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X Encontro Nacional de Pesquisa da ANCIB – ENANCIB 2009

GT 3 – Mediação, Circulação e Uso da Informação  

Um dos pontos de inclusão digital do Programa GESAC

 

INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL:
Análise da apropriação dos usuários do Programa GESAC

 

Benedito Medeiros Neto – GESAC/Ministério das Comunicações

Mestre,  benedito.medeiros@mc.gov.br

Antônio  Miranda – PGCInf/UnB

Professor Doutor, antmiranda@hotmail.br

 

Modalidade de Apresentação: Pôster 

Resumo: 

O Governo em seus três níveis mantém discursos permanentes nas mídias tradicionais e eletrônicas sobre a temática da inclusão digital. No entanto, ele é constantemente criticado pela falta das ações permanentes para fazer frente à exclusão existente. Este artigo aborda o uso o da tecnologia e acesso à informação pelos usuários dos Telecentros e Laboratórios de Informática de escolas púbicas, promovido ou implementado dentro de políticas públicas. Assim a pesquisa avalia uma possível apropriação da tecnologia com base no uso de computadores e o acesso à informação por meio da Internet. A pesquisa tomou como universo uma amostra dos 3.570 Pontos GESAC em todo território nacional. Estes pontos são Telecentros implementados por instituições, normalmente governamentais, e laboratórios de informática das escolas públicas sob responsabilidade das secretarias estaduais e municipais de educação. O sujeito da pesquisa foi uma amostra dos usuários que participaram de alfabetização e letramento digital como: capacitações, oficinas e cursos regulares com ênfase em inclusão digital promovidos pelo Programa GESAC, parceiros e conveniados, no período de 2006 a 2008, nos Pontos amostrados. Identifica-se como fatores determinantes para apropriação da tecnologia e acesso à informação a idade do usuário, principalmente na faixa de 25 a 34 anos, e a tecnologia, quando compara-se o uso e aplicação das ferramentas como Linux, Windows, Word e Internet. Quanto à localização e acesso da informação pelo usuário, observou-se o uso do mensageiro superando correio eletrônico, entre os mais jovens e uma homogeneidade pelo interesse em desenvolver trabalhos escolares nos pontos de inclusão digital em todas as faixas etárias.

 

Palavras-chave inclusão digital, alfabetização digital, letramento digital, internet, aprendizado, comunicação da informação e ciência da informação.

 Inclusão Digital no Brasil: Análise da apropriação dos usuários do Programa GESAC

 

1 Introdução

Castells (2007), o mais importante filósofo do ciberespaço do século 20, tem dito mais de uma vez que estamos vivendo uma verdadeira revolução que se intensifica a cada dia e que gera consequências na estrutura das classes sociais, na política nacional e internacional e na economia das nações. O mesmo pode-se afirmar quanto às cidades, comunidades e cidadãos, todos sendo afetados ou impactados de alguma forma por esta revolução técnico-social. Seus maiores vetores são a inovação tecnológica e o crescente uso de artefatos tecnológicos na sociedade e no dia-a-dia do cidadão. Segundo a União Internacional de Telecomunicações – (UIT, 2003), estima-se que existam cerca de 623 milhões internautas no mundo e 587 milhões de computadores estão em operação. Somado a isso, a construção de redes de computadores por todas as partes do planeta, por meio de interconexão física ou ondas eletromagnéticas, redes sem fios, favorecem a globalização da economia e a socialização da informação e do conhecimento para quem tem acesso e usa computadores e seus programas e sistemas de informação (LÉVY, 2001).

Entretanto,  Demo  (2003) e Sorj (2007), chamam a atenção que uma parcela da sociedade é excluída, seja pela falta de acesso aos novos canais de comunicação ou tradicionais de massa, seja pela restrição ao acesso e uso, ou mesmo barreiras impostas pelo próprio cidadão em relação às novas mídias e recursos digitais, o que se configura em algo mais perverso que a revolução industrial.

A despeito dos esforços dos Governos Federais, Estaduais e Municipais, o Programa Brasileiro de Inclusão Digital não é ainda uma Política de Estado estabelecida, capaz de facilitar ou dar agilidade à inserção do país na sociedade da informação (AUN, 2007). Por outro lado, diversas ações e esforços têm sido realizados, entre as quais merece destaque o Programa GESAC (BRASIL, 2002; MEDEIROS NETO, 2006), como uma ação estruturante nacional do Ministério das Comunicações (www.mc.gov.br). A sua denominação anterior, GESAC - Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão, foi alterada para apenas Programa GESAC na sua Norma Geral (BRASIL, 2008).   O Programa oferece gratuitamente, juntamente com seus parceiros e conveniados, ferramentas de Tecnologias para a Informação e Comunicação - TICs, conectividade para outros programas e projetos, e, ainda, recursos digitais e capacitação para multiplicadores (monitores, professores e agentes de inclusão digital), em todo o território brasileiro. Para tanto, o Programa conta com uma rede satelital, plataforma de serviços e agentes para promover inclusão digital e apoiar ações de governo eletrônico (MENDONÇA, 2007). O Programa GESAC destina-se ao atendimento de comunidades, instituições públicas de ensino, instituições públicas de saúde, unidades do serviço público localizadas em áreas remotas, de fronteira ou de interesse estratégico e outras instituições públicas (MIRANDA, 2005; BRASIL, 2008). As entidades da sociedade civil sem fins lucrativos estão incluídas, desde que seja possível, por meio delas, promover ou ampliar o processo de inclusão digital.

No entanto, há uma constante indagação se a inclusão digital está de fato ocorrendo no país. Ou, melhor ainda, se está ocorrendo à apropriação das TICs pelo cidadão das Instituições Beneficiárias (Escolas Públicas, Associações, ONGs, etc.) e em que nível (BARZILAI-NAHON, 2006; SIRIHAL DUARTE, 2007). O presente estudo tem como objetivo descrever a apropriação do uso das tecnologias e do acesso á informação na Internet de uma amostra de usuários das comunidades escolares e excluídas, atendidas numa amostra dos pontos de inclusão digital públicos nos Telecentros e Laboratórios de Informática dos Pontos GESAC.

2 Métodos

As questões relevantes da avaliação de um Programa de Inclusão Digital são três: verificar e discutir como o Programa GESAC responde como uma estruturante de Governo; em seguida, como os Pontos GESAC (pontos de inclusão digital) reduzem a brecha digital entre comunidades assistidas, antes e depois de sua implantação, em diferentes níveis; e, finalmente, como saber até que ponto um usuário (cidadão), que passou por uma capacitação, curso ou oficina ou simplesmente freqüenta com regularidade (experiências compartilhadas) estes pontos do programas, está inserido na sociedade da informação, ou melhor, está alfabetizado  digitalmente? Este estudo pretende abordar com mais profundidade esta última questão. As duas primeiras questões fazem parte dos objetivos da  Pesquisa Nacional de Avaliação do Programa GESAC.

Os métodos empregados envolveram a ação de parte dos pesquisadores e dos atores dos pontos de presença em diversos momentos da pesquisa. Devido à complexidade e abrangência do problema, pretendeu-se utilizar, na presente estudo, métodos científicos aplicados às Ciências Sociais (CRESWELL, 2007; MINAYO, 2007).

Para a realização do delineamento do levantamento de campo, a Pesquisa levou em conta a dificuldade de investigarmos alguns pontos no Norte do Brasil e o pouco conhecimento que os professores e administradores dos Pontos tinham de pesquisa na Web. Na fase da elaboração do questionário, foram feitos pré-testes em mais de um estado (Minas Gerais e Goiás). O questionário foi elaborado  para esta pesquisa e desenvolvido com a participação de convidados das Instituições Responsáveis (parceiros), de Universidades. Também foi baseado em pesquisas similares, revisão da literatura e na experiência de mais quatro anos de trabalho de campo e gestão do GESAC. Da mesma forma, foram analisados instrumentos de outras pesquisas como, por exemplo, CGI.BR, IDENE/MG, CIC/UnB.

Adotaram-se critérios e métodos estatísticos para seleção da amostra; coleta e tabulação dos dados; análise e interpretação dos dados e informações; e apresentação dos resultados (CRESWELL, 2007).  A estratégia teve como base: a) Uso predominante da Internet para levantamento de campo (COZBY, 2004, p. 164) ; b) Aprofundamento na investigação do processo de ID (BRAZILAI-NAHON, 2006) ; c) O acesso do usuário e o preenchimento do questionário na Web, também como forma de avaliar a inclusão dos usuários; d) Programa de Viagens para aplicação presencial, coletas qualitativas e disseminação da avaliação (demonstração e treinamento) ; e) Concentração dos esforços na formação de parcerias com Secretarias Estaduais de Educação; (f) Usar métodos estatísticos para reduzir o tamanho da amostra e; g) Manter confiabilidade dos resultados apurados (RIBEIRO JUNIOR, 2004).

O estudo investigou o sujeito supostamente alfabetizado, ou melhor,  usuários de um ponto de inclusão nas 5 (cinco) regiões geográficas. Proposta de amostragem agrupou os pontos de presença em estratos homogêneos para melhorar a precisão das estimativas e diminuir o custo da pesquisa. A população são alunos e usuários que passaram por um processo de alfabetização digital dos 3570 pontos de inclusão digital do GESAC, sendo 2.500 laboratórios de informática em escolas públicas estaduais e municipais, 670 Telecentros comunitários, pontos instalados em instituições da Sociedade Civil, e 400 Unidades Militares com computadores conectados à Internet. O cálculo da amostra foi realizado em três fases. Na primeira fase, houve uma estratificação geográfica que dividiu o país em cinco estratos “naturais”.  Dentro de cada estrato aplicou-se o método de amostragem aleatória simples sem reposição, quando foram então selecionados 742 pontos. Na segunda fase de seleção, o sorteio dos indivíduos com mais de 10 anos de idade foi feito dentro de cada Ponto GESAC, por amostragem aleatória simples. Para terceira fase, cálculo da quantidade de participantes a responder o questionário, presencial ou via WEB, utilizou-se o número médio de usuários que freqüentam o ponto por dia. O questionário foi especificamente elaborado para esta pesquisa e desenvolvido com a participação de convidados das Instituições Responsáveis (parceiros), de Universidades, auto-administrado online, coletando observações tanto quantitativas quanto qualitativas sobre o acesso, uso, conhecimento e domínio das TICs. Utilizou-se o software estatístico R versão 2.7.0 para Mac (Apple).

 

3 Resultados

O total de 8.483 de indivíduos com mais de 10 anos foram considerados para essa análise. Desses, 51% eram do sexo feminino, 37,2% estavam na faixa etária de 11 a 15 anos, 39,2% entre 16 e 24 anos, e apenas 12,9% dos entrevistados acima de 35 anos. A distribuição da amostra por regiões no Brasil mostra uma concentração nas regiões Norte e Nordeste. Quanto ao grau de instrução, 35,7% dos entrevistados têm o primeiro grau incompleto, e 19,6% de nível superior. Cerca de 15% dos participantes tinham renda familiar de menos de 1 (um) salário mínimo; 41% entre 1 e 2 salários; 32,4% entre 2 a 5 salários e apenas 2,2% com mais de 10 salários.

Quanto ao uso da tecnologia, 18,4% sabem e aplicam no dia a dia o Linux, 78,6% a Internet, 62,4% o Windows e Word. Observa-se que, enquanto a Internet é uma ferramenta amplamente utilizada, independente da faixa etária e escolaridade, o Linux é uma tecnologia pouco inclusiva, praticamente independente da faixa etária e escolaridade, atingindo 30% de aplicação entre 25 e 59 anos e cerca de 30% entre aqueles com nível superior.

Quanto ao acesso à informação, verificou-se que 60% dos participantes fazem uso de mensageiros, 55,6% visitam sites de relacionamento, 47.2% jogam na internet e 44,7% usam correio eletrônico. Identificou-se acesso à informação com menor valor para: pesquisa de emprego (20%), consulta a portais de governo (22%) e operações bancárias (9%). O jogo na internet e visita a sites de relacionamento se concentram nas faixas etárias mais jovens e o uso de correio eletrônico nas mais elevadas.

 

4 Discussão

O artigo trouxe para discussão um aspecto da alfabetização digital de uma parcela da população brasileira, especificamente, no uso da tecnologia e o acesso a informação na Internet. Para uma população basicamente jovem e de baixa renda, constata-se que uso e apropriação das TIC podem ser elevados, com exceção do Linux, por exemplo, mostrando que o domínio de softwares proprietário é ainda preponderante, mesmo a despeito de todos os incentivos das políticas públicas e das oficinas realizadas entre 2006 a 2008 nos pontos de inclusão com base em softwares livres.

Os indicadores de uso da tecnologia, quando observamos em uma ferramenta isolada, são mais elevados, à medida que cresce o nível de escolaridade. Esta apropriação deve-se às capacitações dos agentes de inclusão, ao esforço próprio e a maturidade e conhecimento acumulado.

No acesso à Informação, o estudo mostrou elevadas proporções em todas as faixas etárias, com base na quantidade de “usuários com capacidade de localizar na Internet a informação que procura”. Aqui a idade e o grau de instrução são determinantes, por exemplo, o correio eletrônico é muito mais procurado pelos mais velhos. Já os jogos na Internet, acesso aos sites de relacionamentos e mensageiros eletrônicos são mais utilizados pelos mais jovens.

O outro indicador, “usuário mostra interesse e habilidade em localizar informações na Internet”, está associado à utilidade, seletividade e contexto da informação, expresso, aqui, pelo percentual de usuários que procuram  emprego ou faz transações bancária na Internet, bem como buscando facilidades do Governo Eletrônico, ou mesmo na elaboração de trabalhos escolares. Estes recursos, como a Internet, quando apropriado pelas comunidades, favorecem o acesso à informação e permite a construção de redes sociais do cidadão, sejam para facilitar a comunicação virtual ou ao lazer, sejam pelo fortalecimento de redes as promotoras do desenvolvimento político, sócio-econômico e cultural (WARSCHAUER 2003; FREIRE, 2008).

Este artigo aponta que as ações de inclusão digital em tela são motivadores e têm poder de promover a alfabetização digital dos excluídos, encorajando o processo de letramento informacional. Entretanto, necessita de melhores esclarecimentos e uma revisão na prática da utilização de tecnologia de software livre, aqui expresso pelo Linux, visando ampliar a disponibilização ou mediação do processo de inclusão. O provimento de conectividade à Internet e facilitação do uso ou posse do computador são os primeiros estágios da inclusão e devem ser sempre aferidos.

É importante destacar que não basta ao Governo formular políticas públicas para os propósitos da inclusão digital. Além de garantir a infra-estrutura e os recursos digitais, requer um projeto sólido de avaliação e acompanhamento de longo prazo, visando aprofundar o conhecimento dos processos de inclusão digital em populações com forte componente de exclusão social.

 

5 Referências Bibliográficas

AUN, Marta Pinheiro (Org.); MOURA, Maria Aparecida; SILVA, Helena P.; JAMBEIRO, Othon. Observatório da Inclusão Digital: descrição e avaliação dos indicadores adotados nos programas governamentais de infoinclusão. Belo Horizonte: Orion,  2007. 

BARZILAI-NAHON, Karine. Gaps and Bits: Conceptualizing measurements for digital divides. The Information Society, v. 22, n. 5, p. 269-278, 2006. 

BRASIL. Ministério das Comunicações. Portaria nº 256, de 13 de março de 2002. Criação do GESAC. 2002.  Disponível em: <http://www.idbrasil.gov.br/docs_prog_gesac/ docoficiais/licitacao.html >. Acesso em: 08 de maio de 2008. 

______. Ministério das Comunicações. Portaria nº 483, de 12 de agosto de 2008. aprova a  Norma Geral do Programa GESAC. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 de ago. 2008. Disponível em: < http://www.idbrasil.gov.br/ > 

CASTELLS, Manuel. Communication, power and counter-power in the Network Society. International Journal of Communication,  n. 1, p. 238-266, 2007. 

COZBY, Paul. Métodos de Pesquisa em Ciência do Comportamento. Atlas, 2006. 

CRESWELL, John W. Projeto de Pesquisa – Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed, 2007. 

DEMO, Pedro. Pobreza da Pobreza.  Petrópolis: Vozes, 2003.      

FREIRE, Isa. Inclusão digital e uso de informação. 2 Seminário sobre Informação na Internet. Brasília, DF: Conjunto Cultural da República,  2008. 

LÉVY, P.A Conexão planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. São Paulo: Ed. 34, 2001.  

MINAYO, Maria Cecília Souza (Org.). Pesquisa Social; teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2007. 

MEDEIROS NETO, Benedito. O Pensamento Complexo como Instrumento para  Entender, Explicitar e Prospectar a Inclusão Digital. In: FÓRUM PERMANENTE DE CONHECIMENTO &TECNOLOGIA da INFORMAÇÃO. Inclusão Digital Aplicações e Implicações, 2006. Anais... Limeira: Universidade de Campinas. 2006. 

MENDONÇA, Ana Valéria M. Informação e Comunicação para Inclusão Digital: análise do Programa GESAC - Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão. Brasília, DF: Editora do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da UnB, 2008. 

MIRANDA, Antonio L. C. de et al. Telecentros do governo: inclusão e alfabetização digital. In: Encontro de  Arquivos e Bibliotecas da Administração Pública, 3.  E em: SEMINÁRIO NACIONAL DE COMUTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, 3. Brasília, DF, 2005. 

SIRIHAL DUARTE, Adriana Bogliolo. Informação, sociedade e inclusão digital. In: REIS,  Alcenir Soares e CABRAL, Ana Maria (Org.) Informação, Cultura e Sociedade:  interlocuções e perspectivas. Belo Horizonte: Novatus, 2007. p. 101-121. 

RIBEIRO JÚNIOR, J. I.  Análises Estatísticas no Excel - Guia Prático. Viçosa: Editora UFV, 2004. v. 1. 249 p. 

União Internacional de Telecomunicações - UIT. World Telecommunication/ICT Development Report 2006: Measuring ICT for social and economic development. [s.n.] Disponível em: http://www.itu.int/publ/D-IND-WTDR-2003/en 

WARSCHAUER, Mark. Technology and social  inclusion: Rethinking the digital divide. Cambridge, MA: MIT press. 2003. 

 

 

Página publicada em janeiro de 2011

 

 

 


 

 

 
 
 
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