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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: twitter

 

 

 

RAFAEL JOSÉ ALFONZO

 

Nació en Coro, estado Falcón, Venezuela, em 1949.
Licenciado em Letras, mención Letras Hispánicas (Universidad del Zulia). Magister em Literatura Hispanoamericana (Universidad Simón Bolívar, 1987).  Docente de Literatura Venezolana y Latinoamericana en el Núcleo Universitario Rafael Rangel (Universidad de Los Andes, Truijillo). 
Miembro fundador del grupo KaSeGa, de Coro y del Taller de Expresión Literaria de La Universidad del Zulia. 
Fue Rector de la Universida de Yacambú (Barquisimeto).

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

FESTIVAL MUNDIAL DE POESÍA VENEZUELA 2004.  Caracas, Venezuela: Monte Ávila Editores Latinoamericana C, A.,  2005. 

435 p.   15 x 23 cm. Patrocinado por Ministerio de la Cultura, Presidencia del CONAC, D.G.S. de Literatura.    ISBN  780-03-1211-1   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

       
COSTUMBRES

Mi madre se há ido
con los ángeles
Pronto regressará
concinará lentejas
me servirá um trago de cocuy
y después
volverá
a encerrarse
en los espejos

 

  

MIRADA

Cuando termino
soy la misma torcaz

                que roza la lluvia
Arqueo los bordes
de la tarde
Avisto esa palabra
en la que he de vivir
Desatiendo
las súplicas de mi Ángel
de la Guardia

Soy como quien dicen
lo perplejo

 

 

 

 MI MADRE

No sé si es mi padre
el que hoy habla
en esta línea que sigo, borro y tacho
No sé si es su sombra
la negra caligrafia
que se quebra debajo de esta página
ni esparce silêncios em sus costados
Talvez mi padre allí se encuentre
Envuelto en la vigília de la letra
y yo
delante de la mesa
me abisme en el espejo

No sé aún
si es mi padre el que hoy escribe
mientras cruzo los espejismos del insomnio...

 

 



VER



Te grito
desde el sueño

Hueles a cilantros
a mañana recién lavada

Antes de despertar
te oculto
aqui
en pleno rumor
del corazón.

 

 

ME OCULTO EM ESA PESADILLA

 

Me oculto
en esa pesadilla

que se voltea

Sigo
los resplendores del furor
Me miro
en tu extrañeza
hasta desnudarme
Para qué
nos sirve el cuerpo
si perdimos los hilos
que sostenían
el vuelo

 

 

 

 

                             OFICIO 

Flotaré estas palavras
para que surjas
totalmente iluminada
en la página

Andarás
en la respiración
que brota
de sus puntas
Y yo
seguiré
en ese aire
que lleva el silencio
em su pico

 

 

 ANIMAL EN ACECHO ES MI SUEÑO

Todo el cielo
quebrado
animal en acecho es mi sueño
arrastro estas cenizas
los ecos del aljibe
Poco sol en las rendijas del delirio
puertas no ar de un zarpazo
Arenales
Alguien toca estas raíces
las acequias
la frene huidiza de mi madre.
Alguien vuela
Al instante
somos ovillos
hebras
que el costado izquierdo de la noche.

 

 

VERANO

Sol e cascajos
La palavra retorcida en el aire
Caemos en los espejos del verano
Alguien sacude nuestras sombras
Pierde su rostro en el adobe
Todo arderá más allá de las cuatro
Mi madre cruza el mediodía
Se esfuma
Atiza mi vigilia donde se ocultan las cabras.

 

 

       GALLOS

... del sol nuncio canoro
LUÍS DE GÓNGORA

En las espuelas del gallo
se enreda la muerte

Ahora
se engrifa
Despluma furiosamente
al sol
Muy adentro
se sacude la tarde
y las voces
que llegan
a la sangre.



EL MISMO

Con tres puñales en cruz
exploro los ventos
por eso
crujo
alumbro estos linderos con mi diente de oro
soy el hastiado           el que corta la línea del atardecer
el siempreviva.
Un gato cruza el mediodía y ese soy yo
Silbidos        vienen en mi nombre        Toco los tejados
Relumbro
A esta hora
(más de cinco veces)
he sido pressentido por los perros.

        

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda

 

 

COSTUMES


Minha mãe foi-se
com os anjos
Logo regressará
cozinhará lentilhas
vai me servir um trigo de cocuy*
e depois

        voltará
a encerrar-se
nos espelhos

 

 

 

 

        * Pyrophorus é um gênero de besouros polifagos da família Elateridae conhecido popularmente como cocuyos.

 

 

 

MIRADA

Quando termino
sou o mesmo pombo
que roça a chuva
Atiro um arco aos limites
da tarde
Avisto essa palavra
em que hei de viver
Desatendo
as súplicas de meu Anjo
da Guarda

Sou como dizem
o perplexo

 

 

MEU PAI

Não sei se é o meu pai
quem hoje fala
nesta linha que sigo, apago e rasuro
Não sei se é a sombra dele
a negra caligrafia
que se rompe com a minha mão
Não sei quem murmura nesta página
e espalha silêncios em suas costas
Talvez meu pai ali se encontre
Envolto na vigília da letra
e eu
diante da mesa
me abisme no espelho

Não sei ainda
se é meu pai o que hoje escreve
enquanto eu cruzo os espelhismos da insônia...

 



 VER

 

Te chamo
desde o sonho

Tens odor de coentro
a manhã recém lavada

 

antes de despertar
te escondo
aqui

em pleno rumor
do coração.


 

       
ME ESCONDO NESSE PESADELO

Eu me escondo
nesse pesadelo
que me cerca

Sigo
os esplendores o furor
Vejo-me

        nessa estranheza
até despir-me
Para que
serve o corpo
se perdemos seus fios
que sustentavam
o voo

 

 

OFÍCIO

Flutuarei estas palavra
para que surjas
totalmente iluminada
na página

Andarás
na respiração
que surge
de suas pontas
E eu
seguirei
neste ar
que leva o silêncio
em seu bico

 

 


ANIMAL NA ESPREITA É O MEU SONHO

O céu inteiro
partido
animal em espreito é meu sonho
arrasto estas cinzas

                os ecos da cisterna.
Pouco sol nas fendas do delírio
portas no ar de um golpe
Areias
Alguém toca estas raízes
os canais
a frente fugitiva de minha mãe.
Alguém voa
De repente
somos tranças
fios
no lado esquerdo da noite.

 

VERÃO   

Sol e cascalho
A palavra retorcida no ar
Caímos nos espelhos do verão
Alguém sacode nossas sombras
Perde seu rosto no adobe
Tudo arderá depois das quatro
Minha mãe cruza o meio-dia
Esfuma-se
Atiça minha vigília onde as cabras se escondem.

 

 

 

GALOS

...sol núncio canoro
LUÍS DE GÓNGORA

 

Nas esporas do galo
se enreda a morte

Agora
se engendra
Depena furiosamente
ao sol
No fundo
a tarde se sacode
e as vozes
que chegam
até o sangue.

 

 

               
       O MESMO

 

 

Com três punhais em cruz

Exploro os ventos
por isso
estalo
ilumino estes limites com meu dente de ouro
sou um enfadado     o que corta a linha do entardecer
sempre-vivas
Um gato cruza o meio-dia e esse sou eu
Assovios        vêm em meu nome         Toco os telhados
Brilho
A esta hora
(mais de cinco vezes)
fui pressentido pelos cães.

 

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2020

 


 

 

 
 
 
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