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FESTIVAL DE POESIA DE GOYAZ

do visível ao invisível, do erudito ao popular  

ANTONIO MIRANDA

 

A cidade de Vila Boa de Goiás, terra da poetisa Cora Coralina, agora Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, recebeu os amantes da Poesia, de 23 a 26 de março de 2006, com palestras, oficinas, leituras, performances, exposições e concertos em diferentes espaços, simultaneamente. Poetas, críticos e leitores vieram de diferentes partes do Brasil, convocados pelos organizadores Adalberto Müller e Graça Mello, com o patrocínio do Ministério da Cultura, da Universidade de Brasília e de uma ampla gama de instituições internacionais, nacionais e estaduais (ver em www.goyaz.unb.br ).

Grandes estrelas da poesia como Affonso Romano de Sant’Anna, Fabrício Carpinejar, Alice Ruiz, Ricardo Aleixo; alguns membros da Academia Brasileira de Letras como Ivan Junqueira; poetas, críticos e compositores como Antonio Cicero, Alice Ruiz e nomes como Gilberto Mendonça Teles, Nicolas Behr, Vera Americano, Miguel Jorge e Heleno Godoy, entre outros, lançaram livros, assinaram autógrafos, para uma multidão de admiradores. Houve de tudo — palestras eruditas, discursos inflamados, rabugices e tietagens, aplausos e protestos, com o ponto culminante do magnífico concerto de Gustavo Tavares com Bach e arranjos bachianos de Pixinguinha, Cartola e Luiz Gonzaga.

O grande homenageado do evento — o poeta Manoel de Barros —, ausente por problemas de saúde, foi representado pelos filhos. No teatro houve a entrega dos prêmios do Festival aos vencedores do concurso nacional (entre eles, o nosso Salomão  Sousa). As sessões sempre lotadas, tanto no teatro principal quanto na Casa de Cora Coralina, na Casa da Fundição, na UEG e em outros locais.  

Não gostaria de ficar no nível do registro de ocorrências, no fabulário das excentricidades, no frenesi das mesas redondas, dos encontros nos bares e nos comentários dos corredores. Tudo é válido para entender o fenômeno da mobilização que levou tanta gente ao encontro de Goyaz, tantos autores, editores, livreiros, críticos e leitores de poesia.

Recorro ao mestre Jorge Tufic para entender o fenômeno: “ Um verdadeiro deslanche. Grafites, murifestos, sem compromisso, alternativos, marginais, entre outros, lançaram o maior desafio”. Sem dúvida, foi o que aconteceu. O texto de Tufic, referente à poesia brasileira em geral, vale para tentar entender a diversidade das propostas, das abordagens, dos formatos, das posturas que conformam um encontro como o de Goyaz. Os critérios de seleção de convidados — acadêmicos, alternativos, vanguardistas, visuais — acabaram compondo um painel de diversidade da criação poética. Tarefa impossível, mas a amostragem resultou significativa (para evitar o termo “representativa”).

Recorro, outra vez, ao crítico e poeta Jorge Tufic: “ O que é poesia, afinal? Síntese de música e palavra? Tropicália ou tropicalismo? Pau-brasil? Independentes, marginais, alternativos, cósmicos, pelados, cabeludos — que nomes sugerem ou exprimem corretamente a aproximação de um sismo ou a morte de um ismo?”. No Festival de Goyaz teve de tudo um pouco.  Mas havia um caminho reverso, entre os freqüentadores  espontâneos, que distribuíam e vendiam seus livros, que faziam recitais ao ar livre — nas escadarias das igrejas, nos bares e casas noturnas, criando espaços para outras vozes e tendências. Nem sempre “consideráveis” pela crítica.

Tufic recorre a Ezra Pound para explicar as diferentes classes de pessoas no processo poético: Os inventores que descobrem processos novos, os mestres que sedimentam tais processos e os diluidores que multiplicam e disseminam as realizações dos anteriores. Ou seja, “Pode-se ver, também, que para um grande poeta surgir, devia ser preciso que milhares de outros poetas estivessem produzindo e fazendo experiências.” Deve haver espaço para todos.  

Isso tudo para chamar a atenção para o confronto entre os eleitos que estavam no palco brilhando como estrelas e a enorme platéia constituída por outros poetas e críticos, por professores e estudantes de literatura, assim também por curiosos e leitores de poesia. Muitos deles, como diria Tufic, também “brincando de poeta”. Muitos dos que se apresentaram nos entreatos não seriam convidados ao palco, mas também tiveram sua “hora e vez” no festival e certamente a experiência foi tanto ou mais importante para eles quanto para os poetas do pódio.

Concluindo, houve um programa oficial com autores e temas. Do outro lado, o público assistia e aplaudia os convidados. Mas houve também um movimento espontâneo, graças ao formato aberto do festival, que possibilitou atividades externas, nos espaços mais populares. Muitas pessoas nem chegaram a freqüentar as sessões oficiais e nem todos os poetas saíram aos espaços públicos.  Mas isso tudo legitima o primeiro Festival de Poesia de Goyaz.

Resta saber se, dentre os “diluidores” podem surgir,  quando não os “mestres” (o que é menos provável), pelo menos “inventores” capazes de abalar e possibilitar desdobramentos. Custa acreditar que os “diluidores” serão invariavelmente imitadores e repetidores sem nenhuma capacidade transformadora. Partes de um mesmo processo, devem influenciar-se uns aos outros — e um festival é uma oportunidade para disseminar modelos. Como acontece com o futebol, as elites se sustentam na dinâmica das massas de praticantes. No futebol vale o primado da “qualidade pela depuração da quantidade”, por emulação e competição.  Não é aceitável que, no caso da poesia, o movimento só aconteça de cima para baixo.

Muitos dos poetas do Festival já estão em nosso PORTAL DE POESIA IBERO-AMERICANA. Confiram: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/goias.html

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