LLUVIA DE POESÍA NA COLÔMBIA
Pereira é uma das capitais da poesia colombiana. E são muitas! Encravada entre colinas, com seu Bolívar desnudo na praça, irreverente naqueles tempos, agora vivendo seu presente de crescimento e afirmação. Por lá passei mais de uma vez, desde a minha primeira andança pela região, nos idos dos anos sessenta do século passado... Eu, jovem andarilho, em diáspora.
Voltei a Pereira, em 2008, convidado pelo jovem e empreendedor poeta Giovanny Gómez, para ler uns poemas entre amigos no Planetário da universidade. E regresso em 2009 para participar de seu 3º Festival Internacional de Poesía em Pereira (25 ao 29 de agosto), convocado pela revista Luna de Locos, outro empreendimento quixotesco de grandes ressonâncias. Impressionante. Lá ele promove uma “chuva de poemas”, manufaturados por jovens da rede escolar, em manuscritos a lápis e canetas, em folhas de papel de cadernos, logo jogados da ponte ao sabor do vento, aos pontos cardeais. Centenas e centenas delas na dispersão do incomensurável. Nós, poetas, sob a ponte, lendo nossos próprios poemas para uma platéia de jovens alvoroçados, absortos, assustados. Poesia em sarau debaixo da ponte, a guarda municipal desviando o trânsito, nós ali postados como atores do absurdo. Magnífico!
Na versão de 2009, poetas da cidade, da Colômbia inteira, da Venezuela, do México, do Chile, de Honduras, do Brasil, em sessões concorridas de leituras de poemas, de “conversatórios” sobre o sentido da criação e da tradução, em universidades, bibliotecas, nos ônibus urbanos, à beira do rio Otun, em escolas e na praça pública, onde concluímos o nosso ditirâmbico discurso, precedidos pela banda de música municipal. Populares assistindo. Senhores circunspectos, mocinhas e estudantes, uns bêbedos em festa, lustradores de sapatos, intelectuais engalanados e meninos de rua. Insólito e admirável.
Giovanni Quessep, William Ospina, Antonio Deltoro, Marco Antonio Campos, Juan Manuel Roca, Ali Calderon, Álvaro Solis, Luis Fernando Afanador, Murvin Andino Jiménez, Catalina Gonzalez, Robinson Quintero, Alejandro Oliveiros, Sergio Villarroel, Nicolas Suescun, Enrique Hernández d´Jesús, Alberto Antonio Veron, Miguel Mendez Camacho, Horacio Benavides, Ramon Cote, Felipe García Quintero, Carlos Castrillon, Catalina González, e... eu. Quantos mais? Além de poetas anônimos, poetas que iniciavam suas trilhas criativas.
Fazer novas amizades foi o coroamento da aventura.Rever meu querido e atento William Ospina, e o sempre animado e criativo e inteligentemente corrosivo Henrique d´Jesús, el Catire. Dias de convivência no sentido da poesia. Como se diz no Brasil: VALEU!!!
No hall do hotel em Pereira, os poetas William Ospina, Giovanny Gómez, Alejandro Oliveros, Giovanni Quessep, Antonio Miranda e Murv in Andino Jiménez.
Leitura de poemas na sessão inaugural do evento na praça do terminal de ônibus Megabus, de Pereira.
Antonio Miranda depois da leitura de poemas numa escola pública de Pereira.
Sessão de “conversatorio” sobre tradução de poesia no auditório da Biblioteca Pública de Pereira: Antonio Miranda, Liliana Herrera e Nicol
Poema “Agonía”, em homenagem a Almodóvar, no vidro de um ônibus do Metrobus de Pereira, na Colômbia.
Antonio Miranda na sessão de clausura do 3º Festival Internacional de Poesía de Pereira, Colômbia, na Praça Bolívar da cidade, em agosto de 2009.
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