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CIRANDA DA POESIA: ENSAIOS SOBRE POESIA E POEMAS INÉDITOS DE POETAS CONTEMPORÂNEOS

Resenha, por
Antonio Miranda

 

Lançada em 2010, Ciranda de Poesia é uma proposta editorial inovadora e de grande potencial para levar a poesia ao entendimento de um público universitário e geral. Começa com nomes estelares da atual poesia brasileira: Antonio Cícero, Carlito Azevedo, Chacal, Guilherme Zarvos, Leonardo Froes e Sebastião Uchoa Leite, da constelação de poetas cariocas de nascimento ou vivência. Exceção para Sebastião, que era pernambucano e nos deixou uma obra singular e importante. Dizem que poesia não deve ser explicada. Balela. Precisa sim, se se pretende aprofundar no conhecimento da poesia e da obra do poeta. Mas aconselho que se leia primeiro o poema, depois a análise, com direito a uma releitura. *

 


ANTONIO CÍCERO

 por Alberto Pucheu. 
Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.  100 p
(Coleção Ciranda da Poesia)  ISBN  978-85-7511-176-5

 

         Que podemos esperar de um poeta que tem Cícero por sobrenome e que também filósofo? Tudo. Antonio Cícero tem uma obra (ainda) pequena, mas excepcional. "Agoral", como pretende. Poesia lírica, filosófica, erótica, além de letrista com a irmã compositora e cantora Marina Lima.

         A editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, na sua coleção "Ciranda da Poesia", lança o ensaio de Alberto Pucheu sobre a obra do poeta e apresenta, para nossa apreciação, uma antologia de seus poemas inéditos. Pucheu é professor de Teoria Literária e começa seu  ensaio justamente buscando as origens das "figuras mitológicas" e as helênicas da poesia de A.C., de sua "viagem sem retorno ou fim" na criação poética. Palavras de um poeta também de carne e osso, amando e vivendo entre nós, mas acreditando em palavras-carícias que são circunstantes, mas transcendentes, meta-físicas: "Eram palavras aladas/ e faladas não para ficar/ mas, encantadas, voar./ Faziam parte das carícias (...)".

         Em sua estréia, o poeta metapoético por excelência, mas também carnal e agoral, em "Guardar", já nos garantia que "Guarde o que quer que guarde um poema" é voluntário: "Por guardar-se o que se quer guardar". Não cabe pretender explicar a relação entre poesia e filosofia, porque a poesia é que materializa uma idéia, uma imagem, o verdadeiro entendimento (que é a pretensão da filosofia). Uma fala de, a outra é.  Vale a pena conferir o texto de Pucheu e os novos poemas de Cícero.

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* Só cabe uma queixa: mesmo sendo uma edição digna de elogios, é difícil entender que custe 35 reais, com apemas 100 páginas de texto, capa sem ilustração, ou seja, tudo no limite do econômico, e subsidiada por uma universidade pública. A gente entende que o preço alto corre por conta de muitos fatores, sobretudo pelos percentuais que cabem aos distribuidores e livreiros...

 



 

 

 
 
 
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