EDUARDO VILORIA DABOÍN
(Valera, estado Trujillo, Venezuela, 1977)
Libros de poesia publicados: En trance de sonar (2004); Silencio cantado hacia el abismo (2008).
Colaborador de la revista cultural Sujeto almado. Miewmbro del equipo del periódico alternativo Proceso, así como de la Cooperativa Audiovisual “La Célula”.
De
Eduardo Viloria Daboín
TEMBLOR DE AIRE
Caracas: Alcaldía; Fondo Editorial Fundarte, 2010.
138 p. ISBN 978-980-253-442-5
TEXTOS EN ESPAÑOL / TEXTOS EM PORTUGUÊS
Ígneo descampado
Una extremidade de la mañana palpita densa em esta celda.
También al encierro llega algún brillo,
aqui pueden llenarse los espejos.
Desde la orilla del sueño y del amor
vuelven destellos sobre las aguas,
relucientes desafios.
*
Todo alrededor se há vuelto opaco.
Sólo algunas veces en el silencio alguna chispa se aviva ,
se levanta.
Y aunque el aliento es flaco y aqui el viento escasea,
yo la vuelvo promesa,
nostalgia, adoración.
En ígneo descampado donde toda luz se estanca
que la voz se precipite húmeda como sudor.
*
Con ojos abiertos
calado de ausência de luz
digo sol
llama
destello derramado
otras veces
espejo,
luna
contenida claridade luego vertida
nunca lámpara
labrada máscara que la oscuridad esconda
En trance de sonar (2004)
I
Palabra mía,
seas jugo añejo de haber estado,
encendido pulso de ser presencia,
desembocadura de la fértil llama
em toda la extensión de un cuerpo sembrado.
*
No hacer del momento otra cosa;
ser sólo su eco vivo.
*
Un olvido
fue la semilla
de nuestro desvarío;
un cuerpo sin raíz,
su fruto;
palavras huérfanas, sin vínculo<
su flaca tierra.
*
Palabra temblorosa,
temerosa de hacerse piedra, cárcel de luz;
sin embargo flerte,
enraizada pura em su estremecimento.
*
Nacimiento constante que alimento y que me forma,
germen y resíduo de mi huella:
te pronuncio em la pobreza,
en la carente adoración que es la palavra;
tendo mi voz en la tierra em que me extiendo
apenas para acercarme,
para vincularme a esa manera permanente
en que recoges las presencias
y las diluyes en la clara continuidade de tu decurso.
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TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda
Ígneo descampado
II
Uma extremidade da manhã palpita densa em cada cela.
Também ao recolhimento chega algum brilho;
aqui podem encher-se os espelhos.
Desde a margem do sonho e do amor
voltam clarões sobre as águas,
reluzentes desafios.
*
Arredor tudo tornou-se opaco.
Apenas algumas vezes no silêncio alguma faísca se aviva,
se levanta
Mesmo sendo fraco o alento e aqui o vento escasseia
converto=a em promessa,
nostalgia, adoração.
É ígneo descampado onde toda luz estanca
que a voz se precipite úmida como o suor.
*
Com olhos abertos
calado pela ausência da luz
digo sol
chama
fulgor derramado
outras vozes
espelho,
lua
contida claridade logo vertida
nunca lâmpada
lavrada máscara que a escuridão esconda
No transe de soar (2004)
I
Palavra minha,
seja sumo antigo por haver estado,
aceso pulso de fértil chama
em toda a extensão de um corpo semeado
*
Não fazer do momento outra coisa;
ser apenas seu eco vivo
*
Um olvido
foi a semente
de nosso desvario;
um corpo sem raiz,
seu fruto;
palavras órfãs, sem vínculo,
sua terra magra.
*
Palavra trêmula,
temerosa de tornar-se pedra, cárcere de luz;
no entanto forte,
enraizada pura em seu estremecimento.
*
Nascimento constante que alimento e que me forma,
germe e resíduo de meu rastro:
te pronuncio na pobreza,
na carente adoração que é a palavra;
tendo minha voz na terra em que me estendo
tentando aproximar-me.
para vincular-me a esta maneira permanente
em que recolhes as presenças
e dissipa-as na clara continuidade de teu decurso.
Página publicada em abril de 2011
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