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CRÔNICAS E RESENHAS DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE EM EDIÇÕES QUALIFICADAS

resenha de Antonio Miranda

 

ANDRADE, Carlos Drummond de.  Confissões de Minas. São Paulo: Cosac Naif, 2011. 
            336 p. ilus.  ISBN 978-85-7503-783-6 

ANDRADE, Carlos Drummond de.  Passeios na Ilha – Divagações sobre a vida literária
            e outras matérias.  
São Paulo: Cosac Naif, 2011. 344 p. ilus.
             ISBN 978-85-405-01009-6  

 

         A editora CosacNaif surpreende com o lançamento de um novo formato editorial, de capa sóbria e de bom gosto, capa dura, e editoração esmerada, dedicada ao grande poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade: “Confissões de Minas” e “ Passeio na Ilha – divagações sobre a vida literária e outras matérias”,  com a tiragem de 5000 exemplares de cada, e a um preço compatível com a qualidade do produto (R$ 76,00), embora fora de alcance do leitor médio.  Oxalá cheguem às bibliotecas para democratizar o acesso...

         Existem muitas edições de crônicas do poeta de Itabira, algumas por órgãos oficiais, outras por editoras comerciais. Esta tem a vantagem de incluir um número considerável de textos sobre poetas e poesia. Em “Confissões de Minas” encontramos comentários sobre a obra de Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Gonçalves Dias, visão de um modernista da obra dos nossos românticos.  Fagundes Varela, um jovem poeta que expressa sua amargura como se fosse um velho desiludido da vida... A tristeza e “vulgaridade” de Casimiro de Abreu, dos amores impossíveis e da tristeza irremissível.  Gonçalves Dias e sua poesia indigenista, fundadora de nossa literatura nativa. Mas tem mais: Abgar Renault, Emilio Moura, Afonso Frederico Schmidt, Frederico García Lorca.  Uma crônica sobre as voz feminina de Henriqueta Lisboa  e o grande Joaquim Cardoso, que era o calculista das obras de Niemeyer e grande poeta de origem pernambucana, amigo de João Cabral. Não é muito, no conjunto, mas substantivo, digno de leitura.

         Sobre Joaquim Cardoso, poeta bissexto, apresentado como poeta sobre a província e o espírito: as raízes, o mangue, cajueiros, suas pontes e engenhos — “deliberadamente nacionalista e naturalista”. Falando da dor da terra e do clamor das raízes. “Paisagem, profundamente.” JC tembém era metafísico:


“ Figuras do vento
Nos ares divinos
São finos cabelos
Na luz. Movimento
De puras miragens,
Imagens, modelos
De formas vazias;
São asas difusas,
São voos imensos,
Perdidos no espaço
Por noites e dias.”

Cantor de “um mundo mais contemplado do que vivido”: 


“Comparo, combino, arrisco,
Passagens procuro a esmo
Sobre o profundo intervalo
Que vai de mim a mim mesmo.”

               
         “Passeios na Ilha” é mais generoso. O vate mineiro do verso mais polêmico de nossa poesia  — “No meio do caminho tinha uma pedra...” — discute o conceito da poesia social e lamenta que nossos poetas sejam superficiais na abordagem ao tema do trabalho e ao trabalhador...  Dedica dois textos de intimidade com a pessoa e a lírica de Manuel Bandeira, comenta a obra do modernista telúrico Raul Bopp; Alphonsus de Guimarães Filho  em sua versão mais mística. e uma poeta menos conhecida: Beatriz B. Vasconcelos., com a verve a sutiliza de Drummond, que é bom no que diz e também no como diz.  

 

         Drummond nos ensina que “dos 95 poetas de cada geração, 90 desapareceram no decorrer de brevíssimo espaço de tempo”. Errou apenas no número. Sobraram mais do que 5 do período modernista, mas não tantos outros... Ou sim, se formos buscá-los nas pérolas de alguns versos entre os escolhos. Outros — a maioria!!! — ficaram reduzidos a uns poucos poemas nas antologias.

 

Publicada em novembro de 2011

 


 

 

 
 
 
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