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RECENSÃO

 

Bliska, Anita

CAPITAL SOCIAL EM COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E DE PRÁTICA.

In:


Brasilina Pasquarelli
José Azevedo

ATORES EM REDE – Olhares luso-brasileiros

São Paulo: Editora Senac, 2010,

ISBN 078-85-396-00058-8

 

            Recensão elaborada por Francisco Moreira de Meneses, Professor em Gestão Pública, consultor para assuntos de Inclusão Digital, articulista do Portal Aliceramos.com sobre o tema: Inclusão Digital & Cidades Digitais, assessor técnico do Ministério das Comunicações

 

            Anita Bliska discorre em sua obra, “Capital Social em Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de Práticasobre o capital social gerado em comunidades virtuais de aprendizagem prática. Essas comunidades que ela chama de virtuais são aquelas que se encontrando excluídas do mundo das tecnologias da informação e comunicação necessitam ser alfabetizadas nas ferramentas das TICs. Essas ferramentas proporcionam às comunidades socialmente subdesenvolvidas a possibilidade de experimentarem o desenvolvimento econômico e social por meio do uso da informação acessada através da internet.

            Todavia, essa alfabetização necessita ser orientada com políticas sociais, destinadas, exclusivamente ao seu perfil, seja pela aplicação de conteúdos educacionais formais ou informais; para a alfabetização ou para a continuidade de estudos específicos, tais como qualificação profissional.

            É verdade que historicamente as sociedades só são transformadas pelo conhecimento, no entanto, modernamente, com o avanço das TICs, com a disseminação do uso da internet, tem sido possível a aplicação do conhecimento das ciências às comunidades anteriormente impossível de serem atingidas, seja pela ausência de infraestruturas formais do conhecimento, tais como escola tradicional, dotadas de todos os mecanismos necessários ao desenvolvimento desse saber científico, sejam pela falta de investimentos, e, até mesmo políticas governamentais parra a universalização do ensino.

            Com o avanço das infraestruturas transportadoras de conhecimentos virtuais, as chamadas infovias digitais do conhecimento ou simplesmente “internet” a sociedade da informação tem sido responsável pelo avanço do desenvolvimento social de populações, anteriormente isoladas, excluídas, promovendo o crescimento econômico de municípios economicamente subdesenvolvidos e até mesmo em situação falimentar. Isso se chama de capital social. 

            A autora, discorrendo sobre esse patrimônio invisível, muitas das vezes não escriturado, o classifica em três categorias.

            Do ponto de vista do que ela chama de capital social estrutural, entendo que esse não é gerado nesse contexto mais, especificamente, pela sociedade da informação, desde que se dispôs a levar a locais remotos a infraestrutura necessário à geração do capital social cognitivo e o da coesão, da união dos grupos sociais.

            Daí muitas são as possibilidades de se trabalhar morfologicamente os conhecimentos disseminados, e, até estudarmos antropologicamente cada uma das comunidades assistidas, desde que, como já dito, a aplicação do conhecimento leve em consideração as características de cada povo de cada comunidade. Se indígena, quilombola ou outras etnias específicas. A aplicação da alfabetização digital tem a ver com o ensino de códigos formadores do saber digital que deve ser associado com formação antropológica de cada povo.

            A partir do crescimento dessas comunidades é necessário que se desenvolvam mecanismos de avaliação e controle desse saber para que possibilite o desenvolvimento cognitivo e antropofágico, para que, mesmo tendo acesso ao mundo do conhecimento virtual não os desviemos de suas origens antropologicamente falando.

            Quanto à apropriação dos conhecimentos disseminados é fundamental, tendo em vista a necessária valorização daquilo que está sendo entregue. Caso isso não ocorra, dentro de pouco tempo esse esforço tecnológico, financeiro e social perderá o seu foco.

            É evidente o crescimento do conhecimento com a disseminação da aplicação das TICs, seja na educação formal, aquela que se desenvolve desde as séries de alfabetização indo até a conclusão do ensino médio denominado de “propedêutico”, seja na educação profissional, aquela que profissionaliza e capacita pessoas para o mercado formal. No desenvolvimento econômico, na política, da cultura e na própria organização do tecido social. A aplicação das tecnológicas da informação e comunicação de forma orientada, com metodologias específicas é algo extraordinário e ao mesmo tempo uma novidade.

            Nos últimos cinco anos, tenho me dedicado a estudar o desenvolvimento econômico e social do Brasil, do interior para os grandes centros, invertendo um ciclo desenvolvimentista que se iniciou com o crescimento desordenado das grandes cidades, pelo processo da industrialização urbana e com a urbanização do campo, gerando a favelização das periferias e promovendo a desorganização social de populações inteiras que são levadas a enfrentamentos marginais, por se encontrarem, cada vez mais em situação de risco social. 

            O modelo de desenvolvimento econômico do Brasil, desde o seu descobrimento, foi orientado ao crescimento das sociedades urbanas, com a implantação das indústrias de transformação, levando, cada vez mais as pessoas aos centros urbanos, promovendo o crescimento desordenado das cidades, enquanto isso as populações rurais ficaram no abandono, entregues ao analfabetismo e à exclusão dos avanços tecnológicos. O desenvolvimento da agricultura, no último século, experimentou um crescimento tecnológico para o qual o homem do campo não estava preparado. Isso acabou por proporcionar que indústrias de beneficiamento de produtos agropecuários se deslocassem dos grandes centros para o interior, exigindo a utilização de mão-de-obra cada vez mais qualificada. Essa demanda obrigou a que investidores buscassem suprir suas necessidades criando suas próprias infraestruturas tecnológicas e de qualificação profissional. Isso levou à elevação dos custos dos insumos agropecuários e conseqüentemente à elevação dos preços dos produtos agropecuários, dificultando a sobrevivência social do povo do campo.

            Os governos (municipais e estaduais) percebendo que não estavam enfrentando, apenas, uma revolução tecnológica, mas, sobretudo uma revolução do conhecimento, e, decidiram buscar apoio nas políticas públicas voltadas para o desenvolvimento social e encontraram nas tecnologias da informação e comunicação, mais conhecidas pela sigla TIC, as ferramentas adequadas para o enfrentamento dessa revolução silenciosa, mas irreversível chamada “Internet”. A última década vem se transformando em um marco para o crescimento de uma política pública que teve início no Governo Federal que levou o nome de “Governo Eletrônico” para se transformar em ferramenta fundamental para a “Inclusão Digital”.

Daí surge programas destinados a levar ao povo o que se decidiu chamar de “Telecentros Comunitários” que nada mais são do que infraestruturas compostas por computadores e periféricos conectados à internet em alta velocidade, destinadas a promover a inclusão digital de comunidades, nos mais diferentes recantos do país e das mais diversas colorações “etnoclássicas” desde aldeias indígenas, passando por comunidades quilombolas e chegando ao mais complexoconjunto socialda população brasileira.

            Aquilo que a autora chama de sinergia da comunicação, informação e formação, nada mais é do que a disseminação do conhecimento por meio da aplicação de modelos educacionais dirigidos e a distancia, com a utilização das infovias digitais, que chamamos de internet. Esse conhecimento, antes impensável e improvável, tem levado ao interior do Brasil uma sinergia de conhecimento que tem penetrado o tecido social das comunidades excluídas das TICs gerando o novo modelo de sociedade. “A Sociedade do      Conhecimento Virtual” nascida a partir da política de inclusão digital implantada pelo Governo Federal e cujo conhecimento é adquirido através dos Telecentros Comunitários.

            O mundo tem se desenvolvido por meio de ondas que surgem na esteira das demandas sociais intrínsecas, emanadas do apelo social pela liberdade. Uma sociedade só é liberta na medida em que o conhecimento é universalizado. Assim se fizeram todas as revoluções que o mundo experimentou até o momento. Conhecer é a busca constante da humanidade como expressão máxima do movimento democrático e dessa forma se organizam as comunidades sociais.

            Entende-se por comunidade um agrupamento de pessoas na busca de um objetivo comum. Assim se constitui todas as sociedades, isso desde o surgimento da humanidade. Todo ser vivente é organizado por grupos de interesses coletivos. Assim também ocorre na “Sociedade do Conhecimento Virtual” que muito embora sejam orientadas a objetos específicos, todavia atendem ao princípio do objetivo comum.

            Todas as pessoas que interagem por meio de uma “Rede Mundial de Informação” a internet, têm entre si o objetivo comum: comunicar-se e estabelecer relacionamentos. Relacionamento numa sociedade virtual é o objetivo-chave desse pragmatismo universal. Os relacionamentos construídos a partir da internet têm características próprias e uma delas é a impessoalidade. No momento em que esse paradigma é quebrado, deixa de ser virtual o relacionamento, assim como o conhecimento, pois ele passa a adquirir uma personalidade material intrínseca ao próprio ser humano. O contato físico.

            A arquitetura da sociedade do conhecimento revela amplas possibilidades aos diversos modos de relacionamento, nascendo assim às sociedades de produção e consumo, à satisfação do bem comum, à disseminação do conhecimento como capital social.  A partir da disseminação do conhecimento surgem as comunidades de aprendizagem e assas se organizam por grupos de interesses, tais como: profissionais em formação, comunidades de docentes, comunidades de pesquisas científicas, comunidades de profissionais liberais e muitas outras, mas todas têm algo em comum; um relacionamento objetivo.

            Na conclusão do seu trabalho a autora apresenta a “MATRIZ DO CAPITAL SOCIAL EM COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E DE PRÁTICA”         por meio da qual o leitor terá uma visão clara e didática do vem a ser esse capital cuja aplicabilidade deve ser observada por todos aqueles que se dedicam ao estudo do comportamento de sociedades em processo de inclusão e de desenvolvimento econômico e social por meio da aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs.

            A mostra apresentada pela autora leva-nos à reflexão de que é possível a promoção do desenvolvimento econômico, social e cognitivo de comunidades isoladas e marginais do conhecimento, após a aplicação de programas e conteúdos específicos e dirigidos, utilizando-se ferramentas tecnológicas por meio da “internet”.

            Ao tomar conhecimento da obra “ATORES EM REDE” Olhares Luso-brasileiros”  pude observar que há pessoas interessadas no estudo das diversas vertentes do uso das tecnologias da informação e comunicação aplicadas para o desenvolvimento social de comunidades antes isoladas do mundo da internet e do mundo do conhecimento, libertadas e incluídas pelo uso de tecnologias e modelos de desenvolvimento social aplicados, especificamente aos objetivos propostos, levando ao surgimento de um novo olhar para o conhecimento virtual.

            Assim, como pesquisador dedicado ao estudo da Inclusão Digital como pressuposto básico para a promoção do desenvolvimento econômico e social de comunidades carentes, incluídas no grupo de “Risco Social”  recomendo a leitura desta obra como fonte de conhecimento e de pesquisa.

 

Publicado em 17 de maio de 2011

 

 

 

 

 
 
 
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