.com.br/TEXTOS/RESENHA4.htm

http://www.constanca.lucas.nom.br/mapadosite.htm

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia/poesia/index.cfm?fuseaction=Detalhe&CD_Verbete=3926

http://www.revistaetcetera.com.br/old/08/visuais/imgescrit2.htm

http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/CPpoexp.htm

http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/404nOtF0und/404_22.htm

http://www.poemavisual.com.br/html/pv.php

http://www.acessa.com/nossagente/arquivo/artistas/2002/03/25-Knorr/

http://www.officinadopensamento.com.br/arquivos/literais/

http://www.poematomico.theblog.com.br/20040202-20040208.html

http://www.calazans.ppg.br/c_ar02.htm

http://www.palavrarte.com/Equipe/equipe_amelia.htm

http://www.casadasrosas.sp.gov.br/casadasrosas/ContentBuilder.do?pagina=poesiaSugestao

http://arteonline.arq.br/museu/interviews/reginavaterport.htm

http://www.bibope.art.br/box_conteudo.swf

http://bienalsaopaulo.globo.com/26/professores/26profPB.asp

http://www.cfh.ufsc.br/~magno/links3.htm

http://www.gargantadaserpente.com/najas/tchello_curriculo.html

http://geocities.yahoo.com.br/coletivomadeirista/gates_amazonia_arquivos/gates_amazonia_index.htm

http://www.estacio.br/rededeletras/numero13/garimpo/default.asp

http://www.ciencialit.letras.ufrj.br/links/autores.htm

http://www.meiotom.art.br/

http://www.arteconcretapaulista.com.br/flash/home.swf

http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/BDNUH/NUH_4444/NUH_4444.html

http://www.imediata.com/BVP/

http://www.uc.pt/pessoal/mportela/arslonga/mpwebarslongaartigos.htm

http://www.rondoniagora.com/2005/noticias.asp?ID=1946

http://www.revistazunai.com.br/entrevistas/glauco_mattoso.htm

http://www.geocities.com/rogelsamuel/poesiadigital2.html

http://nucc.pucsp.br/~marcusbastos/mbastos_log/archives/2005_08.html

http://www.viegasdacosta.hpg.ig.com.br/tchello/tchelloentrevista.htm

 


 

 

 

 
 
 
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