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GIL VICENTE e o AUTO DA BARCA DO INFERNO

 

                                                                                              Resenha de ANTONIO MIRANDA

 

VICENTE, Gil.   Auto da barca do inferno.  Apresentação e notas de Ivan Teixeira.  São Paulo: Ateliê Editorial, 1996.  110 p.  ilus.  (Clássicos Ateliê)  ISBN 978-85-7480-590-0  [ 12ª. edição 2014, uma reimpressão]. 


O ensaio introdutório, de valor científico e pedagógico, trata da estrutura e posição do texto, aborda a questão da sátira social e a moralidade, classifica o autor na fase do Renascimento inclinado para a arte gótica, apresenta um roteiro de leitura, acentua o humanismo do autor e a questão de seu teatro poético e, se não bastasse, apresenta uma orientação de texto do Auto da Barca do Inferno  para o leitor, antes da leitura. Essencial para compreensão da obra. E atualiza a edição conforme o novo código ortográfico.  Garante que "toda a vida social portuguesa do fim da Idade Média acha-se genialmente captada neste auto." Ou sema, "Gil Vicente era um mestre da representação social. Suas personagens pertencem à categoria dos tipos, espécie de personagem mais própria para simbolizar as diversas camadas da sociedade. Há gente da nobreza, do clero e do povo, Todavia, as diferenças de hierarquia, tão importantes na vida real, se anulam perante as ironias do Diabo. Ele só leva em conta a essência das pessoas.."

         Ivan Teixeira observa que obra vicentina desconhecia a perspectiva como é natural na pintura, mas que já era comum no teatro grego. "Nesse sentido, e também pela religiosidade, o teatro vicentino pode ser classificado de gótico"  como, por exemplo, a pintura de Giotto."Enfim, o Auto da Barca do Interno  está para a literatura europeia, assim como  gótico está para as artes plásticas, marca o fim da Idade Média e o início do Renascimento. " E conclui: " O Auto da Barca do Inferno pode ser também considerado expressão da arte gótica porque enfatiza o tema da morte.  

         Ivan Teixeira exalta, sobretudo a atualidade da obra vicentina, graças ao seu domínio da linguagem poética. "A experiência dele com os redondilhos é impressionante. As rimas, as agudezas, as metáforas, os trocadilhos, as ambiguidades, os paradoxos, os símbolos, os balanços rítmicos  — tudo isso conduz ao universo das composições universais." E conclui dizendo que "A enorme capacidade de representação social do teatro vicentino advém de sua inclinação para a poesia satírica, que depende da escolha certa, do tom preciso e agudo da palavra adequada."


Acredita mesmo que o texto se inclina mais para a poesia do que para a sua representação, sustentando-se na sua leitura, embora cresçam nas encenações.  Vale dizer, é um autor de poesia dramática.
Há várias versões dessa peça teatral, pelo próprio autor, e sobretudo numa compilação feita por seu filho.

Ver a imagem da Compilaçam de 1562, considerada a primeira edição de sua obra completa:

 

Vejamos uma das belas passagens do livro, referindo-se a um dos possíveis passageiros da Barca: 

                   Anjo
Tu passarás, se quiseres;
porque em teus fazeres,
per malicia nom erraste,
tua simpreza te abaste
para gozar dos prazeres.
Espera entanto per i,
veremos se vem alguém
merecedor de tal bem
que deva de entrar aqui".

 

         A edição da obra pela Ateliê, em formato de bolso, acessível pelo custo a um público mais amplo, tem a grandeza de incluir um texto de apresentação tão relevante e revelador, digno de reconhecimento.


 
 
 
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