Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TEXTES EN FRANÇAIS


O JOVEM E O POEMA

 

JOAQUIM NABUCO: o jovem e o poema. Texto de Fontes de Alencar extraído de seu livro de ensaios “Kalévala – e outros temas” (2014)

 

 

          Joaquim Nabuco - Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo - fez-se figura estelante da vida pública nacional como político, orador e memorável estilista; e ainda publicou versos.

Graça Aranha em Machado de Assis e Joaquim Nabuco — comentários e notas à correspondência entre estes dous escritores, de 1923, editado por Monteiro Lobato & Cia (Brasiliana Digital) referindo-se ao segundo disse:

 

A campanha pela Abolição o havia revelado ao Brasil e a humanidade, sensível às cousas brasileiras. O heroísmo da sua mocidade tinha se cumprido. Nabuco renunciara ao domínio, à posição, ao repouso, rompera com a classe dos senhores, a qual pertencia, e tornara-se o apóstolo da libertação dos escravos.

 

          De sua produção versifica destaco nesta ocasião Amour et Dieu - Paris, Imprimerie de J. Claye, 1874 (Brasiliana Digital), de cuja peça derradeira transcrevo este quarteto:

 

Je parle une langue étrangère

Dans mes vers; je ne sais pourquoi.

Peut-être pour dire à ma mère,

Lê poete, ce nest pas moi.

 

Dez anos antes Nabuco de Araújo, o pai, estimulava--o a versejar.  Angela Alonso em Joaquim Nabuco: os salões e as ruas (São Paulo: Companhia das Letras, 2007) especifica que ele promovera edição luxuosa, no ano de 1864, de um poema em que o filho o homenageava —  O Gigante da Polônia.

 

          A criação nabuqueana chegara às mãos de Machado de Assis e o então folhetinista do Diário do Rio de Janeiro, na edição de 31-01-1865, a propósito grafou:

 

...Já que falo em poetas escreverei aqui o nome de um jovem estreante da poesia, a quem não falta vocação, nem espontaneidade, mas que deve curar de aperfeiçoar-se pelo estudo. É o Sr. Joaquim Nabuco. Tem 15 anos apenas. Os seus versos não são de certo perfeitos: o jovem poeta balbucia apenas; falta-lhe compulsar os modelos, estudar a língua, ultimar a arte; mas se lhe faltam os requisitos que só o estudo pode dar, nem por isso se lhe desconhece desde já uma tendência pronunciada e uma imaginação viçosa. Tem o direito de contar com o futuro. (GA, op. cit.).

 

          E o adolescente escreveu ao periodista:

 

          Não sou poeta; as minhas toscas composições, escritas nas minhas horas vagas, ainda não pretendem a tanto; o título pomposo de -poeta, - que. por extrema bondade, e. complacência, dignou-se-me aplicar, poderia esmagando a minha nula valia, encher-me de um orgulho sem fundamento, que me elevasse acima do que eu realmente sou, se porventura não tivesse a indestrutível convicção de que ele verdadeiramente me não pertence, e de que me foi aplicado por um poeta, que, talvez por simpatia ou por qualquer motivo, desejando estender-me a sua mão de apoio e de admiração, me deu títulos superiores às qualidades que realmente eu possuo.

 

          Escrevo versos, é certo; porém estes versos, sem cadencia e

sem harmonia, não podem elevar o seu autor à altura de poeta...

 

          Não obstante, decorrida uma década Nabuco publicaria na capital da França o poemário Amour et Dieu.

 

          Findava o século XIX quando apareceu Minha Formação, de Joaquim Nabuco. Gilberto Freire preludiou a 2ª edição dessa autobiografia (Brasília, Senado Federal, 2001). Do mencionado lavor nabuquino colho:

 

          Recordo-me de que nesse tempo (aos quinze e dezesseis anos...) tive uma fascinação por Pedro Luís, cuja ode à Polônia, Os

Voluntários da Morte, eu sabia de cor.

 

          Em setembro de 1939 a Alemanha invadira a Polônia. A 6 do mês seguinte completo era o domínio nazista acolá. Em maio de 1942, Tadeu Skowronski, no prêmio de Páginas Brasileiras sobre a Polônia, obra por ele organizada e editada pela Freitas Bastos, do Rio de Janeiro, vozeou:

 

A Polônia sucumbiu, mas não foi vencida... Li o poeta de "Terribilis Dea" - Pedro Luiz Pereira de Souza, as estrofes do jovem Joaquim Nabuco, as poesias inflamadas de Castro Alves, reli as palavras proféticas de Rui Barbosa...

 

Da seleta do Ministro polónio extraio o poema do jo

vem:

 

O GIGANTE DA POLÔNIA

(Trechos de uma ode)

..........................................

 

Anjo tutelar, propício nume

Do Polaco terreno, ufano logra

Ovações mil a mil da pátria cara!

Vistula fero, da Polónia o guarda!

 

.................................................

 

O Vistula espumoso é incentivo

Do brio, do denodo e da braveza,

 

Que ao Polaco assinala um posto d'honra

Marcando dos heróis o lugar primo!

 

.......................................................

 

Sentinela fiel, guarda em vigília,

Do morticínio atroz ali sangrento

Ele foi testemunha. Enraivecido,

Suas águas com sangue misturadas,

Para os mares do norte arroja afoito!...

Elas são, bem que tácito, um protesto,

Que na mente dos povos alto clama.

Para os bravos Polacos d'hoje, e dbntem,

Para os da fé valentes defensores,

Vingança!

 

Hidra que os Russos assoberba.

Na história a Polónia se apresenta;

 

Não lhe paga o presente o seu passado,

Quando a orbe do Cossaco ameaçado

Com o sangue dos seus salvou a custo,

Seus atos de bravura o mundo espantam,

Seus feitos de heroísmo ele contempla,

Seu presente brilhante o maravilha!...

 

Um bárbaro colosso transportado

De inóspitas paragens para a Europa,

Chamar-se de Europeu indigno povo!...

Inerte e rude massa sem cultivo,

Sem crença, sem amor, letras, nem artes,

Eis ao que se resume o grande império,

Que o oriente da Europa abrange largo!

Prolongada extensão possui ele hoje;

Despótico autocrata as leis lhe dita;

Seu exército imenso é de carrascos...

 

.....................................................

 

Entretanto os polacos não trepidam

Em, nas lanças agudas dos inimigos.

Morte de bravos ir buscar, pujantes,

Não lhes assusta o cadafalso erguido,

Nem da morte o cortejo os intimida.

As geladas campinas da Sibéria,

Onde mil infelizes se lamentam,

Onde chora a mulher seu caro esposo,

Onde o filho pranteia o pai ausente;

Os pesados grilhões, fortes cadeias,

De seus cansados membros - opressores:

A vista aterradora dos suplícios,

E a presença constante dos algozes,

O alento desses bravos não comovem,

Nem no peito tão pouco a chama abafam

Nem a voz da consciência nalma calam!

Em sagrado holocausto, nora pátria,

Cada dia mais vítimas se oferecem! ...

Seu sangue fertiliza o solo bravo ...

Novos, brotam do chão guerreiros fortes...

Pela pátria se finam - ai vêm novos.

A Polônia de Antéus é terra fértil!...

Um constante lidar entre dois povos!

Dois povos, dois anelos mutuados!

Este, a morte, o horror, a tirania;

Aquele, a religião, a pátria e a vida!

Um, combate para o jugo impor, odioso,

Outro, para dele libertar a pátria;

Um, pretende apertar grilhões de escravo,

Outro, o elo romper, que o prende à Rússia!

Por ser tirano aquele, fere e mata;

Este, ali pela pátria morde o solo!

A morte desses bravos não choremos.

Porque, noutra vida, um Deus existe,

Que sabe premiar os grandes feitos...

Um Deus que tem para os bons a Eternidade,

Um Deus que tem para os maus torturas grandes.

 

 

TEXTES EN FRANÇAIS

 

JOAQUIM NABUCO

 

 

POÈMES FRANÇAIS D´ÉCRIVAINS BRÉSILIENS. Choix et notes biographiques de Luz Annibal Falcão – Président de l´Alliance Francaise de Rio.  Préface de Francis de Miomande.   Pèrigueux, France: L´Atelier de Pierre Fanlac, Près Tour de Vésone, 1967.  118 p.  14,5x19,5 cm.  Inclui poemas de autores brasileiros escritos originalmente em francês.

 

 

Orateur, parlementaire, journaliste, homme politi¬que, Joaquim Nabuco de Araujo, né à Pernambuco en 1849, a été l'un des chefs du mouvement anti-esclava¬giste qui finit par triompher. Abandonnant la politique après la chute de l'Empire (1889), il accepta d'être le représentant du Brésil dans la question de frontières avec la Guyane britannique soumise à l'arbitrage du roi d'Italie. Nommé Ministre à Londres, il fut ensuite Ambassadeur à Washington, où il mourut en 1910.

En 1906, il avait présidé la 3e Conférence Pan-Américaine, à Rio. Ses principaux ouvrages sont « Um Estadista do Imperio » (Un homme d'Etat de l'Em¬pire), où il trace la biographie de son père, José Thomaz Nabuco de Araujo, et étudie une des périodes les plus intéressantes de l'histoire de l'Empire brési-lien, et « Minha Formaçâo » (Ma Formation), auto¬biographie parsemée de pages admirables, de souve¬nirs, de paysages, de portraits.

Ayant coutume de dire qu'il pensait en français, Joaquim a publié plusieurs livres en langue française, parmi ceux-ci : « Amour et Dieu », poèmes et « Le droit au meurtre » (1872), lettre à M. Ernest Renan sur l'homme-femme à propos du « Tue-la » d'Alexandre Dumas fils ; « L'Option », drame en vers inspiré par la question de l'Alsace-Lorraine, et « Pensées Déta-chées » (1906), dont Emile Faguet a dit que « certains passages n'étaient pas si loin d'être du Chateaubriand ». En 1873, il avait fait un voyage en France, où il avait été présenté à Thiers et où il fréquenta George Sand, Scherer, Littré, Laboulaye et Renan, dont il a toujours gardé une impression ineffaçable.

 

 

L'OPTION

(Pièce écrite en 1876)
HELENE

 

 

Je le sais, c'est en vain que, malgré tout, j'espère

Ce sont eux, croyez-moi, qui veulent cette guerre.

Ils l'attendent d'un cœur impatient, mais fort,

Qui, tout en la voulant, vous en laisse le tort,

Je les ai vus, moi-même, en des nuits de souffrance,

Dresser, depuis dix ans, l'inventaire de France.

Ils savent tout. Souvent, dans nos étroits sentiers,

Où l'on n'a jamais vu nos meilleurs forestiers,

Dans l'eau de nos marais, où le troupeau patauge,

Dans nos ravins profonds, sur la ligne des Vosges,

Ils ont passé partout, en comptant chaque pas.

Cachant, pendant le jour, la carte et le compas,

Planant comme un faucon, rampant comme un reptile,

Mesurant tout d'un œil qu'on dirait immobile.

Ils ont pris le profil de tout notre pays.

Du Rhin à l'Océan, en passant par Paris.

Même sous vos bienfaits leur rancœur fut constante ;

Leur espoir ne s'est pas fatigué de l'attente ;

Et chacun d'eux connaît la France mieux que vous,

Car vous l'aimez, tandis qu'eux, ils en sont jaloux.

 

 

 

PENSEES DETACHEES

 

La croix peut être lourde à porter, mais ce n'est que par elle que notre démarche s'équilibre.

*

Gardez le dévouement après avoir perdu l'amour, la vénération après avoir perdu la foi, la reconnais¬sance après avoir payé la dette, la générosité après avoir retiré l'estime.

*

Si le vrai bonheur existe, il s'appelle fidélité ; mais celui-là est le bonheur de ceux qui se passent de bonheur.

*

En politique, la vapeur qui permet d'aller contre le vent et le courant est encore à découvrir. On n'y peut naviguer qu'à la voile.

*

La religion qui détruirait la joie de vivre ne tiendrait pas compte du plaisir que, selon la Genèse, Dieu a eu à créer les choses.

*

On ne peut exprimer que des côtés de la pensée ; la pensée elle-même, en son ensemble, se retire dès qu'elle s'aperçoit qu'on veut la saisir.

*

Il y a des esprits qui sont comme des espèces aro¬matiques, dont l'encens est la combustion de leur propre essence. L'esprit français est en général incom¬bustible ; son parfum n'est qu'une suprême distillation.

*

La lutte pour la vie devient chaque jour plus raffinée de procédés et plus grossière d'instincts.

*

L'opposition sera toujours populaire ; elle est le plat servi à la foule qui n'est pas admise au festin.

 

 

 

 Pagina ampliada e republicada em agosto de 2016

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar