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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARITZA JIMÉNEZ

 

 

Nascida em 1956 em Caracas, onde vive como jornalista, especializada em temas culturais. Foi chefe da seção de literatura do Conselho Nacional da Cultura e do Centro Rómulo Gallegos ( CELARG ). Publicou Hago la muerte, 1987, e Amor constante mais allá la muerte, 1993.

 

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

 

FESTIVAL MUNDIAL DE POESIA  4to.  - ÁFRICA / AMÉRICA / ASIA / EUROPA / OCEANIA.  Antologia 2007.  Caracas: Casa Nacional de las Letras Andrés Bello, 2008.   355 p.  13 x 21 cm. “Los poetas en el corazón de Venezuela. Homenaje a: ANA ENRIQUETA TERÁN. 
ISBN 978-8021-2163    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

                *
Cada vez que cae un árbol, muere una estrella.
(Provérbio lacandón)

Silente
cayó un árbol.

Dejó en la brisa
un latido de pájaros

frutas sin probar
en la boca de los amantes

De su raíz
otra garganta del suelo
florecieron hongos y gusanos
del remordimiento

Cayó el árbol
oscuro como un hombre

La estrella entró al agujero de la nada.

 

 

        *

 

        Cuido
de los cuatro fuegos
de mis hogares

En la casa del llanto
lamo la ceniza

Dejo que la arena
sea la huella

En la casa del corazón
invento
una flor

Del dolor
alimento el olvido

Limpio los huesos
en la casa del Amor.

        *

Bajo la boca oscura del cielo
trabaja el invierno

Cada árbol reconoce su herida

Como lágrimas

verde
roja
naranja

caen las hojas

Mientras el tiempo
esparce su aliento

este silencio aterrador


inocente en la felicidad de la ardilla

 

        *

No viven mucho
los poetas
No terrenalmente

Su torpeza un día
ofende a los comunes

Su falta de gracia y de sigilo
en las vastedades sociales

Por eso buscan las altas hierbas
y las mareas crecidas

Ocultos
como melodías del cosmos

en piedras convertidas

        *

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução: ANTONIO MIRANDA

 

 

        *
Cada vez que cai uma árvore, morre uma estrela.
(Provérbio lacandón)*

Silente
caiu uma árvore.

Deixou na brisa
um palpitar de pássaros

frutas sem provar
na boca dos amantes

De sua raiz
outra garganta do solo
floresceram fungos e vermes
do remorso

Caiu a árvore
escuro como um homem

A estrela entrou no buraco de nada.

 

 

*lacandón: que pertence a um povo que habita a región selvática do nororiente do estado mexicano de Chiapas.

 

        *

 

 

        Cuido
dos quatro fogos
de meus lares

Na casa do pranto
lambo a cinza

Deixo que a areia
seja o rastro

Na casa do coração
invento
uma flor

Da dor
alimento o olvido

Limpo os ossos
na casa do Amor.

 

 

        *

Sob a boca escura do céu
trabalha o inverno

Cada árvore  reconhece sua ferida

Como lágrimas

verde
vermelha
alaranjada

caem as folhas

Enquanto o tempo
espalha seu sopro

este silêncio aterrador


inocente na felicidade do esquilo

 

*

Não vivem muito
os poetas
Não terrestrialmente

Sua lerdeza um dia
ofende aos comuns

Sua falta de graça e de sigilo
nas vastidões sociais

Por isso buscam as altas relvas
e as marés crescidas

Ocultos
como melodias do cosmo

transformadas em  pedras

        *

 


Página publicada em março de 2020

 

 

 

 

 

 
 
 
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