JULIO MORALES LARA 
                        
                        
                      (Villa de Cura, 1893. Nueva York  1952) Poeta que, al  margen de las corrientes vanguardistas, supo  recoger las flores del sentimiento popular y darles una forma sencilla, pero de  gran pureza lírica De sus obras: Savia (1930), Mucura (1935) En la noche un  lucero (1043).  
                        
                      TEXTO  EM ESPAÑOL  /  TEXTO EM PORTUGUÊS 
                        
                        
                      EL TINAJERO 
                        
                      Tinajero, 
                      tienes un corazón armonioso.  
                      El agua 
                      que aprendió a cantar en la montaña  
                      se metió como un pájaro en tu jaula.  
                        
                      El agua arisca que aprendió a cantar 
                      como los pájaros, 
                      que corrió por la quebrada, que se pintó de  cielo, 
                      no olvidó su cantar entre tu jaula.  
                        
                      Tinajero, 
                      No tuviste corazón 
                      hasta que el agua se metió en tu jaula.  
                        
                      Eras sordo y adusto como un viejo, 
                      y hasta daba miedo contemplar tus rejas.  
                      Hoy tienes voz y frescura de mujer,  
                      sabes cantar con voz clara 
                      el ritmo de tu corazón 
                      de piedra bárbara. 
                        
                      Esta noche has cantado tanto 
                      que la tinaja se colmó de agua 
                      y se ha dado a cantar alegremente.  
                      
                        
                        
                      TEXTO EM PORTUGUÊS  
                      Tradução  de Solon Borges dos Reis 
                        
                        
                      O MORINGUEIRO 
                        
                      Moringueiro 
                      tens um coração harmonioso. 
                      A água  
                      que aprendeu a cantar na montanha 
                      meteu-se como um pássaro 
                      em tua gaiola. 
                        
                      A água arisca que aprendeu a cantar 
                      como os pássaros, 
                      que correu pela quebrada, 
                      que se pintou de céu, 
                      não esqueceu seu cantar 
                      dentro de tua jaula. 
                        
                      Moringueiro, 
                      não tiveste coração 
                      até que a água se meteu em tua gaiola. 
                        
                      Eras surdo e eras austero 
                      como um velho 
                      e até dava medo contemplar tua couraça. 
                      Hoje tens voz clara e tens viço de jovem, 
                      sabes cantar com voz sonora 
                      o ritmo do teu coração 
                      de pedra bárbara. 
                        
                      Cantaste tanto esta noite 
                      que a moringa se inundou de água 
                      e entregou-se a cantar alegremente. 
                        
                        
                        
                  Página publicada em  janeiro de 2008  |