Fonte: www.letralia.com

CHUCHO

Freddy Ñáñez (Chucho) reside en San Cristóbal desde 1988. Es miembro fundador de Nadie Nos Edita Editores. Ha publicado el poemario Todos los Instantes (N.N.E.E. 2000) Y VII millón de pájaros muertos (EI Árbol Editores 2003).

Titiritero, miembro dei elenco dei Teatro de Títeres Kinimarí y coordinador dei espacio de Cine Alternativo de Ia Sala Canta Pirulero. Integrante dei gmpo de rock Los Residuos. Actualmente dirige la revista Sujeto Almado, asi como su versión electrónica sujetoalmado.com . Pertenece a la directiva de Ia Red Latinoamericana de Creación Literaria (LATIGO). Ha desempeñado un trabajo periodistico en el ámbito cultura: (crónica, crítica literaria y pictórica, artículos de opinión) en distintos impresos de la ciudad (Diario La Nación. Quinto Cuerpo. Diálogos, Palabras Inversas, entre otros).

“Poeta, editor, periodista a ratos, titiritero y cantante de rock, así lo presentan desde siempre todas las fichas biográficas pero poco se acusa la profundidad de su oficio en suma: la trasgresión creadora. Diremos en esta oportunidad que (chucho) es el más relevante e incómodo autor de las últimas promociones literarias en el Táchira, tanto por su pluma como por sus otras armas. Egresado de las calles y las tarimas ácratas (pues quince años antes cantaba con su banda Los Residuos “los mil anatemas contra el capitalismo”), súbdito de los antiguos cínicos, de Bakunín y del no tan lejano Simón Rodríguez, milita en causas justas desde los catorce años. Inspirado en el principio nietzscheano según el cual toda ética es poética, toma por asalto el calmo mundo de las peñas y talleres literarios “con el fin de restituirle a la palabra su condición rebelde”. Su incisiva manera de decir “presente” se concreta en el espíritu de confrontación que lo caracteriza en y más allá de las letras.”

  De  http://poetibulo.blogspot.com

TEXTO EN ESPAÑOL  / TEXTO EM PORTUGUÊS

POSTAL PARA PATRICIA

         Santa Ana dei Táchira 15 de abril de 1991

En este pueblo

donde nunca llega el circo

donde los pájaros no anidan

ni los ríos se encuentran

En este pueblo

donde todas las ventanas permanecen cerradas

y nadie duerme

Aquí

donde celebrar no es costumbre buena

donde nadie compra flores

donde los muertos no espantan

donde la voz no regresa al oído

En este pueblo

con sus terribles monumentos

y calles arruinadas

y lámparas ociosas

entre el cementerio y el presidio estoy

te escribo

en este pueblo

Desde aquí

donde el viento no mueve las banderas

y el samán perdió su sombra

donde los días no son imprescindibles

En este pueblo

de mujeres vírgenes horrendas

y hombres míseros emboscados por su miedo.

En este pueblo

de cristales apedreados

por la envidia de los que no se atrevieron a pecar aún.

Aquí

en este pueblo desgraciado

me detuve a holgar 12 anos

sin encontrar respuesta

sin encontrar sosiego.

En esta tierra sin nombre

llamada Santa Ana

estoy.

Desde aquí le escribo mi señora

con el miedo más vivo que la esperanza

de que alguna vez alguien abra una ventana.  

*   *   *   *  *

Si la palabra no sirve para nombrarte, no me interesa de ella nada. Si la palabra no dice lo que en mí eres, si no conserva puro el rumor de mi hambre, si no te habla del verídico padecimiento, ni de las lluvias, ni de los miedos que me habitan, no quiero de ella nada; ni su esplendor ni su gesta. Si no te nombra, si no te dice, si no te habla. Si se pudre como la carne o se diluye en el viento sin resonancia como las arenas del alma, seguiré callado entonces. Peor aún, me mantendré airoso en lontananza, ceñido a la piel del infinito, inmóvil, como el que no es. Lamentable y fiel como el mártir a la cruz, como la lágrima a la sal. Dilatándome, silenciándome, en el nombre de la madre y del hijo, de la sangre que tiembla de soledad, en esta soledad tan absoluta que de seguro la palabra acallará. Porque yo no tenía otra virtud que nombrarte, te nombraba en la palabra que despierta, en la palabra intemperie y en la palabra fulgurar y en la palabra amor. Como el trueno que sólo alumbra un centímetro del universo, así te nombraba entonces. Proscrito ya de todo, de ti, la palabra no sirve de nada. No maldice, no redime, no me abraza, no me ama. No lleva ni trae mi ardor ni me devuelve tu aroma, tu peso exacto ni tu sombra. Entonces prefiero esconder la lira y bajar de una buena vez, las cortinas del silencio, hasta que se me olvide tu nombre o muera. 

  TEXTO EM PORTUGUÊS

Tradução de Antonio Miranda

FREDDY ÑAÑEZ

Nasce em Petare, Miranda em 1976. Poeta, editor, titereiro, cantor de rock. Desenhador e diagramador. Fundador de Ninguém nos edita Editores, da Rede de Promotores de Leitura de Venezuela, da Rede Nacional de Escritores. Director da Revista Sujeito Almado. Publicou “Todos os  instantes” Ninguém nos edita, “Um milhão de pássaros morridos” ”A árvore editores”. Antologia da nova poesia  tachirense “Os dragões de papel”   Ninguém nos edita,  “Os  homens  que  vêm  de morrer”  (Liryca  Species Colômbia)  2005, “Fogo onde diz Paraíso” Ministério da Cultura,2005; “Baixo Palavra” Direção de Cultura Táchira. Antología poética “A soma da Árvore”. Prêmio do Certame Maior das Letras, 2004. Prêmio Nacional de Fantoches, 2005. Prêmio Nacional do Livro Autor-editor. Prêmio  Internacional de Poesia, Bienal Juan Beroes, 2005.

POSTAL PARA PATRICIA

     Santa Ana dei Táchira 15 de abril de 1991

Neste povoado

onde nunca chega o circo

onde os pássaros não fazem ninho

nem os rios se encontram

Neste povoado

onde todas as janelas permanecem fechadas

e ninguém dorme

Aqui

onde comemorar é um costume sadio

onde ninguém compra flores

onde os mortos não espantam

onde a voz não volta ao ouvido

Neste povoado

com seus monumentos terríveis

e ruas arruinadas

e lâmpadas ociosas

entre o cemitério e o presídio

estou

te escrevo

neste povoado

Desde aqui

onde o vento na agita as bandeiras

e o cedro perdeu a sombra

onde os dias não são imprescindíveis

Neste povoado

de mulheres virgens horrendas

e os homens míseros emboscados pelo medo.

Neste povoado

de cristais empedrados

para a inveja dos que ainda não arriscam pecar.

Aqui

neste povoado desgraçado

me detive para folgar doze anos

sem encontrar a resposta

sem encontrar o sossego.

Nesta terra sem nome

chamada Santa Ana

estou.

Desde aqui te escrevo minha senhora

com o medo mais vivo que a esperança

de que alguma vez alguém abra a janela.

*   *   *   *   *

Se a palavra não serve para nomear-te, ela não me interessa para nada. Se a palavra não revela o que em mim és, se não conserva puro o rumor de minha fome, se não te fala do verídico padecimento, nem das chuvas, nem dos medos que me habitam, nada dela eu quero; nem seu esplendor nem sua gesta. Se não te nomeia, se não te diz, se não te fala.  Se apodrece como a carne ou se desintegra no vento sem ressonância como as areias da alma, então seguirei calado. Pior ainda, manter-me-ei airoso à distância, cingido à pele do infinito, imóvel, como o que não é.  Lamentável e fiel como o mártir à cruz, como a lágrima ao sal. Dilatando-me, silenciando-me, em nome do pai e do filho, do sangue que estremece a solidão tão absoluta que certamente a palavra emudecerá. Porque eu não tinha outra virtude para nomear-te, te nomeava na palavra que desperta, na palavra intempérie e na palavra fulgurar e na palavra amor. Como o trovão que só ilumina um centímetro do universo, assim te nomeava então. Já proscrito de tudo, de ti, a palavra não serve para nada. Não maldiz, não redime, não me abraça, nem me ama. Não me leva nem traz o ardor nem me devolve teu aroma, teu peso exato nem tira sombra.  Então prefiro esconder a lira e baixar, de tua voz, as cortinas do silêncio, até que eu esqueça teu nome, ou morra.

Fuente: TRÁNSITO DE FUEGO / TRÂNSITO DE FOGO - Selección de jóvenes poetas latinoamericanos / Selecção de jovens poetas latinoamericanos 1972-1990. Selección y compilación / Seleção e compilação Raquel Molina. Traducción al português / Tradução ao português Gladys Mendía.  Caracas: Casa de las Letras Andrés Bello, 2009.

Tradução de Gladys Mendía

[QUE ME PASSA QUE NÃO TREME] 

QUE ME PASSA que não treme isto que digo
faltou sal em cada nome e não se lê 

Que é
que sobra um grito nessa chame e não te toca

Por que
que me fendo contra o punho
sem assombro 

Para quê  do sem regresso
tanto pó no calado 
Que se morre
que a terra tomou meu lugar 
e agora nos devolve
com a espinha 
o verbo enchido de raiz

Que faço mal
que não treme e falta sal a quanto nomeio

[TERRA SE ME FALAS…] 

                                               Lima, 15 de agosto 2007

TERRA, se me falas eu te escuto 
         O dreno na rocha
A cor sépia
A sede no pó
a temperatura injusta 

Terra, se não calas 

A má colheita
Os homens dormidos
A casa em ruínas
O cheiro a fêmea
A ruga, a surdez
e a luz escombro
Terra, se teu som é puro
A marca do rio
A chaga na perna
O perfil da sombra
O sulco na garganta
O oco no caminho
 
(tremeu e culminou tudo em teu passo) 

Eu te creio 

A pluma órfã
A palavra destino
O fóssil, a careta
cicatriz
O golpe no olhar
O epitáfio

enfim
o que não está
isto que sobra 

Terra   se me falas
te escuto

FOGO POR TERRA 

                   Para Argélia García

ANCESTRAL ÚNICO
quem semeou de rocha todo
e nos proibiu a lágrima
e tirou a saia também 

Quem veio
e decretou
“o Fogo por terra”
deixando ao descoberto
a cada pedaço teu 

Pai nosso
exumado   

Hoje, que ela nada quer em seu seio
¿Beberás tu meu sangue ardente? 

Pai
sem pátria

sem colheita
que fazer com a raiz do mundo
com tanta carniça em retirada 

Se o fogo não atinge
Se não chega o ponto exato de nosso fermento

E se somos o pão cru
que dissemos, a fome incorruptível
o ai do inútil 

Ancestral único
se teu sobrenome é pó
e o pó te cuspiu bastardo 

Se teu reino é espúrio

Quem governa esta mudança
quem assina na rocha
a lei de nossos dias? 

Ancestral meu,
supõe que é verdadeiro 
que carecemos de substância

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Dois critérios marcaram a seleção das obras, o primeiro esteve determinado pela ubicação geracional, os nascidos entre 1972 e 1990; o segundo critério esteve orientado pela procura de uma voz própria, singular e independente que permitisse abrir-se passo por si mesma um espaço, umas representadas na audácia do dizer, outras, expressadas na sua estreita relação com a realidade social ou com os fortes laços da pertença e a consciência latinoamericana.