Antonio Miranda e Manoel de Barros. Foto de Wagner Guimarães
O POETA PASSARINHO: MANOEL DE BARROS
O ponto alto de uma recente visita a Campo Grande, MS (em 2003) foi a visita ao poeta MANOEL DE BARROS, que já está nos seus gloriosos 86 anos de vida, absolutamente em estado de graça, produtivo, animado ainda que conservando sua modéstia e discrição. Manoel de Barros nasceu em Cuiabá, MT, em 1916, quando não tinha acontecido ainda a divisão territorial dos estados.
Criado numa fazenda da região de Corumbá, considera-se um pantaneiro e sua poesia está impregnada da força telúrica do meio ambiente, “abrindo tanto as fronteiras entre os reinos vegetal, mineral e animal, quanto as que existem entre as categorias gramaticais”, na opinião de Claufe Rodrigues e de Alexandra Maia [100 Anos de Poesia Brasileira no Século XX. RJ: O Verso Edições, 2001. Vol. II, p. 13-17]
A visita à casa do poeta foi organizada pela UNIDERP e pela Fundação Manoel de Barros. Averso às auto-promoções, não aceitou a presença da TV mas aceitou o fotógrafo pois o Reitor Pedro Chaves dos Santos Filho queria registrar o evento. Foi uma noite memorável, cálida, em que ele ouviu com muito interesse a apresentação de meus livros e, respondendo às minhas perguntas, falou bastante sobre sua vida e trajetória poética.
Na opinião dos acompanhantes – entre eles o vice-reitor Valdemar Ottani, meu amigo desde os anos 70, quando estudávamos na Inglaterra – o poeta estava mais acessível e à vontade do que nunca e fez revelaçõses incomuns sobre sua obra.
O poeta maior de Mato Grosso do Sul está longe de ser um naïve embora a tônica de sua poesia possa indicar uma aparente “ingenuidade” aos menos iniciados em sua técnica sofisticada de versejar. Ele foi educado no Rio de Janeiro, fez longas viagens pela América do Sul e cursos de arte em Nova Iorque, com muitos livros de poesia editados a partir de 1937. O último, em que para “buscar o azul” o poeta prefere “usar pássaros”; foi editado em 2000 na forma de um luxuoso álbum fotográfico do Pantanal, que deu-me a honra de autografar, conforme o registro fotográfico de Wagner Guimarães.
Foto de Wagner Guimarães
Na foto, o vice-reitor Valdemar Ottani (UNIDERP), os poetas Antonio Miranda e Manoel de Barros, a Secretaria Executiva da Fundação Manoel de Barros Profa. Fernanda Gomes de Araújo e o Magnífico Reitor Pedro Chaves de Santos Filho, na casa do poeta pantaneiro. |