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Ensaios
 

GLAUCO MATTOSO SURPREENDE LANÇANDO SEU
TRATADO DE VERSIFICAÇÃO.
 

Glauco Mattoso
TRATADO DE VERSIFICAÇÃO
São Paulo Annablume, 2010. 
ISBN 978-85-391-0106-1

 

         Glauco Mattoso é incrível! É um oximoro! Lembra o Gregório de Mattos, que também era satírico mas religioso... fustigava os padres e os políticos, levava uma vida marginal mas era moralista...Mattoso (também com dois t como o Boca do Inferno) anda na contracultura e na cantiga do mal dizer, mas cultiva e cultua o soneto!!! E a versificação à antiga, metrificada e rimada.

         Glauco lançou seu tratado de versificação, em pleno século XX, na era da poesia visual e do verso livre. É uma espécie de renascimento do verso clássico, como pretendeu a Geração 45. Mas Glauco está privado da visão, mas enxerga a fôrma do soneto e conta os pés do poemas, ele que se confessa podólatra! Diz ser um “cego soneteiro”, mas é um visionário em todos os sentidos!  E enxerga mais do que muitos, até a estrutura dos poemas enquanto construção na página em branco ou na tela.

         Indo para o sério, Glauco Mattoso é uma figura extraordinária em todos os sentidos. Seu “Tratado de Versificação” é mais amplo do que os precedentes. Por certo, ele reconstitui e amplia o do mato-grossense Manuel Cavalcanti Proença, que era militar e combinou sua disciplina castrense com o rigor da poemática.

         Glauco se justifica:

Não se trata de procurar chifre em cabeça de cavalo, ou de égua. A versificação lusófona, quer na terminologia, quer na praxe, comporta dois pontos de vista que equivalem a um olhar masculino e outro feminino na direção do fazer poético. De um lado, as musas que inspiram o bardo, o vate, o menestrel ou o cantador, e as divas que lhe declamam os poemas nos saraus e recitais; do outro lado, as poetisas que abrem mão do gênero frágil e querem ser “poetas”, ainda que não se encontrem “bardas”, “vatas”, “menestrelas” ou “cantadoras” para representar a faceta fêmea do ofício lírico.  No meio do tiroteio , em lugar do cego violeiro ou rabequista, este cego soneteiro e glosador, disposto a rastrear os passos do compasso métrico e a desmistificar o machismo e o feminismo subjacentes nos parâmetros da composição do poema.”

 

         São 346 páginas de textos, glossário e bibliografia. Incluindo poemas inteiros e fragmentos que ilustram os exemplos desenvolvidos no plano da obra.  Nove capítulos, com suas subdivisões temáticas; e três apêndices: Pé ou célula métrica, Acento tônico, Cesura, Possibilidades métricas do verso, Combinação  de pés e segmentos, Sexualidades dos proparoxítonos, Martelo, Parâmetro do poema e até uma seção sobre o Verso livre, seguidos de apêndices sobre “Quadros das possibilidades métricas dos versos”, “Nomenclatura quantitativa” e Glossário remissivo”, etc e tal.  Questões dos acentos e dos parâmetros do pé jâmbico, anéstico e peônico, as traições do ritmo, as possibilidades métricas do verso,  recorrendo aos poemários lusófonos e brasileiros, de Camões a Cecília Meireles, da poesia erudita à popular.

         Dizem que caldo de galinha não faz mal a ninguém. Conhecer métrica e rima não faz mal ao poeta, deve até melhorar a qualidade do  que escrevem. É bom lembrar que até nos versos de vanguardistas e de poetas visuais é possível encontrar rimas e uma métrica disfarçada, sobretudo na editoração dos textos, na busca da geometrização  espacial, embora hoje em dia os aplicativos de editoração não requerem mais medir o espaço das letras, acomodando-as no formato que o poeta quiser. 

         Recomendamos a leitura por qualquer um, do público amante da poesia, mas sobretudo para os poetas e críticos que queiram ler melhor a poesia que foi produzida e continua sendo produzida, de ontem ao futuro... Com a marca do gênio de Glauco Mattoso. 


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