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NELSON DE OLIVEIRA LANÇA ANTOLOGIA DE CONTOS
Palavra-puxa-palavra, non sense, sem sentido buscando sentido: a linguagem prestigitadora de NELSON DE OLIVEIRA surpreende pela vertiginosa ou verborrágica fluidez, criando caleidoscópios de imagens, arranjos florais, digo, verbais de sugestiva fragrância, perdão, flagrância. Vertigem, enfado, como purpurinas lacrimosas, reverberando ao sol de uma criatividade surpreendente. Palavras e sentidos centrifugados numa composição que linda com a esquizofrenia, que não narra mas amarra significados, que não discursa mas é o decurso de uma insinuação.
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Saíram "OS MELHORES CONTOS DE NELSON DE OLIVEIRA: PEQUENO DICIONÁRIO DE DE PERCEVEJOS" pela Lamparina Editora, na coleção Invenção de Orfeu, 2004, 198p.
São contos incomuns onde, o que conta, não é história ou estória, é a forma de contar. Destaque para o notável "Qüiproquó na Sé" em que Madame Zênite é, escatologicamente, canibalizada ou "corpulada" pela "arderente paixão, permabulia pelo corpo teso de Teseu, ancaixando-se na tesoura dele, nas suas ora bolas soltas, sangue-sungas, sutis e nenhures simétricos. A multidão fotossensibilizada aplaudia de pé". É DE PERDER O FÔLEGO A LEITURA DO TEXTO!! É de entesar a tesoura e corpular os textos por inteiro, por onde for!!
Antonio Miranda |
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