WILFREDO MACHADO
Nasceu em Barquisimeto, estado Lara (Venezuela) em 1956. Graduado em Letras pela Universidad de los Andes. É contista, romancista e, por extensão, poeta. Seus microcontos, aforismas ou prosa poética com ressaibos de antipoesia ...
Publicou os livros Contracuerpo (Fundarte, 1988), Fábula y muerte del ángel (Ediciones Dharma, 1990), Libro de animales (Monte Ávila, 1994), Manuscrito (Ananda Editores) e Poética del humo (Fundación para la Cultura Urbana, 2003).
O poeta venezuelano Wilfredo Machado numa das sessões magnas da I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA (de 3 a 7 de setembro de 2008), no auditório do Museu Nacional de Brasília.
TEXTO EN ESPAÑOL y/e TEXTO EM PORTUGUÊS
Su mundo fue tan breve que apenas tuvo tiempo de verlo, antes de que desapareciera frente a sus ojos. Ahora sólo resta imaginarlo y pensarlo en las noches a la página en blanco que permanece vacía como una pálida mortaja bajo la luz del bombillo eléctrico.
Seu mundo foi tão breve que apenas teve tempo para vê-lo, ante que desaparecesse diante de seus olhos. Agora somente resta imaginá-lo e pensá-lo nas noites pela página em branco que permanece vazia como um pálida mortalha sob a luz da lâmpada elétrica.
Vamos de un lado a otro sin parar. Atacando, mordiendo , destrozando todo lo que se opone. De los elefantes a los rinocerontes, de los jabalíes a los leones de gran melena, de las hienas a los chacales. Todos huyen del filo de nuestras lanzas y el brillo de nuestras antorchas.
Vamos de um lado para outro sem parar. Atacando, mordendo, destroçando tudo o que se nos opõe. Dos elefantes aos rinocerontes, dos javalis aos leões de grande juba, das hienas aos chacais. Todos fogem do fio de novas lanças e do brilho de nossas tochas.
Conoceréis a los hombre por seus frutos... y ¿y qué de los que como yo no hemos sembrado siquiera un rábano?
Conhecereis os homens por seus frutos... e os que como eu não semeamos nem mesmo um rabanete?
Escribir como quien maneja un vehículo sin frenos por una carretera oscura. Cada momento puede ser el último, así como cada palabra puede ser la última. Pero, de alguna manera, siempre sobrevivimos, aunque el sabor de la muerte se mantenga en nuestros labios por siempre. Soltar el volante en la última curva y apostar al azar, siempre apostar al azar.
Escrever como quem dirige um carro sem freios por uma estrada escura. Cada instante pode ser o último, assim como cada palavra pode ser a última. Mas, de certa forma, sempre sobrevivemos, ainda que o sabor da morte continue em nossos lábios para sempre. Soltar o volante na última curva e apostar na sorte, sempre apostar na sorte.
REINO
Poema de Wilfredo Machado
MINOTAUROS, SIRENAS, ESCORPIONES
EL FIEL LINAJE DEL AMADO ESOPO
TIGRES DIENTES DE SABLE, CIEGOS TOPOS
MURMURAN EN LA NOCHE SUS CANCIONES
CORDEROS CONVERSANDO CON LOS LEONES
CEBRAS ALADAS POR SI FUERA POCO
CENTAUROS, ELEFANTES, BUITRES LOCOS
BUHOS QUE EN LAS MAÑANAS VEN VISIONES
EL PERRO FIEL CONQUISTA TODAVÍA
AL LOBO GRIS QUE NIEGA SUS RAZONES
BAJO LA LUNA QUE ES BLANCA Y ES SOMBRÍA
DUERME EL PEZ EN EL AGUA CLARA Y FRÍA
TIENE EL PÁJARO EL CANTO AMOR DE UN DÍA
EL VIENTO ECHA A VOLAR SUAS CORAZONES
Wilfredo Machdo
Poética del humo
Brasília 25/01/;11
Reencontro com Wilfredo Machado, que viveu em Brasília até recentemente na condição de Adido Cultural da Embaixada da Venezuela. Agora ele mora em Caracas. Veio a Brasília tratar de assuntos pessoais, e pudemos encontrar-nos mais de uma vez para matar as saudades, trocar ideias e idealizar projetos conjuntos. Um de nossos encontros foi no café da Livraria Cultura, no Shopping Iguatemi, no Lago Norte de Brasília, onde estivemos um par de horas, oportunidade em que ele me falou deste soneto. Pedi que o escrevesse num guardanapo, que agora reproduzo para os admiradores dele, sendo eu um deles. ANTONIO MIRANDA
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