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2a. BIENAL DO B – A POESIA NA RUA.  26 a 29 de junho de 2012.   Brasília: Açougue Cultural T-Bone, 2012. 130 p. ilus. col.  17x25 cm.  Col. A.M.

 

Inclui texto e foto de Antonio Miranda sobre a interrupção da Bienal Internacional de Poesia de Brasilia: “DIAS MELHORES VIRÃO... NA TRILHA DA BIENAL DO B DE POESIA”, p. 16-21 

A 3ª Bienal Internacional de Poesia de Brasília era para ter acontecido em 2010, já com a aprovação do MinC para a captação de recursos, em tentativa muito avançada com a Petrobrás, que havia patrocinado a primeira edição ado evento que colocava a Capítal do Brasil no cenário internacional da categoria.

Lamentavelmente, tivemos o problema da prisão do governador do DF que suspendeu todos os processos de apoio financeiro ao GDF, incluindo os da Biblioteca Nacional de Brasília. Mão apenas atingiu a 11 B1P, mas também outros projetos decisivos para a implantação da instituição. Houve até casos em que o dinheiro já estava depositado para os devidos fíns e que tiveram que ser devolvidos. Um desastre.

 

Fui convidado pelo novo Secretário de Cultura para continuar à frente da casa e este fez declarações públicas, gravadas em vídeo pelo T-Bone, de que iria apoiar a 11 B1P. O pedido à Lei Rouanet foi renovado e aprovado e estava, outra vez, para uma decisão final pela Petrobras. A Secretária de Cultura do GDF chegou a patrocinar uma equipe organizadora, mesmo antes de qualquer ajuda da Petrobras, anunciando uma contrapartida própria suficiente para a realização do evento cultural. Todos os convitesforam refeitos aos poetas nacionais e estrangeiros, embaixadas foram contatadas e várias confirmaram que custeariam a vinda de poetas, além dos convidados oficiais, e o poeta Menezes y Morais liderou a realização da antologia de textos bilíngues da 11 B1P, estando pronta para a impressão. Paralelamente e voluntariamente, o poeta Salomão Sousa concluía a organização de uma antologia de poetas goianos para lançamento na Bienal, a exemplo do que fizeram na 1 B1P com uma antologia de poetas brasilienses. Mas, à última hora o Secretário Hamilton não deu mais apoio ao evento nem jamais suspendeu-o oficialmente. Faltando poucos dias para a abertura, com enorme constrangimento, tivemos que suspender e enviar notícias aos convidados, aos apoiadores e ao público em geral.

 

Foi quando muitos poetas e animadores culturais da cidade vieram à Biblioteca Nacional prestar solidariedade. Entre eles o Amorim, visionário e idealizador do T-Bone Cultural, que tentou uma intermediação para salvar o evento, sem sucesso. Depois surgiu a ideia da T-Bone promover a 1a Bienal do B de poesia de Brasília para não deixar passar a oportunidade, que teve o sucesso de público e de mídia que todos conhecem, culminando com a

publicação de um livro registrando o acontecimento. Eu fui convidado como anfitrião e tudo foi realizado sem "choro nem vela", sem qualquer acusação à Secretaria de Cultura.

 

Pouco tempo depois, o Secretário Hamilton me convocou ao seu despacho e disse, sem cerimónia, que estava me exonerando para atender a um pedido meu, com todo o sarcasmo imaginável. Quase tudo sobre isso eu já publiquei no Porta! de Poesia Ibero-americana — www.antoniomiranda.com.br — reservando-me alguns relatórios mais internos para outra oportunidade, e em seguida saiu o livro Biblioteca Nacional: pesquisa e inovação, organizado pelas doutoras Elmira Simeão e Aurora Cuevas Cerveró, respectivamente da Universidade de Brasília - UnB e da Universidad Complutense  de Madrid que participavam dos projetos de pesquisa da instituição, que justificavam o privilégio da Biblioteca de ter o apoio da fíbra ótíca da Rede Nacional de Pesquisa (RTMP).

 

A 2a Bienal do B aconteceu em 2012, ou seja, a Bienal passou a ser anual, para manter viva a proposta na memória da cidade. O principal convidado foi Ledo Ivo, membro da Academia Brasileira de Letras, mas à última hora foi internado para exames de saúde. Mandou uma série de poemas, com uma mensagem de saudação, que foram lidos na oportunidade. Depois a editora Poexflio fez uma edição de arte dos Poemas Breves do poeta alagoano, em papéis especiais e ilustrações originais de Zenilton Gayoso, de apenas 40 exemplares, que foram apresentados ao poeta da Geração 45 na sede da ABL. (Um e-book foi disponibilizado na internei para acesso livre: http://issuu.com/antoniomiranda/docs/poesiabreve. Para nossa tristeza, Ledo Ivo veio a falecer em viagem recente à Espanha.

 

Agora estamos na 3a edição da Bienal do B — a poesia na rua, com a participação majoritária de poetas de Brasília, e alguns de fora, além de músicos e de outros artistas, incluindo uma versão para a infância, no afã de manter a chama do projeto origina!. Como Carlos Uiegues, que intitulou um de seus mais memoráveis filmes com uma invocação, repetimos com ele: Dias melhores virão!!!

 

ANTONIO MIRANDA
 


 

 

 
 
 
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