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O JARDIM LABIRINTO

da Chácara Irecê

 

(Antonio Miranda)

 

Iniciei, em 1988, a (im)plantação de um jardim labirinto na Chácara Irecê — uma propriedade rural que ainda mantenho, nos arredores de Brasília, já em território goiano.

 

Havia visitado jardins labirintos em viagens à Argentina e à Inglaterra. O primeiro  foi na localidade de Los Cocos, na província de Córdoba, onde estive em duas oportunidades: em 1962, ainda jovem, vivendo as glórias de um prêmio de viagem ao país; e, depois, em 1973, quando tentava localizar meu amigo Manuel Mujica-Láinez, o célebre autor do romance Bormarzo,  que havia se mudado para as Serras de Córdoba.

 

Depois eu percorri as alamedas arbóreas (topiárias) do famoso jardim labirinto de Hampton Court, projetado à época de William III, século XVIII, com suas surpreendentes rotas internas em que me perdi e me diverti com sua geometria ou simetria enganatória.

 

Quem não se lembra daquele jardim requintado do celebérrimo filme “O ano passado em Marienbad”, de Alain Resnais?! Uma fascinante sensação de estranhamento.

 

Quando entrei na fase de nostalgias e recordatórios, nos anos 80 do século passado, promovido durante o retiro constante — em fins de semana, quase sempre —, na Chácara Irecê, no período que culminou com a escritura do meu livro Manucho e o Labirinto (São Paulo: Global, 2000), decidi construir “meu” jardim, empresa que consumiu anos, sonhos, ansiedades e recursos. O projeto seguiu o modelo de Hampton Court, cuja planta eu havia descoberto anos antes na Library of Congress. 

 

 

            Plantando uma fantasia, realizando um delírio juvenil, puro ludismo. Levou anos a plantação, devido às perdas causadas pelas formigas, pelos longos períodos de estio típico do Planalto Central do Brasil — chuvas abundantes seguidas de meses de ar seco. Apesar das dificuldades, chegamos — meu caseiro e eu —a ampliar o espaço do projeto para novas alamedas, consumindo milhares de mudas de ciprestes portugueses.

 

            A imagem captada pelo satélite é do fim do século passado! Algum tempo depois, muitas árvores secaram, apesar do sistema de irrigação instalado,  Entrei em processo de desânimo e desilusão, jamais depressivo (que não é de meu feitio), e decidi por remover o jardim, desmontá-lo quase por inteiro. A única fotografia completa do jardim é esta tomada das alturas satelitais pela NASA.  Incrível!!!

 

Toda aquela atmosfera de magia e encantamento foi devidamente inscrita no livro citado (Manucho e o Labirinto). Quero apenas compartilhar estas imagens  descobertas por  Nildo (Juvenildo Barbosa Moreira), o webdesigner que ajuda na montagem de nosso Portal de Poesia. Gracias, mil gracias pelo achado!!!! É uma visão impressionante, não apenas pelo assombro causado pela tecnologia que a possibilitou, mas por trazer de volta um momento de obstinação criadora, que eu já considerava perdido nos meandros labirínticos da memória afetiva, mas que deixou seu rastro luminoso na constelação cibernética. Como uma estrela apagada, como tantas que habitam a nossa ilusão do firmamento.

 

Chácara Irecê, Goiás, 28 de junho de 2008, 

 

 

 




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