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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://www.elnacional.com/

 

NÉSTOR FRANCIA

 

Caracas, Distrito Capital, 1947. Licenciado en Letras.

 

distinciones: Premio coñac de Poesía Francisco Lazo Martí (1996).

obra: Oxiuro colosal (1980), Crónicas malvadas: la saga del moderno Frankestein (1994, novela), Las redes rotas (1995), La biblia de agua (1997), Antichavismo y estupidez ilustrada (2000). 

FESTIVAL MUNDIAL DE POESÍA VENEZUELA 2004.  Caracas, Venezuela: Monte Ávila
Editores Latinoamericana C, A.,  2005.   435 p.   15 x 23 cm. Patrocinado por Ministerio de la Cultura, Presidencia del CONAC, D.G.S. de Literatura.         ISBN  780-03-1211-1   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL – TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

la blanca muerte

 

 

La blanca muerte se asomará en su muro
de olvidado esplendor

te mirará confundida y tratará de entenderte
deseará tu amor y querrá engrandecerte
con su abrazo de nieve

 

Tú vacilarás y te decidirás por el misterio

 

La blanca muerte volverá a llamarte
rogará para que veas su rostro luminoso
te mostrará sus manos puras
su frente inmaculada

su abanico adornado de arabescos y virtudes

 

Ella sólo está aquí para amamantarte

loba que te encuentra en la selva de humedad

y temblor

y te recoge y te salva.

 

Tú vacilarás y te decidirás por el misterio

y te ocultarás a los ojos maternales de la sombra

que te busca

 

La blanca muerte llorará tu ausencia
padecerá tu ceguera y tu miedo
sola y certera te amará para siempre

Desde los rincones inertes de los campanarios Esperará por ti la blanca muerte hasta recibirte
como al hijo pródigo

y llorarás conforme entre sus brazos al descubrir
su perfume de azahar y de estrellas

 

 

 

 

 

CIELOS DEMASIADO CLAROS

 

Cielos demasiado claros
distancias del viento me hicieron creer

 

No hubo en el mundo edad más dulce
no hubo arroyo tan brillante ni más copa de sol

 

Caminos que se enseñan en tarde de raro color canciones de soledad
casto opio de los días

 

apenas vuelven tejados inhumanos en momentos blancos

rincones de pureza donde uno no está

 

No hubo en el mundo edad más dulce
ni más exagerada quietud

ni más nebuloso país asomado entre los árboles.

 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

A BRANCA MORTE

A branca morte aparecerá em seu muro
de esquecido esplendor
te olhará confundida e tratará de entender-te
desejará teu amor e vai querer engrandecer-te
em seu abraço de neve

Tu vacilarás e decidirás pelo mistério

A branca morte voltará a chamar-te
rogará para que vejas seu rosto luminoso
te mostrará suas mãos puras
sua fronte imaculada
seu leque adornado de arabescos e virtudes

Ela só está aqui para amamentar-te
loba que te encontra na selva da umidade
e tremor
e te recolhe e te salva.

Tu vacilarás e decidirás pelo mistério
e te ocultarás nos olhos materiais da sombra
que te busca

A branca morte chorará por tua ausência
padecerá tua cegueira e o teu medo
sozinha e certeira te amará para sempre

Desde os rincões inertes dos campanários
Esperará por ti a branca morte até receber-te
como filho pródigo
e chorarás conforme nos seus braços ao descobrir
seu perfume de flor de laranjeira e de estrelas





CÉUS DEMASIADO CLAROS

Céus demasiado claros
distâncias do vento me fizeram crer

Não houve no mundo idade mais doce
não houve riacho tão brilhante nem copa de sol

Caminhos que se mostram em tarde de cor rara
canções de solidão
casto ópio dos dias

apenas regressam telhados inumanos em momentos
brancos
recantos de pureza onde não estamos

Não houve no mundo idade mais doce
nem mais exagerada quietude
nem mais nebuloso país surgindo entre as árvores

 

 

Página publicada em fevereiro de 2020


 

 

 
 
 
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