CIPRIANO SANTIAGO VITUREIRA
(Montevidéu 19 de abril de 1907 — Montevidéu, 20 de outubro de 1977) foi um poeta e ensaísta uruguaio.
Esteve à frente da secretaria do Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño desde sua fundação em 1941, sendo responsável por grande divulgação da cultura brasileira em seu país, sendo alguns desses autores: Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade.
TEXTO EN ESPAÑOL - TEXTO EM PORTUGUÊS
LA NUBE
Estoy solo otra vez
en la tierra más alta,
humedeciéndome en una lágrima desconocida
en un pantano pensativo.
Allí donde la luna se abandona
como las sonrisas en la miseria;
allí donde la sombra se está volvendo luz palpablemente;
desesperado,
en busca de la tierra prometida...
Como el minero simple con su lámpara
entre las humedades del abismo,
estoy entre esta lírica ternura
descubriendo riquezas de la noche
que serán para otros,
contrayendo las fiebres de la noche
o el descanso ganado o las auroras.
Me he olvidado del alma o todo es alma.
Me he olvidado del cuerpo, de paso y de la voz.
Sólo hallo un sentido en este corazón ajeno y tembloroso,
en esta nube que la lleva, apoyada en sus truenos y en sus rayos
como un poderoso remero...
!Estoy en el refugio de la igualdad!
Estoy en las arenas donde caen los astros
y conocen la simpatía del mar...
!En esta nube poderosa,
como en los puños del viento,
soy una piedra, soy un hierro, pero que solloza!
Y estoy como un insecto en la copa de un árbol
porque mi nube es gris, porque está llena de rocío,
porque su tallo es ancho
hecho con la tristeza del tiempo y con el aire vertical.
Yo quisiera llamarla multitud
porque compreende que la nube extraña
rompe murmullos sobre el mundo amigo.
Yo quisiera llamarla multitud
océano de dolor,
donde los náufragos muestran los puños...
Yo quisiera llamarla multitud
porque la siento sabia como los cascos viejos
y vivo en el velamen lleno de signos.
Yo quisiera llamarla multitud,
¡multitud redimida!
sombra primera de las nuevas alas...
¡Oh compañeros que sirgais la noche,
la nube de los tiempos, hacia el mar!
subid a esta montaña de otros mundos,
y ved otras auroras que llegarán...
¡En este pan de viento, en la tierra más alta,
pastores de la luces de la Comunidad...!
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda
A NUVEM
Estou sozinho outra vez
na terra mais elevada,
umedecendo-me numa lágrima desconhecida
em um pântano pensativo.
Ali onde a lua se abandona
como os sorrisos na miséria;
ali onde a sombra está se tornando luz palpavelmente;
desesperada,
em busca da terra prometida...
Como o mineiro simples com sua lâmpada
entre as umidades do abismo,
estou entre esta lírica ternura
descobrindo riquezas da noite
que serão para outros,
contraindo as febres da noite
ou o descanso conquistado ou as auroras.
Esqueci a alma ou tudo é alma.
Esqueci o corpo, o passo e a voz.
Acho apenas um sentido neste coração alheio e trêmulo,
nesta nuvem que a leva, apoiada em seus trovões e em seus raios
como um poderoso romeiro...
Estou no refúgio da igualdade!
Estou nas areias onde caem os astros
e conhecem a simpatia do mar...
nesta nuvem poderosa,
como nos punhos do vento,
sou uma pedra, sou ferro, mas que soluça!
E estou como um inseto no topo de uma árvore
porque minha nuvem é cinzenta, porque está coberta de orvalho,
porque seu caule é amplo
feito com a tristeza do tempo e com o ar vertical.
Eu gostaria de chamá-la multidão
porque entende que a nuvem estranha
rompe murmúrios sobre o mundo amigo.
Eu gostaria de chamá-la multidão
oceano de dor,
onde os náufragos mostram os punhos...
Eu gostaria de chamá-la multidão
porque eu a sinto sábia como os cascos velhos
e vivo no velame repleto de signos.
Eu gostaria de chamá-la multidão,
multidão redimida!
sombra primeira de asas novas...
Ó companheiros que sirgais a noite,
a nuvem dos tempos, até o mar!
avançai a esta montanha de outros mundos,
e mirai outras auroras que chegarão...
Neste pão de vento, na terra más elevada,
pastores das luzes da Comunidade...!
Página publicada em abril de 2019
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