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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 PHILOBIBLION

 

Pintor, escultor, xilogravador, capista, ilustrador, diagramador, impressor e editor. Manuel Segalá (1917: Barcelona, Espanha – 1958: Rio de Janeiro, RJ). Formou-se em filosofia e letras, e fez cursos em belas artes em Barcelona, Paris e Roma. Publicou os volumes de poesia:  Le voz en el aire, Romance a la maja desnuda, Elegias, Oración a Cristo en la Cruz e Corcel de sombra.

Saiu da Espanha após a derrota dos republicanos da guerra civil espanhola (1936-39) e a instauração da ditadura franquista. Residiu na Itália e na França. 1946 – Emigrou para a América do Sul, residindo no Uruguai, na Argentina e no Chile. 1954 – Fixou-se no Rio de Janeiro.

 

1955 – Criou a Editora Philobiblion, pela qual publicou textos, com xilogravura suas, de Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Geir Campos, García Lorca, Kafka, Raul de Leoni, Aníbal Machado, Cecília Meireles, Gabriela Mistral, entre outros, e a revista de poesia A sereia.

Destacou-se também como capista.

“Segundo se observa, o nome da editora de Manuel Segalá  – Philobiblion – deixa bem claro o diálogo que mantém com a obra de Richard de Bury (1287-1345), intitulada The Philobiblon (1334), pois, como o bispo de Durham, Manuel Segalá nutria uma grande paixão por livros. Do ponto de vista gráfico, suas edições citavam procedimentos gráficos medievais e renascentistas como uma “tentative éperdue de réparation et suture, une tentative qui s’applique électivement à ce que la mécanisation de l’écriture nous a fait perdre.”**33 As plaquetes que estão armazenadas nos arquivos da Fundação Biblioteca Nacional testemunham o caráter artesanal que Manuel Segalá impunha ao seu trabalho, ao imprimir poemas em uma prensa manual que ele próprio denominou de “Verônica”.”

“Em relação aos livros impressos e ilustrados por Manuel Segalá, observou Ênio Silveira  – editor da Civilização Brasileira  –, nas páginas do Correio da Manhã (SILVEIRA, 1958, p. 3), que os trabalhos realizados por Segalá não se coadunavam com o mundo capitalista, por se tratar de um trabalho típico de artesão. No mesmo jornal, em uma matéria intitulada “O milagre, de novo”, é o próprio Manuel Segalá, que ao se referir à edição do Pequeno Oratório de Santa Clara  (1955), de Cecília Meireles, assumiria que

imprimir à mão é mais difícil e mais cansativo, que imprimir à máquina. Colocar o papel, descer a alavanca, levantar a alavanca, tirar o papel. E recomeçar tudo, até a exaustão. No Pequeno Oratório de Santa Clara (dez cadernos) Verônica recebeu e devolveu impressa, sessenta vezes, cada folha. Mansa e amiga, faz o que o homem lhe pede. E se emociona com ele, na hora maravilhosa em que a folha inerte há um instante, sai falando. É o milagre, de novo.”

— murmura Segalá. Verônica sorri. “É o milagre!” (LOBO****, 1955, p. 1)****


Ex. biblioteca particular de Antonio Miranda

Em Segalá o espírito libertário sustentado pela amizade dos poetas livres de seu e de outros países não se revestia de asperezas sarcásticas, senão de segura confiança na vitória final dos homens contra a estupidez e a opressão. A atração do humano diluiu-lhe em poesia a vocação racial “a favor do contra”, traço heróico de seu povo. E em vez de bombas, a sua “Verônica” produziu sereias. Mais interessado em enquadrar com bom gosto e beleza a poesia dos outros, esqueceu a própria. E num dia de desesperadora canícula, triste dia para os seus amigos, para a poesia e para as artes gráficas – esqueceu-se também de viver.”  ANIBAL M. MACHADO*
 

*Extraído de:http://ler-e-escrever.blogspot.com.br/2008/03/manuel-segal-poeta-artista-grfico.html (em 09/06/2015)

** 33 “tentativa desvairada de reparação e sutura, uma tentativa que se aplica eletivamente àquela que a mecanização da escrita nos fez perder.” (THÉVOZ, 1989, p. 63).

*** LOBO, Flávia da Silveira. O milagre, de novo.  Correio da Manhã, 22 abr. 1955, 1º Caderno, p. 1.

****GENS, Armando: http://www.filologia.org.br/xvii_cnlf/cnlf/05/33.pdf (em 09/06/2015)

As Núpcias do Céu e do Inferno de William Blake - Encadernação em pleno couro caprino com mosaico de peles de mesma origem e com detalhes de pele estampadas por Eliviana Pedrosa. Os papéis das guardas de ambos trabalhos também pintados por ela; produção do tipógráfo Manuel Segalá.  

 

 

Títulos publicados pela PHILOBIBLION
(Lista extraída de : CRENI, Gisela. Editores artesanais brasileiros. Belo Horizonte, MG: Autêntica; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2013.  p. 44-46

(I954-I957)

1954

ATHAYDE, Laura Constância Austregesilo de. Noturno do morro do encanto. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1954. Coleção A Rosa dos Ventos, v. i. Tiragem de 200 exemplares numerados e assinados pelo autor, impressos sobre papel Ingres.                                      

 

1955   

 

ANDRADE, Carlos Drummond. Soneto da Buquinagem. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 100 exemplares autenticados pelo autor e estampados sobre papel marca Raphael.

 

BANDEIRA, Manuel. O melhor soneto. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. (Separata número i da revista A Sereia.) Tiragem de 50 exemplares.

 

CAMARGO, Christovam de. Poèmes de la nuit. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 1030 exemplares numerados e rubricados pelo autor.

 

GARCÍA LORCA, Federico. Poeta en Nueva York. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1955. Coleção Maldoror, v. 2. Desenhos do poeta e retraio do autor em calcografia. Tiragem de 304 exemplares numerados e impressos sobre papel Canson.

 

LEONI, Raul de. Eugenia. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 100 exemplares.

 

MACHADO, Aníbal M. Poemas em prosa. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1955. Coleção Maldoror, v. i. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 330 exemplares estampados sobre papel marca Raphael.

 

MEIRELES, Cecília. Espelho cego. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. (Separata número 2 da revista A Sereia.) Xilogravuras de Manuel Segalá. Tragem de 100 exemplares.

 

MEIRELES, Cecília. Pequeno oratório de Santa Clara. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. Gravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 320 exemplares numerados e impressos sobre papel Ingres.

 

MEIRELES, Cecília. Pistóia: cemitério militar brasileiro. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 100 exemplares estampados sobre papel Ingres.

 

RIOSECO, Arturo Torres. Pájaro herido. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. (Ediciones de A Sereia.) Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 43 exemplares estampados sobre papel marca Raphael.

 

SANCHEZ, Homero Icaza. Envio de navidad. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 200 exemplares estampados sobre papel marca Raphael.

 

A SEREIA - Revista de poesia. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1955. Tiragem de 1000 exemplares. (4 volumes) v. i, 2 e 3 -1955 e v. 4 -1956.

 

1956

 

BANDEIRA, Manuel. Acalanto para as mães que perderam o seu menino —um poema. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1956. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 20 exemplares numerados e rubricados pelo poeta.

 

BLAKE, William. As núpcias do céu e do inferno. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Coleção Maldoror, v. 7. Tradução de Oswaldino Marques. Capa xilografada de Manuel Segalá e ilustrações do próprio Blake. Tiragem de 300 exemplares numerados e impressos sobre papel Canson.

 

CAMPOS, Geir. Da profissão do poeta. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 500 exemplares estampados sobre papel Ingres.

 

ELIOT, T. S. A terra inútil. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Coleção Maldoror, v. 3. Tradução de Paulo Mendes Campos. Xilogravuras de Fayga Ostrower. Tiragem de 300 exemplares numerados e impressos sobre papel Canson.

 

GOMIDE, Paulo. Natal carioca. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1956. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 50 exemplares impressos sobre papel Ingres, fabricado à mão por Guarro, de Barcelona.

 

KAFKA, Franz. Parábolas e fragmentos. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Coleção Maldoror, v. 6. Tradução de Geir Campos. Ilustrações (água-forte) de Poty. Tiragem de 300 exemplares numerados e impressos sobre papel Canson.

 

LAUTRÉAMONT. Os cantos de Maldoror. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Coleção Maldoror, v. 8. Tradução de Miécio Tati. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 300 exemplares numerados e impressos sobre papel Canson.

 

LINHARES, Augusto. Mensagem ao juiz perfeito. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1956. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 200 exemplares.

 

MAIAKÓVSKI, Vladimir. Poemas. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Coleção Maldoror, v. 4. Tradução de E. Carrera Guerra. Desenhos a nanquim de Cleoo. Tiragem de 300 exemplares numerados e impressos sobre papel Canson.

 

MEIRELES, Cecília. Giroflê Giroflâ. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Coleção Maldoror, v. 5. Xilogravuras de Manuel Segala. Tiragem de 330 exemplares numerados e impressos sobre papel Canson.

 

RILKE, R. M. A princesa branca. Rio de Janeiro, Philobiblion e Civilização Brasileira, 1956. Tradução de Geir Campos.

 

RIMBAUD, J. N. Arthur. Vogais/Voyelles. Rio de Janeiro, Philobiblion e Livraria São José, 1956. Tradução de Gondin da Fonseca. Xilogravuras de Manuel Segalá. Os exemplares foram estampados sobre papel marca Raphael. Sem tiragem definida.

 

SILVA, Juvenal Galeno da Costa e. Saudade. Rio de Janeiro, Philobiblion e Livraria São José, 1956. Xilogravuras de Manuel Segalá. Sem tiragem definida.

 

1957

 

ASSIS, Machado de. A Coralina. Rio de Janeiro, Philobiblion e Livraria São José, 1957. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 100 exemplares.

 

BACIER, Stefan. 2 Guatemaltecos. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1957. Tiragem de 200 exemplares impressos sobre papel Canson.

 

FRÓEZ, Heitor P. Cara e coroa: 8 sátiras sociais. Rio de Janeiro, Philobiblion e Livraria São José, 1957.                         

 

LORCA, Garcia. Oito desenhos. Rio de Janeiro, Philobiblion, i957. Tiragem de 100 exemplares impressos sobre papel Ingres.

 

MEIRELES, Cecília. Romance de Santa Cecília. Rio de Janeiro, Philobiblion, 1957. ilogravuras de Graciela Fuenzalida. Tiragem de 200 exemplares numerados e assinados pela autora, impressos sobre papel Canson.

 

SALUSSE, Júlio. Cisnes. Rio de Janeiro, Philobiblion e Livraria São José, 1957. Xilogravuras de Manuel Segalá. Tiragem de 100 exemplares.

 

 

Página publicada em junho de 2015

 

 

 
 
 
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